Os episódios 3 e 4 de Dispatch mostram o jogo atingindo um novo nível de maturidade narrativa. Depois de apresentar seus personagens e o caos do grupo nos capítulos iniciais, a história agora coloca o jogador em situações mais pessoais, onde cada decisão parece ter peso real nas relações e no andamento da trama. É o momento em que o humor e a sátira do mundo de Dispatch se misturam com dilemas mais sérios e a série começa a mostrar o quanto é capaz de surpreender.
Episódio 3 – Rotatividade

O terceiro episódio de Dispatch aprofunda ainda mais o caos e os conflitos internos da equipe, colocando o jogador diante de uma das decisões mais tensas até agora: a saída de algum membro do grupo. A dinâmica entre os personagens atinge um novo patamar de instabilidade, e o jogo traduz isso de forma brilhante por meio da jogabilidade, que agora incorpora sabotagens e falhas inevitáveis nas missões.
O destaque aqui é como o design do episódio reforça o tema central da história: lidar com um grupo de “heróis” que ainda se comportam como vilões. Em vez de buscar o sucesso conjunto, cada membro parece mais interessado em atrapalhar o outro, o que gera momentos de frustração e humor negro em igual medida.
O sistema de escolhas se torna mais impactante na narrativa, mas ainda assim é algo forçado pela história e não pelas suas escolhas durante o episódio. Mesmo assim, a decisão que encerra o episódio é uma das mais difíceis da série até agora, alterando de forma permanente as interações e o clima dentro do grupo. É um capítulo que combina perfeitamente narrativa e mecânica, mostrando o melhor que Dispatch tem a oferecer.
Episódio 4 – Reestruturação

Se o episódio anterior desmontou a equipe, Reestruturação começa o processo de … bem, o nome já diz, mas a reestruturação é feita de maneira surpreendentemente emocional. Com uma vaga em aberto, o jogador precisa decidir quem entrará para o time, e essa simples escolha muda completamente a dinâmica dos personagens. E nesse episódio, suas escolhas devem se tornar mais impactantes no que estar por vir.
O foco aqui não está apenas nas missões, mas nas relações. O episódio mergulha em conversas mais pessoais com figuras centrais do universo de Dispatch, revelando camadas de vulnerabilidade e até melancolia entre os “super-heróis”. É uma pausa bem-vinda para o ritmo caótico da história, dando espaço para que o elenco se desenvolva e novas tensões apareçam.
Mesmo com menos ação direta, Restructure reforça o que torna Dispatch tão envolvente: o poder de suas escolhas. Cada decisão parece moldar o futuro das relações dentro da equipe, e o episódio termina com uma reviravolta significativa, e como falei mais cedo, uma daquelas promete deixar marcas no restante da temporada.
Considerações finais

Os episódios 3 e 4 consolidam Dispatch como uma das experiências narrativas mais criativas do ano. O jogo continua evoluindo a cada capítulo, alternando entre caos, drama e sátira com naturalidade . As decisões do jogador agora começam a parecer menos decorativas, afetando o tom e provavelmente o futuro da temporada. Se os primeiros episódios serviram como introdução ao mundo excêntrico de Dispatch, esses dois mostram o coração do jogo: um retrato divertido e surpreendentemente humano sobre trabalho em equipe, ego e redenção.
A review de Dispatch foi realizada com uma cópia cedida pela AdHoc Studio.
Distribuidora: AdHoc Studio
Desenvolvedor: AdHoc Studio
Gênero: Narrativa visual
Disponível para: PlayStation 5, XBox Series e PC.
Data de lançamento inicial: 30 de outubro de 2025
