Koji Sugimoto, veterano da Square Enix e da franquia Final Fantasy, não esconde sua aversão à onda de jogos independentes que imitam o visual low-poly característico da era PS1. Foram descobertas diversas postagens em seu perfil no X em que Sugimoto critica o apelo nostálgico dos visuais retrô, principalmente porque grande parte do que é replicado eram falhas gráficas da época.
“Eu realmente odeio esse tipo de coisa”, declarou o desenvolvedor. “Se a tecnologia evoluiu tanto, por que voltar a um visual que era limitado pela época? Prefiro que usem os recursos modernos para criar algo novo e surpreendente.”
Nos últimos anos, o meio indie popularizou o uso de texturas de baixa resolução em jogos modernos, incluindo modelos 3D simplificados e efeitos que simulam as limitações de hardware dos anos 1990. Para muitos criadores, essa estética não é apenas nostalgia, mas também uma ferramenta criativa para transmitir atmosferas únicas e homenagear o passado dos games.
Sugimoto, no entanto, acredita que a indústria deveria evitar depender do passado como muleta criativa. Segundo ele, parte do fascínio da era PS1 vinha justamente da tentativa dos desenvolvedores da época de superar barreiras técnicas – e não de celebrá-las.
“Na época, tentávamos evitar essas distorções em um esforço inútil; agora, chamam isso de “sabor” comentou o dev ao republicar o vídeo de um personagem low-poly. A opinião do desenvolvedor gerou debate nas redes sociais, com alguns fãs concordando que o excesso de jogos “retrô” pode saturar o mercado, enquanto outros defendem que o estilo é válido como expressão artística.
Apesar da polêmica, o próprio Sugimoto afirmou que respeita o trabalho dos criadores independentes, mas reforçou que, em seus projetos, pretende sempre buscar o “estado da arte” em gráficos e tecnologia — filosofia que ele segue desde os tempos de Final Fantasy IX.
Curiosamente, a própria Square Enix ainda surfa nesta mesma onda. No remake de Final Fantasy VII, temos a recriação desse visual low-poly no minigame Fort Condor. Já outros títulos, como os remakes de Dragon Quest e o recém-anunciado The Adventures of Elliot: The Millennium Tales, têm explorado um visual 2D levemente “tridimensional”, que se mantém fiel ao seu valor nostálgico.
