Chegar à 2026 com uma série anual é uma conquista que poucas franquias conseguem ostentar. Just Dance continua sendo aquele jogo que arranca risadas, desafia amizades e transforma qualquer reunião em festa. Mas depois de tantos anos no palco, é inevitável a pergunta: será que a Ubisoft ainda quer — ou consegue — inovar? Just Dance 2026 Edition chega com novas faixas, visual cada vez mais vibrante, um modo voltado para festas rápidas… e ao mesmo tempo reforça a sensação de que a franquia está no caminho certo para a longevidade
Dance, dance e dance
A base permanece exatamente como conhecemos: seguir os movimentos do coach na tela usando o celular ou câmera, receber pontuação e dançar até cansar. A boa notícia é que os ajustes na leitura dos movimentos e a fluidez da interface fazem tudo parecer mais natural e acessível — especialmente para quem não tem costume nenhum com videogames.

A principal novidade, o Modo Party, é realmente eficiente no que se propõe: eliminar paradas, manter o clima da festa sempre ativo, e criar aquele caos organizado onde cada um dança de um jeito mais desajeitado que o outro. Funciona muito bem com grupos. Funciona melhor ainda quando já existe música rolando e a galera está no clima.
Mas a verdade é que, para o jogador dedicado, aquele que fecha o jogo no meio da semana só para treinar uma coreografia, quase não há o que descobrir. A falta de progressão mais profunda segue sendo o grande calcanhar de Aquiles da franquia. Não existe um incentivo real para evoluir, desbloquear algo significativo ou criar um vínculo contínuo com o jogo. Jogou, riu, suou… e desligou.
Trilha sonora e conteúdo
O pacote de cerca de 40 músicas novas acerta em cheio no equilíbrio entre nostalgia e hits atuais. A mistura de APT. de ROSÉ e Bruno Mars com All Star do Smash Mouth cria uma playlist irresistível para diferentes idades e gostos. É o tipo de seleção que faz todo mundo querer entrar na rodada — da criança fã de desenhos animados até o tio que insiste que era um bom dançarino nos anos 2000.

Só que, mais uma vez, o número de faixas do jogo base parece reduzido demais para quem compra a franquia ano após ano. A sensação é que uma parte importante da experiência está guardada atrás da assinatura Just Dance+, que, embora muito mais organizada e funcional agora, passa a impressão de que o jogo físico se tornou apenas a porta de entrada de um serviço contínuo.
Visual e aspectos técnicos
Os vídeos das coreografias seguem encantando: cores estouradas, personagens estilizados, efeitos digitais que combinam com o ritmo da música. Está tudo ali para deixar o jogo bonito de ver — mesmo quando ninguém acerta um único movimento. Há também uma leve melhora de desempenho em comparação a anos anteriores, principalmente no delay de leitura.

Ainda assim, continuam aparecendo pequenos soluços dependendo da plataforma, e a interface é praticamente a mesma de sempre. Just Dance não evoluiu na estética a ponto de surpreender a nova geração — apenas manteve o padrão que já domina desde o Wii.
Devo comprar?
Just Dance 2026 Edition é indiscutivelmente divertido. Cumpre sua função melhor do que quase qualquer outro jogo social do mercado. Só que, depois de tantos anos, já não dá para fingir que o formato ainda surpreende. A Ubisoft encontrou um piloto automático confortável e não parece com muita pressa de desligá-lo.
Se você quer o jogo ideal para animar festas, encontros e feriados em família, esta edição é um acerto absoluto. Mas se você já dançou a mesma música nas últimas versões e esperava algo ousado, transformador ou simplesmente diferente… talvez seja melhor esperar o próximo passo, seja na coreografia ou na própria evolução da série.