A Rockstar Games entrou em uma polêmica após demitir entre 30 e 40 funcionários que trabalhavam em seus escritórios no Reino Unido e Canadá. As demissões, realizadas na última quinta (30), foram reportadas a Bloomberg por fontes ligadas ao Independent Workers’ Union of Great Britain (IWGB), que alegam que todos os demitidos faziam parte de um grupo privado no Discord voltado para organizar uma associação de trabalhadores dentro da empresa.
Segundo o IWGB, “todos os funcionários foram demitidos por terem participado ou estarem envolvidos em esforços de sindicalização”, tornando esse um dos casos mais graves de repressão sindical da indústria de jogos. Em resposta, a controladora da Rockstar, Take‑Two Interactive, afirmou que as demissões ocorreram por “má conduta grave e por nenhum outro motivo”. A empresa também se limitou a dizer que “apoia totalmente as ambições e abordagem da Rockstar”.
O momento das demissões (a poucos meses do lançamento de GTA VI) e o fato de estarem localizados em unidades fora dos Estados Unidos levantam ainda mais questões sobre o controle interno, liberdade de organização dos trabalhadores e práticas de gestão ao redor de grandes produções de videogames.
Analistas da indústria afirmam que o episódio pode ter impacto para além da própria empresa, talvez influenciando como estúdios de alta escala lidarão com trabalhadores que buscam algum tipo de representação coletiva.
Alguns dos empregados que foram desligados, segundo o sindicato, tinham vistos patrocinados pela Rockstar ou condições médicas que dependiam do plano de saúde da empresa — circunstâncias que agravam o impacto individual da demissão. O IWGB manifestou que pretende seguir por vias legais para buscar a reintegração dos trabalhadores e exigir compensações, ao considerar que a empresa cometeu “ataque calculado aos direitos dos trabalhadores”.
A Rockstar Games e a Take-Two devem enfrentar pressão por respostas concretas e por revisar políticas internas que garantam o direito de organização sem retaliação.