Nasce uma estrela

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Nasce uma Estrela (A Star Is Born) é um longa-metragem com a estreia de duas figuras já conhecidas mundialmente no meio artístico: Lady Gaga e Bradley Cooper. Interpretando Ally e Jack, respectivamente, o filme relata três circunstâncias distintas em uma única narrativa – sucesso, fracasso e amor. O filme cuja estreia será dia 11 de outubro (Brasil) é a terceira refilmagem da trama original de 1937. Nessa quarta versão apresentada, cada detalhe foi minuciosamente pensado para que o público conseguisse ficar envolvido do início ao fim de cada cena.

Em sua primeira direção cinematográfica, Cooper conseguiu remover as máscaras e fantasias de Lady Gaga para trazer uma essência simples e tímida da cantora, desconstruindo e moldando sua personalidade para transformá-la na personagem ideal para o seu primeiro filme como protagonista. A junção dessas duas “primeiras vezes” foi um fator determinante para o andamento das filmagens, visto que ambos os lados se apoiaram para elaboração da narrativa perfeita. É importante mencionarmos antes de prosseguirmos que, além de estar por traz da direção, Cooper também foi responsável por atuar e produzir essa problemática – e incrível – história de amor.

O drama de 135 minutos mostra o encontro de Jackson Maine, um cantor de country rock, com a Ally, uma garçonete que possui muito talento musical, mas que não teve oportunidade para crescer no meio. Jack possui sérios problemas com álcool e drogas, o que prejudica severamente a sua carreira. Já Ally é uma mulher forte, consciente dos seus atos e que possui grandes chances de crescer na vida com o seu talento.  A canção de Edith Piaf “La Vie en Rose” entra no início do filme como trilha sonora cantada pela própria garçonete e, por conta da magnitude de Ally, Jack se encanta com a performace.

A câmera brinca com as filmagens do longa durante todo o percorrer do tempo, assim como o áudio também é calculado para aproximar os telespectadores dos acontecimentos da trama. O encaixe dessas gravações gera um efeito único de fluidez e euforia. Através desse método, somos capazes de absorver não apenas o que os personagens dizem, mas também a visão em cada momento, seja ele no palco, seja ele na cama entre os lençóis.

O filme, apesar de longo, não é devidamente explorado. As três circunstâncias já citadas no primeiro parágrafo são rápidas e não se desenvolvem como merecem. Com acontecimentos simultâneos, a história ganha força a cada momento em que a carreira de Ally se torna maior e mais real. Jack, por outro lado, perde o controle da sua vida artística e se vê cada vez mais distante do palco. Esse contraste provoca quebra de imagens na segunda parte da história, já que, a primeira, é a construção da descoberta de Ally e também do relacionamento entre os dois.

A mudança da perspectiva visual mostra os altos e baixos da indústria musical e rompe com a ideia de que a vida de todo artista é perfeita. Esse pensamento acompanha a narrativa do filme e mostra como tudo pode se deteriorar, desde relações até a própria saúde mental.

O filme é, de fato, rico tanto em atuação quanto em história. Sem dúvida, é um dos melhores lançamentos para 2018 e merece as duas horas em frente a telona. Além de nos emocionar, a trama consegue levantar importantes reflexões voltadas para a vida, família, fama e descobertas. Os sinais do seu desenrolar são nítidos desde os primeiros minutos apresentados, por isso, preste bastante atenção em cada segundo.

Ah, e eu já ia me esquecendo: não deixe de apreciar as canções. Com tantas questões para serem abordadas, prefiro falar o básico e deixar as grandes emoções para serem descobertas pessoalmente. Garanto que a genial Gaga marcou sua presença com melodias inéditas e maravilhosas. Corra já para o cinema e garanta o seu lugar! Mas não se esqueça de levar um lencinho, hein.