Yoko Taro, célebre criador da franquia Nier, revelou recentemente que seu sumiço dos holofotes não se deve por falta de ideias, mas porque muitos de seus novos projetos vêm sendo cancelados antes mesmo de serem anunciados. Em uma fala durante a G-Con 2025, ele afirmou que, apesar de estar trabalhando em várias coisas, muitos projetos nos quais estava envolvido foram descontinuados no meio do desenvolvimento.
Segundo Taro, ele até recebe remuneração pelos trabalhos não lançados, mas reconhece que do lado dos fãs há uma percepção equivocada de que ele estaria parado. “As pessoas parecem achar que eu não tenho feito nada só porque nenhum dos meus trabalhos foi lançado”, disse ele.
Apesar dos fracassos, o criador mantém uma postura otimista. Ele afirmou que prefere ter projetos cancelados no meio do caminho a lançar algo “estranho só por lançar”. “Se eu for lançar algo estranho, é melhor não lançar nada”, declarou.
Yoko Taro é conhecido por seu estilo narrativo único e temas filosóficos profundos — principalmente em Nier: Automata, que tem um enredo complexo e cheio de reflexões existenciais. Em outras entrevistas, ele já admitiu que demora para escrever suas histórias, mas que esse processo faz parte de sua identidade como autor.
Além disso, Taro já manifestou preocupações sobre o futuro da indústria com o avanço da IA. Ele acredita que a inteligência artificial pode transformar os desenvolvedores em “bardos” — artistas que apenas narram histórias, enquanto a criação fica por conta das máquinas.
A revelação de que tantos projetos de Yoko Taro estão sendo engavetados antes de ir a público reforça a fragilidade criativa presente na indústria dos videogames. Até mesmo talentos consagrados como ele enfrentam dificuldade para transformar ideias em produtos concretos, o que acende um alerta sobre os bastidores de desenvolvimento — e sobre como grandes nomes podem ficar invisíveis, mesmo quando estão trabalhando duro.