Após o fracasso monumental de Concord, a Sony redefiniu sua abordagem para tolerância ao risco em seus estúdios. “Não quero que as equipes joguem sempre no seguro, mas gostaria que, quando falharmos, seja cedo e de maneira econômica”, disse Hermen Hulst, diretor da divisão PlayStation Studios, em entrevista ao Financial Times.
Esse posicionamento representa um divisor de águas. Concord, jogo de serviço desenvolvido pela Firewalk Studios, foi lançado em agosto de 2024 e retirado do mercado apenas duas semanas depois, após críticas negativas e baixa aceitação. Estimativas apontam que o projeto custou entre 250 e 400 milhões de dólares.
Em resposta, Hulst ressaltou que a Sony implementou testes mais rigorosos e frequentes, reforçando a supervisão e compartilhamento de práticas entre estúdios internos. Agora, existe maior cooperação entre equipes e executivos, com horas dedicadas a jogar os projetos antes de sua liberação.
O objetivo estratégico vai além de evitar prejuízos financeiros: Hulst quer que os estúdios pensem grande e criem novas franquias que possam crescer como Astro Bot e The Last of Us, ampliando a força da marca PlayStation. Ele ainda pontua que o sucesso virá da diversidade de experiências e comunidades, não da quantidade de lançamentos de jogos de serviço – indo na contramão da mentalidade que a marca estava seguindo até pouco tempo.
Com essa postura, a Sony assume que falhas são inevitáveis — mas agora espera que ocorram de forma controlada, reduzindo os custos inerentes e preservando recursos para fortalecer projetos promissores.
