Call of Cthulhu – Review

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Desenvolvedor: Cyanide
Gênero: Terror e Suspense
Disponível para: PlayStation 4, Microsoft Windows
Data de lançamento inicial: 30 de outubro de 2018

Edward Pierce é um veterano da primeira guerra mundial, que após os eventos traumatizantes que viveu, decidiu seguir uma vida como detetive particular. Porém, o tempo passou e sem casos para resolver Edward pode perder sua licença como detetive.

Um dia, Stephen Webster bate em sua porta e pede para que Edward resolva um caso. A filha de Webster, Sarah Hawkins, uma famosa pintura, morreu em um incêndio junto com seu marido e filho, um incêndio causado por ela. Entretanto, seu pai não acredita nessa hipótese e pede para Edward investigar o caso. Assim, o detetive aceita a missão e parte para Darkwater, uma pequena ilha onde Sarah morava com sua pequena família. Sem saber, Edward embarca em uma viagem que colocará em prova toda a sua sanidade!

Gráficos de última geração

Call of Cthulhu tem uma boa direção de arte, sabendo usar sua palheta de cores: um verde escuro, com cores frias para passar a sensação de medo, insegurança e terror. Porém, com o passar do tempo os cenários vão se tornando familiares e a falta de elementos horripilantes vai deixando a jogatina genérica e enjoativa.

A qualidade gráfica do título é bastante questionável. Muitos personagens são idênticos, mudando uma barba ou cabelo, algo que seria compreensível se estivéssemos falando de um jogo de mundo aberto, ou de um mapa relativamente grande. Porém, em Call of Cthulhu não temos liberdade nenhuma dentro do minúsculo mapa, pois Darkwater é cheia de paredes invisíveis e poucos lugares para visitar.

Hora de nos separar e procurar pistas!

Não existe exploração nesse jogo, tudo é bastante linear, por exemplo: estamos no porto de Darkwater, o jogo pede para você ir ao bar, então você só pode ir ao bar, os outros caminhos estão fechados por “paredes invisíveis” disfarçadas de multidões, ou um carro bloqueando o caminho, ou até mesmo uma porta que não pode ser aberta naquele momento.

Dentro das cavernas ou em outras locações temos um pouco mais de exploração, mas ainda seguimos o caminho trilhado, elaborado pelo roteiro do jogo. Parece mais que estamos assistindo um jogo.

Vamos investigar!

O gameplay de Call of Cthulhu é bastante datado. Edward Pierce não faz muita coisa além de andar, abaixar e interagir com objetos pré-determinados.

Temos um modo de investigação, onde podemos reconstituir uma cena, nesse modo Edward precisa encontrar todas as pistas e depois concluir o que aconteceu ali, seria uma versão extremamente simplificada do que foi visto nos últimos jogos da série Batman Arkham, onde Batman busca por pistas em um cenário e consegue reconstituir a cena, mas Edward Pierce é ainda mais brilhante e consegue fazer isso sem a ajuda de aparelhos tecnológicos, ele usa apenas sua mente!

Temos também um elemento de RPG no jogo, funciona assim: ao terminar os objetivos principais de um capítulo nós recebemos pontos que podemos usar para aumentar alguns atributos, como psicologia, força, visão, eloquência e investigação, e cada um tem uma certa finalidade no jogo, seja para ver mais objetos interativos, ou desbloquear mais opções nos diálogos. Podemos evoluir também o Ocultismo e Medicina, mas não entendi como fazer isso… desculpem.

Entretanto, mesmo desbloqueando mais opções nos diálogos, ou tomando escolhas diferentes, a linearidade do jogo continua presente. Por mais que o jogo fale que tal escolha irá mudar seu destino, no final não fica claro a influência delas, o que chega a ser decepcionante.

Falo isso porque após terminar o título vi que eu podia fazer três finais, e todos foram levemente broxantes, depois descobri um quarto final que era ainda pior. São ruins pois somos apresentados a alguns personagens importantes, alguns deles você decide se deve mata-los ou poupa-los, mas  depois são esquecidos nas cutscenes finais.

Um bom jogo da geração passada

Além da jogabilidade limitada e gráficos ruins, as animações não possuem uma boa qualidade. Como dito antes, muitos personagens tem o mesmo movimento, e todos os movimentos são robóticos. Parece uma versão piorada dos jogos da série Bioshock.

Terror-Cósmico… era para ser

A história de Call of Cthulhu é baseada no conto de terror de H.P Lovecraft e nos livros de RPG com o mesmo nome.

O suspense evita o jumpscare exagerado, e usa os efeitos sonoros de forma orgânica, e esse elemento, misturado com a palheta de cores e os cenários fechados deixa tudo ainda mais tenebroso.

A trama é um tanto instigante de início, ainda mais para quem não conhece a obra original e busca entender melhor aqueles acontecimentos.

Porém, os cenários se tornam mais familiares com o tempo, como já foi dito antes, e falta de desenvolvimento dos personagens deixa a trama rasa e linear.

Considerações Finais

Call of Cthulhu desperta a curiosidade nas primeiras horas de jogo, pois mesmo com gráficos medianos ele promete uma trama intrigante e profunda, mas no final entrega um jogo com jogabilidade rasa, história rasa e personagens rasos.

Ou seja, Call of Cthulhu é um jogo raso, o que é estranho já que se trata de uma criatura que veio das profundezas do mar.

 

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