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A IO Interactive continua expandindo seu universo com a nova DLC The Banker, parte do pacote World of Assassination. Trata-se de uma adição discreta, porém estilosa, que traz de volta um dos alvos mais marcantes da série Elusive Targets, agora com roupagem renovada e ambientação inspirada no universo de espionagem mais famoso do cinema. Embora tecnicamente contido, o conteúdo oferece uma combinação única de atmosfera cinematográfica, tensão e um toque de nostalgia para veteranos da franquia.
Le Chiffre no universo Hitman
No cerne da expansão está o retorno do personagem The Banker, um vilão com ar europeu interpretado pelo sempre ameaçador Mads Mikkelsen (o mesmo Le Chiffre de Casino Royale). Ainda que não haja envolvimento oficial da marca James Bond, é impossível ignorar as semelhanças: um cassino luxuoso, uma aposta de vida ou morte e uma figura glacial que parece saído diretamente de um filme da era Craig. A narrativa gira em torno de uma missão de alto risco no fictício Casino Monarchique, ambientado no já conhecido Palais de Walewska (Paris), mas agora transformado em um suntuoso espaço para apostas milionárias. Nesse ambiente onde o glamour esconde perigos a cada canto, o Agente 47 deve eliminar seu alvo com precisão cirúrgica — e sem direito a erros.

A missão resgata a estrutura clássica dos Elusive Targets, nos quais o jogador tem uma única chance de concluir o objetivo. Se falhar, não há segunda tentativa. Isso reforça o elemento de tensão que sempre permeou esse modo, tornando cada decisão crítica e elevando o peso das ações. A diferença aqui é que, ao adquirir o pacote The Banker, o contrato entra de forma permanente no modo Arcade, sob o nome The Monarchique, permitindo que os jogadores revisitem a missão em duas fases distintas, com cooldown de 12 horas entre cada tentativa. É uma maneira inteligente de preservar a essência do Elusive Target, mas sem torná-lo inacessível com o tempo.
Matando a saudade do Agente 47
Em termos de jogabilidade, a missão tem ritmo lento e meticuloso. Há espaço para disfarces, infiltrações, exploração e criatividade — embora em um grau menor do que em contratos sandbox tradicionais. O alvo principal, Le Chiffre, está profundamente inserido no cenário VIP do cassino e cercado de segurança reforçada, o que exige observação cuidadosa e estratégias indiretas. É possível sabotar o jogo de pôquer, envenenar bebidas ou usar o ambiente contra ele — mas há limitações. Muitos jogadores notaram que a estrutura do roteiro guia demais as ações, tirando parte da liberdade que define a franquia. Ainda assim, para quem aprecia missões com atmosfera bem definida, The Banker oferece uma experiência cinematográfica tensa e envolvente.

Além da missão, a DLC entrega um pacote completo de recompensas cosméticas. Entre elas, destaca-se o traje King of Cards, uma elegante roupa de gala para o Agente 47, além de uma pistola silenciada estilizada, uma corda temática e um chip exclusivo com o valor simbólico de 1.000.000 de créditos do cassino. Os itens podem ser usados no Freelancer Safehouse, enriquecendo a estética do jogo e oferecendo novas formas de personalização. É um bônus bem-vindo, ainda que puramente cosmético, e funciona como um agrado para fãs que gostam de customizar sua experiência.
Problemas?
Contudo, nem tudo são flores. O design do mapa, apesar da repaginação visual, é quase idêntico ao layout de Paris, o que pode decepcionar quem esperava um ambiente completamente novo. Além disso, a rigidez do roteiro da missão — onde as opções de eliminação são mais limitadas do que o esperado — acaba reduzindo o potencial sandbox que tanto caracteriza HITMAN. Outro ponto de crítica vem da comunidade de PC: usuários relataram que a DLC está sendo tratada como consumível, o que impede o uso compartilhado via biblioteca familiar na Steam, algo que não acontece nas versões de console. Isso gerou certa frustração e levou parte do público a reconsiderar a compra, especialmente quem joga em família ou compartilha contas.
Desde o lançamento de Hitman 3, a ausência de legendas em português do Brasil tem gerado frustração entre os jogadores brasileiros. Nas redes sociais, as críticas são constantes, especialmente porque os dois títulos anteriores da trilogia – Hitman 1 e Hitman 2 – foram totalmente localizados para o nosso idioma. A falta de continuidade na acessibilidade linguística é vista por muitos como um retrocesso por parte da IO Interactive.
Devo comprar?
Ainda assim, quando observado pelo que oferece, The Banker cumpre bem o seu papel. Não é uma revolução na fórmula de HITMAN, mas é uma adição refinada, atmosférica e com uma dose generosa de estilo. Serve tanto como fan service quanto como mais uma peça interessante no quebra-cabeça do World of Assassination. Jogadores que valorizam a imersão, a narrativa elegante e a tensão de um contrato único encontrarão aqui um desafio envolvente, digno do legado da série.
No fim das contas, The Banker é mais do que um contrato. É uma homenagem disfarçada a Casino Royale, um tributo ao suspense clássico de espionagem e uma chance de vestir o terno, segurar a pistola e fazer parte de um jogo onde a falha não é uma opção. Se você procura estilo, desafio e um pouco de nostalgia, essa é uma aposta certeira.