World War Z – Review

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*Este review foi realizado com uma cópia do game disponibilizada pela Saber Interactive

World War Z é inspirado no livro e no filme de mesmo nome e conta a história de um mundo sob o ataque de zumbis rápidos e ferozes, numa infestação que massacrará tudo e a todos. Livremente inspirado num dos jogos de zumbis mais famosos de todos os tempos, World War Z tenta ser Left 4 Dead, permitindo que quatro jogadores, em modo cooperativo, sobrevivam ao ataque zumbi e lutem pela sua sobrevivência cumprindo missões simples, como encontrar suprimentos, ir de um ponto ao outro no mapa e matar hordas de zumbis.

Só os fortes sobrevivem

O game é quase totalmente online e possui dois modos: a campanha e o competitivo. A campanha pode ser jogada online com outras três pessoas ou offline com três BOTs. Caso você opte por jogar com amigos mas não complete um grupo de quatro integrantes, o jogo o completará com BOTs.

São quatro capítulos na campanha, cada um em um lugar diferente no mundo: Nova York, Jerusalém, Moscou e Tóquio. O jogo não é muito extenso, cada capítulo possui duas ou três fases que podem ser concluídas em cerca de 20 minutos, podendo escolher entre quatro personagens diferentes com uma narrativa única, sem diferenças que dependem do personagem escolhido.

As fases estão liberadas desde o começo e você pode jogar na ordem que quiser, deixando uma sensação de que não é uma campanha de fato a ser jogada, somente fases a serem cumpridas porque não há uma narrativa contínua. Um destaque é a ambientação – todos os locais possuem cenários bem detalhados, retratados com grande fidelidade em uma incrível atmosfera apocalíptica. É possível vislumbrar o caos que seriam as grandes cidades caso acontecesse um ataque zumbi.

Infelizmente a cooperação é fraca e não há tanto trabalho em equipe.

Os personagens não possuem variações entre si e não são customizáveis. A única mudança oferecida aos jogadores é a escolha das classes, ganhando experiência em cada uma delas para liberar novas skills. Há ainda as moedas do jogo, adquiridas ao longo da jogatina e que permitem a compra das skills.

O jogo se resume a matar desenfreadamente os zumbis que estão no seu caminho. Infelizmente o trabalho em equipe é pequeno, sem muitos desafios que de fato exijam uma cooperação entre os jogadores. A impressão que se tem é que todas as missões poderiam ser realizadas sozinho. Isso é uma falha muito grande, afinal o seu foco supostamente está na sobrevivência em equipe.

A principal característica do filme são as grandes hordas de zumbi, atacando descontroladamente os humanos, em quantidades incalculáveis e assustadoras. Os montes de zumbi conseguem alcançar lugares altos por se empilharem uns nos outros, causando pânico em quem se depara com a cena. O jogo oferece poucos momentos como esse – as hordas acontecem, mas não empolgam e tão pouco causam medo.

Os momentos de embate com os zumbis, com tiroteios e diversos tipos de armas que são adquiridas pelo cenário, não são nada convincentes. As explosões de granadas são problemáticas e chegam a desestimular o uso. A variedade de armas não ajuda a tornar o gameplay mais plausível, pois nenhuma passa uma sensação real de impacto.

Quem dera fosse tão legal explodir zumbis nesse jogo como parece ser nessa imagem.

Testando sua paciência

Um fato que agrava ainda mais os combates e o resto da jogatina são os controles, que tem problemas de resposta aos comandos dados. A troca de armas é problemática, alternada entre um toque curto no botão para troca automática de arma padrão e um toque mais longo no mesmo botão para a escolha da arma especial, causando confusão desnecessária e prejudicando ainda mais seu uso.

Há dificuldades em correr – algumas vezes o personagem corre, em outras não. Imagine o problema que é, em um jogo em que você precisa sobreviver a hordas de zumbis, os controles não permitirem que você corra. Como os controles tem problemas neste sentido, na maior parte do tempo os jogadores andam pelo cenário ao invés de correrem.

A inteligência artificial dos BOTs é bem aceitável, por vezes ajudando bastante na matança e nos momentos de levantar aliados caídos, compensando, de certa forma, os problemas nos controles e facilitando o cumprimento das missões. Entretanto, a ação deles não passa disso. Pegar itens solicitados nas missões é tarefa dos jogadores e os BOTs apenas ficam parados observando.

Ao menos os BOTs são bem úteis na hora da ação.

O toque no botão também é usado de maneira pouco prática no momento de recolher itens ao longo da fase ou interagir com portas, painéis e alavancas. É preciso pressionar o botão de interagir por um tempo, deixando algumas ações desnecessariamente longas. Há ainda o acúmulo de funções no mesmo botão, o que pode causar confusão aos desavisados.

No modo competitivo não há inovações, somente os já conhecidos modos de jogos online, como team deathmatch, capture the flag e outros. Esses modos são constantemente invadidos por zumbis, então além de se preocupar com os mortos-vivos, você também terá de caçar os jogadores do time adversário. Não é algo necessariamente ruim não ter inovações, é somente uma garantia de mais “diversão” aos jogadores.

Os servidores do jogo não colaboraram com a conexão no multiplayer. Não foi possível concluir nenhuma partida, mesmo com muitas tentativas. O modo online da campanha se apresenta bem estável no momento, mas o competitivo segue um desafio, pois os servidores estão completamente instáveis e os jogadores são facilmente desconectados em instantes. Muitas partidas nem começam e já acontecem quedas.

Um ponto positivo é que não há quedas de framerate ou crashes de World War Z no PS4, mas inexplicavelmente existem alguns momentos em que o jogo trava o console inteiro, forçando o desligamento manual. Além de inaceitável, esse tipo de desempenho pode implicar em perdas significativas para os jogadores, podendo até prejudicar o console.

World War Z tinha potencial mas não arriscou sair do genérico. Seu multiplayer aceitável não salva o jogo diante de todos os outros problemas citados. Enquanto os patches de correção não chegam, é um título pouco recomendável.