Um dos maiores acertos da EA foi ter revivido sua franquia de futebol americano universitário. College Football 25 bateu recordes nos Estados Unidos e provou que nem só de Madden vive o homem. Antes de alcançarem o patamar profissional, todo atleta passa pelo ritual do torneio universitário – que é tão bom quanto a aclamada National Football League!
College Football 26 dá continuidade a essa nova era da franquia nos games com acertos notáveis, expandindo ainda mais o que já era bom no primeiro jogo. Obviamente, ainda possui alguns deslizes que o deixam longe de ser perfeito, mas para quem acompanha a liga da NCAA e não vê a hora de ver o início da temporada em agosto, ainda é um prato cheio!
Recriando tradições
Um dos pontos altos de College Football 26 está na imersão, que mergulha o jogador na atmosfera vibrante do futebol universitário. Desde a entrada em campo até o soar do apito final, o jogo entrega um espetáculo muito próximo do que assistimos na TV aos sábados.

Os mascotes fazendo suas dancinhas, as bandinhas fazendo suas apresentações coreografadas e muitos dos famosos “rituais” das torcidas se fazem presentes aqui. A fidelidade com que cada time é retratado, respeitando tradições únicas, é um deleite para os fãs — e um diferencial importante na construção da identidade do jogo.
A EA trouxe um destaque maior para as tradicionais rivalidades, que sempre foram e sempre serão muito importantes para o circuito universitário. O jogo trata esse aspecto com o peso que ele merece, apresentando mais de 80 confrontos históricos com introduções personalizadas, gráficos temáticos e até comentários específicos dos narradores.
A adição de uma sala de troféus que guarda conquistas como o cobiçado Heisman Trophy, títulos nacionais e troféus de rivalidades adiciona um elemento colecionável que incentiva a progressão constante. Isso não apenas reforça o valor de cada partida, mas também aumenta aquele sentimento de conquista a cada vitória.

Se tratando da jogabilidade, College Football 26 refina elementos já sólidos de seu antecessor e melhora alguns pontos críticos. O ritmo das partidas é mais cadenciado, o que favorece a leitura tática e o uso inteligente das jogadas. Os quarterbacks estão mais variados, com estilos que se adaptam ao biotipo e postura de cada atleta, enquanto os passes ganharam mais precisão e peso.
O mesmo pode ser dito dos wide receivers e da defesa, que trazem movimentos mais realistas e reações críveis. Tudo se desenrola de forma mais natural em campo, garantindo mais realismo para a jogatina.
Modos de jogo
O modo Dynasty, favorito entre aqueles que preferem o lado tático da coisa, ganhou mais profundidade com um sistema de recrutamento bem complexo. Agora é possível analisar prioridades dos atletas, como seus interesses e inclinações, intensificando as negociações na tentativa de convencer jovens promessas a ingressarem na sua universidade. O mesmo pode ser dito da janela de transferências.

Já o Road to Glory, o clássico modo carreira, apresenta uma estrutura mais organizada, com desafios variados e decisões que impactam o desempenho e a trajetória do seu personagem. Infelizmente, esse é um modo que ainda se perde muito dentro da sua proposta, mas ao menos não falha em ser divertido.
Apesar das boas intenções, o modo carreira ainda apresenta certa desconexão entre os desafios propostos e o contexto das partidas. Em alguns momentos, o jogador é penalizado por falhas que não são inteiramente culpa sua, como depender de uma linha ofensiva fraca ou ter que cumprir estatísticas fora da realidade da partida. Isso é bem frustrante, especialmente nos níveis mais altos de dificuldade.
Ao entrar na universidade dos sonhos, chega o momento de começar a mostrar serviço para ganhar a posição de titular – o que também pode ser problemático. Muitas vezes, ao não se dedicar inteiramente aos estudos, seu personagem pode ser reprovado nas provas semestrais e perder todo o seu progresso. Ainda é um sistema pouco balanceado que precisa de muitos ajustes.

Outro incômodo vem das sugestões de jogadas oferecidas pela inteligência artificial. Embora funcionais, elas são extremamente repetitivas, limitando o leque tático de quem prefere seguir a orientação do jogo. Isso obriga o jogador a navegar manualmente pelos playbooks, o que pode quebrar o ritmo da partida para quem busca uma experiência mais fluida e dinâmica.
Mesmo com os deslizes, College Football 26 consegue fazer o que se espera de uma sequência: consolidar acertos do passado e corrigir parte dos seus erros. A imersão proporcionada pela atmosfera universitária, combinada com a profundidade tática da jogabilidade e o tratamento especial dado às rivalidades, coloca o título entre os melhores simuladores esportivos do ano. Embora não seja perfeito, o saldo final é positivo.