Em entrevista ao IGN na Tokyo Game Show, o diretor Kōshi Nakanishi e o produtor Masato Kumazawa de Resident Evil Requiem fizeram uma confissão curiosa: depois de tantos anos trabalhando em jogos de terror, eles já não têm certeza do que realmente assusta ou não.
Segundo Nakanishi, a reação dos jogadores varia muito, o que torna difícil medir a efetividade do terror. Ele lembrou que, em Resident Evil 7, muitas pessoas disseram que a experiência em primeira pessoa era tão intensa que não conseguiram continuar o jogo.
“Acho que você pode classificar amplamente os títulos Resident Evil em uma escala de quão parecidos eles são com Resident Evil 2 ou Resident Evil 4. Resident Evil 7 estava definitivamente no lado 2, pois retornou às raízes do survival horror e foi muito aclamado por isso. Resident Evil Village se baseou nisso e adicionou mais ação e tiroteio, trazendo-o para o lado RE4 dessa escala específica. Mas se continuarmos nessa direção, há quase um efeito de inflação, onde você tem que continuar adicionando mais e mais ação para superar o título anterior e, ao fazer isso, você acaba onde Resident Evil 5 e 6 foram; embora eles ainda sejam ótimos jogos, o consenso geral é que eles levaram Resident Evil tão longe na direção da ação que não era mais terror. Eu não queria ter que fazer isso com o nono título de Resident Evil, onde apenas tentei superar a ação em Village e acabei fazendo algo que não queria fazer. Nossa intenção era inclinar a balança firmemente para o estilo de Resident Evil 2 e é quase uma atualização desse estilo” explica Nakanishi.
Para evitar que algo semelhante aconteça em Requiem, a equipe implementou um sistema que permite alternar entre primeira e terceira pessoa a qualquer momento. A ideia é oferecer um “respiro” para quem sentir que a imersão está sufocante, sem abrir mão da atmosfera de tensão que define a série.
Além da novidade de perspectiva, Resident Evil Requiem trará uma nova protagonista, Grace Ashcroft, descrita como uma personagem vulnerável, mais próxima do perfil de sobrevivente comum do que de combatentes experientes como Chris Redfield ou Leon Kennedy.
Essa escolha busca resgatar o sentimento de fragilidade que marcou os primeiros títulos da franquia. A ambientação também deve reforçar esse clima, com cenários reminiscentes de Raccoon City, combinando corredores escuros, laboratórios sinistros e áreas urbanas em ruínas repletas de criaturas grotescas.
Resident Evil Requiem será lançado no dia 27 de fevereiro para PS5, Xbox Series, Switch 2 e PC.