Em 2019, a Capcom decidiu resgatar uma das suas franquias mais icônicas da sexta geração de consoles: Onimusha. O tímido remaster do primeiro título não se saiu bem nas vendas, levando a companhia a enterrar a série novamente. Foi difícil aceitar que provavelmente nunca mais veríamos um novo Onimusha dando as caras, mas a vida é uma caixinha de surpresas, não é mesmo?
Onimusha não só está de volta, como ainda receberá seu primeiro título inédito em quase 20 anos – mas só em 2026. Enquanto isso, fomos agraciados com o remaster do segundo jogo: Onimusha 2: Samurai’s Destiny, lançado originalmente em 2002 como um exclusivo do PS2. Antes tarde do que nunca!
Nos primórdios do hack and slash
Todo o legado da franquia Onimusha reside quase que inteiramente no PlayStation 2 – com exceção de Onimusha Tactics, um inusitado spin-off lançado para o GBA. Dito isso, estamos falando de uma série que explora o saudoso gênero do hack and slash em seus moldes mais antigos: câmera fixa, muitos puzzles e um esmagamento sem fim de um único botão.

No caso de Onimusha, a Capcom ainda estava muito apegada aos Resident Evils clássicos, então a franquia acabou vindo com um adendo nem tão bem-vindo nos dias de hoje: controles de tanque. Ainda assim, é inegável que todos os quatro jogos da série principal têm um charme único, pois diferente de um God of War da vida, os puzzles de Onimusha são tão profundos e inteligentes quanto os vistos nos primeiros Resident Evil.
No segundo jogo, somos apresentados a um novo protagonista, mas ainda dentro do mesmo contexto. O vilão Nobunaga Oda tomou o controle do exército dos Genmas e iniciou uma campanha de devastação pelo Japão. Um dos lugares afetados foi o vilarejo Yagyu, que teve todos os seus habitantes assassinados – com exceção do protagonista, Jubei Yagyu, que não estava presente no momento do ataque.
Jubei acaba recebendo a visita de uma oni que revela ser sua mãe e o orienta a encontrar cinco orbes para derrotar Nobunaga. Com isso, partimos em uma nova jornada que não chega a ser tão nova, já que a premissa ainda é idêntica à do jogo anterior.

É interessante relembrar que Onimusha 2 estava muito a frente do seu tempo, já que é um dos poucos jogos de sua época que contava com um sistema de relacionamentos. Jubei possui quatro aliados diferentes: Ekei, Kotaro, Magoichi e Oyu. Presentear seu personagem favorito cria laços exclusivos com ele, nos permitindo controlá-lo em alguns momentos e até mesmo trazendo pequenas mudanças no enredo. Hoje isso é bem comum, mas na época era novidade!
Moderno e melhor
Onimusha 2 certamente está mais bonito agora do que há 20 anos, mas o upgrade visual ainda é mínimo, perto dos remasters de hoje. A Capcom claramente não queria trazer uma versão requintada do jogo, apenas introduzi-lo na geração atual tanto para preservação quanto para apresentá-lo a uma nova geração de jogadores.
Para começar, o remaster traz controles adaptados a moldes mais modernos, tornando os controles de tanque opcionais. Você consegue controlar Jubei mais livremente com o analógico, sem precisar se mover com uma direção por vez. Isso certamente é ótimo e faz toda a diferença, mas como o level design não foi projetado para essa mecânica, a câmera pode ficar maluca vez ou outra.

Por seguir o formato de câmera fixa, existem pontos específicos dos cenários que, ao serem “tocados”, mudam a posição da câmera. Nem sempre dá para adivinhar quando isso vai acontecer, então como os movimentos são mais livres, existem alguns trechos em que essas trocas são excessivas. Quando isso ocorre durante combates, atrapalha um bocado.
Outro adendo desta versão foi uma mudança significativa na transformação em Onimusha, que funciona como um limit break para o protagonista. No jogo original, isso acontecia automaticamente após enchermos uma barra por completo, então você acabava desperdiçando seus ataques mais fortes em inimigos comuns, na maioria das vezes. Felizmente, agora podemos escolher quando usar a transformação!

A terceira e última adição mais impactante foi uma pequena alteração na troca de armas. No original, sempre que você quisesse trocar de arma, era necessário pausar o jogo e equipar uma nova diretamente do inventário. No remaster, é possível fazer isso apenas apertando um botão, deixando o combate bem mais fluido e colaborando imensamente com a criação de combos.
No demais, Onimusha 2 também traz outras melhorias de qualidade de vida, incluindo a possibilidade de pular cutscenes e a adição de salvamentos automáticos. Esse conjunto de novidades certamente já dá uma cara nova para o jogo, sendo desculpa suficiente para rejogá-lo mais uma vez.
Agora, ficamos no aguardo de remasterizações de Onimusha 3 e Dawn of Dreams para ficarmos totalmente preparados para Way of the Sword!