Graças a franquias como Yokai Watch e Professor Layton, a Level-5 conquistou um espacinho especial em nossos corações – mas é fato que ela anda meio sumida nos últimos anos. Passamos um bom tempo nos perguntando quando o estúdio japonês finalmente faria seu grande comeback e felizmente esse momento finalmente chegou. Fantasy Life está de volta!
Já faz uma década que o primeiro Fantasy Life foi lançado no 3DS e, mesmo não tendo se tornado um sucesso massivo, quem jogou certamente nunca desistiu de uma sequência. Fantasy Life i: The Girl Who Steals Time pode não ser exatamente o que esperávamos, mas ainda é uma continuação riquíssima em conteúdo e extremamente divertida.
Novos horizontes
Fantasy Life i: The Girl Who Steals Time expande a fórmula de Level-5 de jeitos pouco originais, mas que definitivamente funcionam. Mais uma vez, temos o casamento perfeito entre RPG e simuladores de vida, só que agora trazendo uma inspiração pesada em Animal Crossing: New Horizons e The Legend of Zelda: Breath of the Wild.

Neste jogo, você deve escolher uma entre 14 classes diferentes (que aqui são chamadas de Life Classes) para começar sua vida em Reveria, a ilha onde se passa a aventura. Em suma, essas classes se dividem nas categorias Crafting, Gathering e Combat, indicando em qual aspecto ela é mais vantajosa – o que também definirá como será sua rotina de gameplay.
Naturalmente, temos algumas classes novas em Fantasy Life i, mas nenhuma delas me impressionou. Particularmente, a de fazendeiro foi uma grande decepção, considerando que estamos falando de um jogo cozy que se encaixa perfeitamente no famoso gênero dos simuladores de fazenda. As skills de fazendeiro são totalmente limitadas e, no geral, o jogo fica apenas chato.
Ainda assim, é bem legal ir testando várias possibilidades para encontrar aquela que melhor atende a suas expectativas e necessidades. Em termos de conteúdo e liberdade, Fantasy Life i é impecável!

Já vi isso antes
Em relação às suas inspirações nos jogos da Nintendo, primeiramente é importante enfatizar que elas funcionam muito bem e combinam com a atmosfera do jogo. Quem conhece New Horizons e Breath of the Wild de cabo a rabo certamente vai achar que eles exageraram um pouco e que tudo está absurdamente parecido com os jogos originais – mas ninguém pode negar que ficou legal.
O lado BOTW se desenrola em Ginormosia, um extenso mapa aberto repleto de dungeons, torres e segredos a serem descobertos. Toda essa área está disponível de forma independente à campanha principal, então você pode explorá-la à vontade o quanto quiser. Sou um grande fã de Zelda, então sou suspeito quando digo que esse é um dos pontos altos de Fantasy Life i; explorar Ginormosia é muito divertido!

Já a herança de New Horizons se desenrola no vilarejo de Mystery, cuja proposta é idêntica ao best-seller da Nintendo. Temos ali um espaço que pode ser customizado à vontade, desde a parte estética até pontos mais profundos, como terraplanagem (que altera o relevo). Não chega a ser uma experiência tão imersiva quanto a de Animal Crossing, mas é me peguei “perdendo tempo” ali inúmeras vezes.
Somente por aí, já pode-se notar que Fantasy Life i: The Girl Who Steals Time tem muito a oferecer. Por mais que essas adições sejam pouco originais, elas contribuíram bastante com a expansão do jogo como sequência – caso contrário, teríamos apenas um novo título com uma premissa basicamente idêntica à do primeiro.
Salto geracional
Começamos fazendo esta análise no primeiro Switch e, eventualmente, o Switch 2 foi lançado, o que nos permitiu finalizá-la na geração seguinte. A versão de Switch 1 está funcionando surpreendentemente bem, com framerate estável e um visual bonitinho (apesar das imperfeições gráficas serem bem evidentes).

Se no primeiro já era bom, no Switch 2 fica ainda melhor! As texturas ficam muito mais limpas, o framerate mais alto e o tempo de carregamento é reduzido drasticamente. A melhor parte é que o upgrade para a versão de Switch 2 custa apenas R$ 11 na eShop brasileira, então vale bastante a pena fazer esse investimento.
Mesmo que não seja um jogo com um foco muito grande em gráficos, é bem nítido como um salto tecnológico pode incrementar essa experiência. Além disso, o jogo possui músicas compostas pelo lendário Nobuo Uematsu, então nada mais justo do que aproveitá-lo em sua melhor forma!
Fantasy Life i: The Girl Who Steals Time é uma sequência com cara de sequência – e apesar de parecer uma afirmação maluca, é algo que precisamos valorizar. Nem todo jogo recebe uma continuação que transmite essa ideia, mas a Level-5 conseguiu entregar (muito graças à Nintendo, diga-se de passagem). Tem diversão, conteúdo e “coziness” de sobra para todos!