Depois de sete longos anos, Moonlighter 2: The Endless Vault finalmente abre suas portas e convida o jogador a voltar para um loop que mistura combate, exploração e comércio como poucos jogos conseguem fazer. A base é a mesma que consagrou o original, mas agora tudo está maior, melhor e mais ambicioso e, literalmente, em outra dimensão.
Vender, vender, vender

A história de Moonlighter 2 continua acompanhando Will, o mercador que já salvou sua cidade natal, Rynoka, no primeiro jogo. Desta vez, porém, a situação é mais complicada. Will e os moradores são expulsos de casa por Moloch, um colecionador interdimensional obcecado pelo poder dos portais. Sem rumo, o grupo acaba em Tresna, uma nova cidade onde Will, curiosamente, começa do zero, sem dinheiro e sem loja.
É aí que entra o Endless Vault, um cubo misterioso que cai no centro da cidade e passa a guiar Will com promessas de poder e recompensas, desde que ele cumpra seus desafios e, claro, acumule ouro. A narrativa ainda é fragmentada, o que é compreensível para um jogo em acesso antecipado, mas já tem aquele tom meio maluco e enigmático que marcou o primeiro Moonlighter. Nem tudo faz sentido ainda, mas há um mistério constante empurrando o jogador para a próxima incursão.
O loop que vicia continua firme

A estrutura central de Moonlighter 2 permanece intacta e continua extremamente viciante. À noite, você explora masmorras em outras dimensões, enfrenta monstros, coleta relíquias e tenta voltar vivo com a mochila cheia. Durante o dia, abre sua loja, ajusta preços, observa a reação dos clientes e transforma loot em lucro. É um ciclo simples mas extremamente viciante.
A grande diferença é que agora tudo acontece em um visual 3D isométrico. Isso deixa os combates mais estratégicos e dinâmicos, além de facilitar a leitura do campo de batalha. Will agora pode usar armas corpo a corpo, armas de longo alcance para inimigos voadores e até a própria mochila como arma, empurrando inimigos atordoados contra outros monstros ou para fora do mapa.
As masmorras também ganharam mais identidade. Elas seguem uma estrutura de caminhos ramificados, mostrando previamente o que cada rota oferece, algo bem familiar para fãs de roguelikes modernos. Nem todos os eventos giram em torno do combate: alguns focam diretamente em loot, efeitos especiais ou modificadores que afetam sua run inteira.
Um quebra-cabeça mental

Em Moonlighter 2 o gerenciamento de inventário continua sendo um quebra-cabeça divertido, com itens que interagem entre si, amaldiçoam espaços, quebram outros objetos ou mudam de valor dependendo da posição. A novidade é que materiais de crafting agora não ocupam espaço, o que reduz bastante o estresse e deixa o foco totalmente nos itens vendáveis.
A loja também evoluiu. Além de poder decorar e reorganizar tudo como quiser, agora existem buffs passivos que entram em ação conforme você vende itens pelo preço correto. Vender bem não é só sobre dinheiro imediato, mas sobre criar sinergias que aumentam seus ganhos a longo prazo. Um robozinho ajuda no armazenamento, enquanto sistemas de perks substituem algumas mecânicas mais trabalhosas, como a barganha direta com clientes, tornando a experiência mais relaxante.
E prepare-se para gastar dinheiro (mas o do jogo), porque aqui você vai usá-lo para várias coisas, como melhorar armas, armaduras, loja, mochila, personagem, poções… tudo compete pela atenção do seu ouro.
Um mercador, um lutador!

O combate é uma evolução clara em relação ao primeiro jogo. Ele continua fluido e satisfatório, mas agora, graças a visão 3D, ele oferece mais possibilidades táticas. Atordoar inimigos, usar ataques especiais das armas e lidar com monstros que voam ou atacam à distância adiciona uma camada estratégica bem-vinda.
Os chefes seguem uma estrutura mais tradicional, com múltiplas fases e padrões definidos. Em alguns casos, isso funciona bem; em outros, acaba alongando demais os confrontos, especialmente quando o jogo força o uso repetido de certas mecânicas, como o ataque com a mochila. Ainda assim, o combate nunca é entediante e se mantém como um dos pilares mais fortes do jogo.
Visual e trilha sonora: charme em outra dimensão

Visualmente, Moonlighter 2 é um salto enorme. A transição para o 3D foi feita com cuidado e mantém a identidade artística da série. Tresna é uma cidade viva, cheia de personagens carismáticos e criaturas vindas de outras dimensões, enquanto as masmorras variam bastante em tema e atmosfera.
A trilha sonora continua cumprindo muito bem seu papel, alternando entre faixas mais tranquilas na cidade e músicas mais intensas durante as incursões. Tudo trabalha junto para manter aquele clima meio aconchegante, meio perigoso, que define a série.
Considerações finais

Moonlighter 2: The Endless Vault é uma sequência ambiciosa e muito mais refinada que expande com sucesso o combate, a gestão da loja e a construção de mundo do jogo original, embora seu excesso de sistemas possa assustar inicialmente quem busca uma experiência mais relaxante.
A review de A.I.L.A foi realizada com uma cópia cedida pela 11 bit studios.
Distribuidora: 11 bit studios
Desenvolvedor: Digital Sun
Gênero: Roguelike, ação e aventura
Disponível para: PlayStation 5, Xbox Series e PC
Data de lançamento inicial: 19 de novembro de 2025
