Nasce uma Estrela (A Star Is Born) é um longa-metragem com a estreia de duas figuras já conhecidas mundialmente no meio artístico: Lady Gaga e Bradley Cooper. Interpretando Ally e Jack, respectivamente, o filme relata três circunstâncias distintas em uma única narrativa – sucesso, fracasso e amor. O filme cuja estreia será dia 11 de outubro (Brasil) é a terceira refilmagem da trama original de 1937. Nessa quarta versão apresentada, cada detalhe foi minuciosamente pensado para que o público conseguisse ficar envolvido do início ao fim de cada cena.
Em sua primeira direção cinematográfica, Cooper conseguiu remover as máscaras e fantasias de Lady Gaga para trazer uma essência simples e tímida da cantora, desconstruindo e moldando sua personalidade para transformá-la na personagem ideal para o seu primeiro filme como protagonista. A junção dessas duas “primeiras vezes” foi um fator determinante para o andamento das filmagens, visto que ambos os lados se apoiaram para elaboração da narrativa perfeita. É importante mencionarmos antes de prosseguirmos que, além de estar por traz da direção, Cooper também foi responsável por atuar e produzir essa problemática – e incrível – história de amor.
A câmera brinca com as filmagens do longa durante todo o percorrer do tempo, assim como o áudio também é calculado para aproximar os telespectadores dos acontecimentos da trama. O encaixe dessas gravações gera um efeito único de fluidez e euforia. Através desse método, somos capazes de absorver não apenas o que os personagens dizem, mas também a visão em cada momento, seja ele no palco, seja ele na cama entre os lençóis.
O filme, apesar de longo, não é devidamente explorado. As três circunstâncias já citadas no primeiro parágrafo são rápidas e não se desenvolvem como merecem. Com acontecimentos simultâneos, a história ganha força a cada momento em que a carreira de Ally se torna maior e mais real. Jack, por outro lado, perde o controle da sua vida artística e se vê cada vez mais distante do palco. Esse contraste provoca quebra de imagens na segunda parte da história, já que, a primeira, é a construção da descoberta de Ally e também do relacionamento entre os dois.
A mudança da perspectiva visual mostra os altos e baixos da indústria musical e rompe com a ideia de que a vida de todo artista é perfeita. Esse pensamento acompanha a narrativa do filme e mostra como tudo pode se deteriorar, desde relações até a própria saúde mental.
O filme é, de fato, rico tanto em atuação quanto em história. Sem dúvida, é um dos melhores lançamentos para 2018 e merece as duas horas em frente a telona. Além de nos emocionar, a trama consegue levantar importantes reflexões voltadas para a vida, família, fama e descobertas. Os sinais do seu desenrolar são nítidos desde os primeiros minutos apresentados, por isso, preste bastante atenção em cada segundo.
Ah, e eu já ia me esquecendo: não deixe de apreciar as canções. Com tantas questões para serem abordadas, prefiro falar o básico e deixar as grandes emoções para serem descobertas pessoalmente. Garanto que a genial Gaga marcou sua presença com melodias inéditas e maravilhosas. Corra já para o cinema e garanta o seu lugar! Mas não se esqueça de levar um lencinho, hein.