A edição de 2026 do Grammy finalmente revelou sua lista de indicados para a categoria Melhor Trilha Musical de Video Games e Outras Mídias Interativas, mas gerou indignação pelo fato do premiado RPG francês Clair Obscur: Expedition 33 não ter sido sequer indicado.
O jogo, desenvolvido pela Sandfall Interactive e com trilha sonora composta por Lorien Testard, acumulou elogios da crítica, altas vendas e visibilidade além da indústria de games — sua trilha chegou ao topo das paradas da Billboard Classical por semanas. Com isso, muitos fãs e especialistas questionam como um título com tal alcance e reconhecimento foi deixado de fora.
Entre os indicados na categoria deste ano estão os jogos Avatar: Frontiers of Pandora – Secrets of the Spires, Helldivers 2, Indiana Jones and the Great Circle, Star Wars Outlaws: Wild Card & A Pirate’s Fortune e Sword of the Sea. Da lista, duas indicações são referentes a DLCs.
O sentimento de injustiça foi reforçado por figuras respeitadas no meio, como o compositor Austin Wintory (veterano em prêmios de trilha sonoras de games), que chegou a declarar que “trocar de lugar com Expedition 33” seria algo que faria feliz-mente. Wintory está concorrendo ao prêmio com Sword of the Sea.
Para o público, o ocorrido levantou debates sobre os critérios da Recording Academy para apreciação de obras de games, sobre visibilidade de produções independentes e sobre o quão bem o formato dos prêmios abraça o universo de videogames como mídia artística.
Embora o jogo ainda possa conquistar outros prêmios, essa “lacuna” no reconhecimento do Grammy é vista como um lembrete de que, mesmo em meio a avanços para valorizar a música de videogames, há barreiras estruturais, visibilidade e políticas de submissão que podem deixar incríveis trabalhos fora das listas mais visíveis.