Parece loucura, mas já faz 12 anos que o primeiro Bravely Default fez sua estreia no 3DS! O que a princípio nasceu como uma franquia exclusiva de terras nipônicas se provou um sucesso inesperado no ocidente, levando a Square Enix a lançar uma bela sequência e, agora, um belo remaster para o novo Nintendo Switch 2.
Sem tirar nem pôr, Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster é exatamente aquilo que você pode esperar: uma versão em alta definição deste grande JRPG. Ele não traz muitas novidades e o pouco que podemos chamar de novo não chega a ser adições muito relevantes – mas definitivamente vale a pena revisitá-lo na nova casa da Nintendo.
Além do básico
Se você deixou o primeiro escapar na era 3DS, pode ser que Bravely Default te engane nas suas primeiras horas de jogo. De início, ele parece ser um JRPG perfeitamente comum e um tanto clichê, trazendo uma trama básica do bem contra o mal em sua forma mais pura. Seguindo a tradição dos combates por turno, tudo aparenta ser mais do mesmo – mas ele não deixa de surpreender com o passar do tempo!

Neste jogo conhecemos o mundo de Luxendarc, que encara uma grande calamidade após seus quatro cristais elementais serem consumidos por trevas. Isso por si só já é bem clichê, especialmente se você é fã de Final Fantasy – a Square Enix adora enfiar cristais em tudo! Nosso protagonista é um garoto chamado Tiz, que se junta a uma garota chamada Agnes para encontrar uma forma de salvar seu lar.
Jogando em um ritmo tranquilo, a campanha dura em média 50 horas. Essas 50 horas estão repletas de plot-twists surpreendentes que trazem novos rumos para a história, então não espere que Bravely Default se mantenha apenas no “arroz e feijão”.
O mesmo pode ser dito dos combates, que ainda se apoiam em um sistema mais que manjado. Contudo, aqui temos uma mecânica diferente – que por sinal é o que dá nome ao jogo. Com a ação Brave, você pode adiantar até três turnos do seu personagem para soltar uma grande sequência de ataques, enquanto o Default lhe permite estocar turnos para o futuro.

Isso adiciona uma nova camada de estratégia às batalhas, permitindo que você encerre confrontos contra inimigos comuns rapidamente ou traga grandes reviravoltas em combates mais complicados. Outro detalhe legal é que você também pode alterar a frequência dos encontros aleatórios, podendo reduzir para aproveitar melhor a exploração ou aumentar para facilitar no grind.
Bravely Default também traz um sistema refinado de classes, podendo combinar diferentes especializações para criar personagens extremamente apelões. Além de dar uma nova dinâmica à parte estratégica do combate, ele também nos dá liberdade para criar personagens mortais, o que é ótimo.
O que tem de novo?
Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster não é uma daquelas remasterização repletas de extras e conteúdo adicional. Nem mesmo o upgrade gráfico é algo tão absurdo, apesar de se manter dentro do esperado.

O 3DS rodava seus jogos na incrível resolução de 240p, então experimentá-lo em Full HD com 60 fps é realmente de explodir cabeças. Perder a praticidade da segunda tela costuma ser negativo para a experiência, mas em nenhum momento senti falta desse recurso no meu tempo jogando este remaster.
Os recursos relacionados ao StreetPass também foram adaptados no Switch 2. Agora, você pode compartilhar dados com outros jogadores através de NPCs chamados Passing Souls; com esse recurso, é possível obter algumas habilidades de outras pessoas que estejam jogando. Não é lá uma função que você vai querer utilizar muito, mas pode ajudar vez ou outra em casos de emergência.

Por fim, tivemos a adição de dois minigames um tanto aleatórios que exploram as funções de mouse do Joy Con 2. Um deles traz um desafio rítmico, enquanto no outro pilotamos a nave dos personagens. É tudo bem simples, mas o fator novidade dos controles-mouse os deixam mil vezes mais legais do que parecem! Conforme você avança na campanha, é possível desbloquear mais coisas nesses minigames, enquanto eles lhe recompensam com uma moeda para comprar itens especiais.
Dito isso, Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster traz uma experiência renovada do “clássico”, mas que não foge quase nada daquilo que você já pode ter jogado no 3DS. Para alguns, isso pode soar decepcionante, mas apenas reforça como o original já era excelente e envelheceu como um bom vinho. Se você está à procura de jogos para jogar no seu novo Switch 2, pode ir sem medo!