A Nintendo divulgou um comunicado oficial negando que tenha feito qualquer tipo de contato com o governo japonês sobre o uso de inteligência artificial generativa. A declaração veio após alegações de que a empresa estaria fazendo lobby para pressionar regulações ou barrar o uso dessa tecnologia, sobretudo para proteger sua propriedade intelectual.
A polêmica começou com um post de Satoshi Asano, membro da Câmara dos Representantes do Japão, no qual afirmava que a Nintendo vinha “evitando o uso de IA generativa para proteger seus ativos de propriedade intelectual” e estaria “engajada em atividades de lobby junto ao governo”.
Após a Nintendo emitir a negação, Asano removeu o post original e publicou um pedido de desculpas, admitindo que não havia confirmado os fatos antes de compartilhar a alegação.
No comunicado publicado nas redes sociais da empresa, a Nintendo afirmou: “Em contraste com discussões recentes na internet, a Nintendo não teve nenhum contato com o governo japonês sobre IA generativa. Seja com IA generativa envolvida ou não, continuaremos a tomar ações necessárias contra a infração dos nossos direitos de propriedade intelectual”.
O presidente da Nintendo, Shuntaro Furukawa, em resposta a perguntas de investidores, disse que a empresa, embora aberta às inovações tecnológicas, por enquanto não tem planos de utilizar IA no desenvolvimento de jogos – em parte pelos riscos que isso representa para direitos autorais.
Ele ressaltou que a Nintendo possui décadas de experiência na criação de jogos e que muito da sua identidade está justamente na capacidade criativa do seu time, nas ideias humanas, nos aspectos artísticos e de design que não podem ser substituídos por tecnologia.
Essa posição da Nintendo se insere em um debate global crescente: muitas empresas do ramo de entretenimento têm enfrentado pressão para definir como usar IA generativa sem violar direitos autorais, respeitar criadores, evitar cópia não autorizada de estilos ou conteúdos existentes, além de preocupações éticas.
No Japão, esse debate tem uma importância adicional, porque as leis de direitos autorais são rígidas e há uma tradição de forte proteção das propriedades intelectuais.
Embora a Nintendo tenha negado que esteja fazendo lobby neste momento, seu discurso deixa claro que a empresa segue vigilante. Sua fala sugere que a empresa está preparada para agir legalmente em casos de uso indevido das suas criações, independentemente de envolver tecnologia de IA ou não.