A review de Dragon Ball: Gekishin Squadra foi realizada com uma cópia cedida pela Bandai
Trazer Dragon Ball para um MOBA parece uma ideia interessante no papel: times de personagens clássicos, batalhas em duas rotas e aquela mistura de estratégia com ação. É exatamente isso que Dragon Ball: Gekishin Squadra, da Ganbarion, tenta entregar. O problema é que, apesar de alguns momentos divertidos e um elenco cheio de rostos conhecidos, o jogo acaba soando mais como um MOBA genérico com a marca colada por cima do que como algo realmente empolgante.
A proposta

Dragon Ball: Gekishin Squadra, desenvolvido pela Ganbarion para PC, PS4, PS5, Switch e celulares, tenta transportar o universo criado por Akira Toriyama para o gênero dos MOBAs. A fórmula segue o padrão já conhecido: duas equipes de quatro jogadores disputam espaço no mapa, evoluem seus personagens ao longo da partida e tentam derrubar a base inimiga.
Logo de início, o jogo apresenta quatro funções básicas para escolher: Dano, Tanque, Técnico e Flexível. Cada papel traz personagens icônicos da franquia adaptados para sua função. A divisão é clara, mas não traz grandes surpresas em comparação ao que já se espera de um MOBA tradicional.
Personagens e classes

O elenco é variado e cobre diferentes momentos da saga, com figuras conhecidas como Goku, Piccolo, Majin Boo e Androide 17. As classes têm diferenças visíveis: personagens de Dano focam em poder ofensivo, Tanques em resistência e Técnicos em suporte. Há também a possibilidade de invocar ajudantes para oferecer apoio extra durante os combates.
Transformações, como o Super Saiyajin, funcionam como picos de poder: alguns personagens começam mais fracos, mas se tornam dominantes após alcançar determinado nível. Ainda assim, a mecânica não consegue se destacar dentro do conjunto, soando mais como obrigação de fanservice do que como algo bem integrado ao ritmo das partidas.
Estrutura das partidas

As disputas acontecem em um mapa de duas rotas, com a recomendação de dividir a equipe em duplas. A progressão é feita eliminando inimigos e desbloqueando habilidades, em um sistema que pode ser automático ou manual, mas que não acrescenta complexidade real.
O objetivo central é derrotar os deuses da destruição que defendem cada lado do campo. Eles só ficam vulneráveis em momentos específicos, quando o Sr. Zen-Oh aparece, o que força ciclos de ataque e defesa. Existe também a possibilidade de vencer ao eliminar todo o time adversário de uma vez, mas isso raramente acontece.
Elementos táticos, como áreas de arbustos para emboscadas e inimigos neutros que concedem experiência extra, ajudam a criar variações, mas não o suficiente para manter a experiência fresca por muito tempo.
Gameplay e ritmo

Na prática, a jogabilidade segue um ritmo previsível. As partidas começam lentas, aceleram conforme os personagens desbloqueiam novas habilidades e culminam em investidas decisivas contra os deuses inimigos. O sistema de “Explosão Gekishin” funciona como golpe especial, mas sua execução lenta e vulnerável deixa a mecânica mais frustrante do que recompensadora.
Apesar de algumas animações chamativas que evocam a estética de Dragon Ball, o combate carece de impacto. A sensação é de estar diante de um MOBA genérico com uma camada temática da franquia por cima, sem identidade própria ou inovações que justifiquem sua existência.
Além de genérico, a poluição visual na tela atrapalha bastante. Toda hora tem algo grande piscando na tela, e a descrição dos objetivos ficam em cima dos personagens, atrapalhando a visão no mapa.
Progressão e modelo de negócio

O jogo é free-to-play e, embora no teste vários personagens estivessem disponíveis desde o início, é difícil não enxergar como as microtransações vão ditar o ritmo da experiência na versão final. Esse aspecto pode transformar o processo de desbloqueio em um obstáculo maior do que deveria, afastando quem busca uma experiência justa.
Considerações finais

No fim, Dragon Ball: Gekishin Squadra é um MOBA básico, com personagens conhecidos e algumas ideias de mapa interessantes, mas que logo se torna repetitivo. Funciona como passatempo rápido para fãs da série, mas não entrega nada de novo ou marcante para quem busca um jogo mais profundo em um gênero bastante saturado.
Distribuidora: Bandai Namco
Desenvolvedor: GANBARION
Gênero: MOBA
Disponível para: PlayStation 4, PlayStation 5, Android, iOS, Nintendo Switch e PC
Data de lançamento inicial: 5 de setembro de 2025
