A aguardada continuação da duologia que conquistou milhares de leitores pelo mundo finalmente chegou às prateleiras brasileiras. “Estrela Escura em Brasas, Neve Caindo em Cinzas“, segundo e último volume da série Canção do Último Reino de Amélie Wen Zhao, foi lançado pela Editora Gutenberg em maio de 2025, dando sequência ao sucesso de “Melodia Prateada, Chamas da Noite“.
Como destacamos no conteúdo sobre o primeiro volume, a obra de Amélie Wen Zhao conquistou leitores pela magistral mistura entre folclore chinês e fantasia épica. O segundo livro mantém essa essência, elevando a tensão e os conflitos a um nível ainda mais intenso.

Em “Estrela Escura em Brasas, Neve Caindo em Cinzas”, acompanhamos o momento mais crítico da saga. Após os eventos devastadores de “Melodia Prateada”, os Deuses Demônios despertaram e o Último Reino enfrenta sua maior ameaça diante dos colonizadores Elantianos. A narrativa apresenta Lan e Zen em caminhos completamente opostos, em uma decisão narrativa que adiciona camadas de complexidade emocional à trama.
Caminhos divergentes, destinos entrelaçados
Lan, portadora do poder do Dragão de Prata, acredita firmemente que eliminar os Deuses Demônios é a única forma de alcançar a paz verdadeira. Sua jornada a leva em busca de uma lendária arma, capaz de destruir essas entidades ancestrais. Do outro lado, Zen fez sua escolha ao vincular-se ao Tartaruga Negra, aceitando sacrificar corpo e alma para utilizar o poder dos próprios Deuses Demônios contra os invasores.

A genialidade de Zhao está em criar um conflito onde ambos os protagonistas possuem motivações válidas e profundamente humanas. Zen busca despertar um exército mágico adormecido nas terras de Mansorian, enquanto Lan persegue uma solução que considera mais definitiva. Ambos convergem para Shaklahira, a enigmática cidade que pode conter as respostas que ambos procuram.
A cidade de Shaklahira emerge como mais do que um simples cenário, mas sim um personagem por si só. Este antigo bastião do Tribunal Imperial, desaparecido desde a invasão Elantiana, carrega segredos que podem ser mais perigosos do que qualquer coisa enfrentada anteriormente pelos protagonistas. A cidade representa o passado perdido do Último Reino e, simultaneamente, a chave para seu futuro.
Um desfecho épico para uma jornada fantástica
Por trás disso tudo, o elemento mais devastador da narrativa reside na pergunta central que assombra Lan: será ela capaz de confrontar o garoto que ama e sacrificá-lo pela liberdade de seu povo? Este dilema transcende o romance típico de fantasia young adult, explorando temas profundos sobre sacrifício pessoal, dever cívico e o verdadeiro custo da liderança.

Com sua duologia, Amélie Wen Zhao consolidou-se como uma das vozes mais importantes da fantasia jovem adulta contemporânea. Seu amor profundo por viagens e pela exploração de novos mundos e culturas transparece em cada página de suas obras. A autora expressa o desejo de encorajar jovens leitores com mensagens de aceitação, força e coragem, expandindo continuamente os limites da literatura jovem adulta através da exploração de temas transculturais inovadores.
“Estrela Escura em Brasas, Neve Caindo em Cinzas” oferece um desfecho digno para uma duologia que redefiniu os padrões da fantasia. Amélie Wen Zhao consegue equilibrar ação épica, desenvolvimento emocional dos personagens e reflexões profundas sobre poder, sacrifício e identidade.

Para os leitores que se encantaram com “Melodia Prateada, Chamas da Noite”, este segundo volume representa não apenas uma conclusão satisfatória, mas uma confirmação do talento excepcional de Zhao em criar mundos complexos e emocionalmente ressonantes. A obra solidifica a posição da autora como uma das principais vozes da fantasia contemporânea, oferecendo uma jornada que permanecerá na memória dos leitores muito além da última página.