Uma das principais novidades do Nintendo Switch 2 é a função mouse dos seus Joy Cons, que abre um leque de possibilidades em termos de jogabilidade para os desenvolvedores mais criativos do mundo. Drag x Drive surge como uma experiência singular para o console, visando explorar por completo esse novo recurso.
O jogo combina basquete em cadeira de rodas com controles que reproduzem os movimentos reais de “girar” com o modo mouse. Assim como Arms do Switch 1, esse é mais um daqueles títulos com teor de tech demo, cuja existência se justifica apenas pela proposta de apresentar a capacidade do console em seus primeiros meses de vida.
Basquete diferenciado
A proposta de controlar sua cadeira de rodas através do deslizar de dois mouses é bastante original e nisso o jogo acerta. O empurrar e girar dos Joy Cons desencadeia vibrações que simulam texturas – e o gesto de arremesso com uma inclinação do pulso traz um elemento físico que reforça o papel das suas mãos nesse esporte.

Ao conquistar uma certa coordenação, é possível sentir o espírito de um game esportivo de uma forma bastante única – mas a curva de aprendizado é muito alta. Uma vez que a mecânica for dominada, a experiência se torna mais divertida e estratégica, de certa forma recompensando seu esforço.
Por outro lado, suas mecânicas tornam o jogo extremamente exaustivo. Em menos de uma hora de jogatina, você começará a sentir dores nos braços e pulsos, mesmo que esteja jogando em uma superfície adequada. Quem estiver improvisando os mouses em alguma base pouco apropriada (como nas pernas) mal conseguirá aguentar três partidas.
Como não há suporte para um método mais tradicional de jogo, você fica preso a um sistema que se autossabota. Dificilmente temos vontade de jogar mais do que três partidas de Drag x Drive – e não é por falta de diversão, mas sim porque pilotar essas cadeiras de rodas exige um esforço descomunal!

Muito esforço, pouco conteúdo
Além das partidas, o jogo oferece um conjunto sólido de desafios para treinar suas habilidades, mas a variedade de modos de jogo é escassa. Não há competições profundas, customização significativa ou progressão envolvente, limitando o jogador ao basquete ou a minigames simplórios.
O visual é outro ponto pouco apelativo, indo totalmente contra os padrões da própria Nintendo, que costuma criar jogos visualmente muito charmosos. Tudo em Drag x Drive é estéril e monocromático, ambientado em uma arena genérica sem vida. O mesmo pode ser dito dos atletas (chamados de Drivers), que não possuem um pingo de carisma ou estilo.
Drag x Drive é uma ideia ousada, trazendo um experimento esportivo que tenta explorar o que os novos Joy-Con 2 podem fazer a mais. O conceito de basquete em cadeira de rodas controlado por gestos entrega alguns momentos divertidos e breves flashes de genialidade – especialmente para partidas ocasionais com amigos. O feedback tátil e a imersão em certos arremessos são, por vezes, satisfatórios.

Porém, a execução apresenta falhas. Os controles exigem muito do jogador fisicamente, enquanto a falta de modos adicionais, a estética sem sal e a curtas sessões possíveis sem cansaço físico o transformam mais em uma curiosidade tecnológica do que em um título com apelo duradouro. É divertido por um período, mas você dificilmente vai se sentir motivado para jogá-lo mais vezes uma vez que finalizar sua jogatina.
Se você procura algo diferente, experimental e gosta de jogar algumas partidinhas rápidas, vale a pena ao menos testar Drag x Drive. Contudo, tenha em mente que não existe nenhuma forma eficaz de jogar este jogo de uma forma confortável.
