Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell é uma adaptação honesta e visualmente deslumbrante

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[review_summary rating_label=”9.5″ positives=”Boa adaptação
Visual e efeitos especiais incríveis
Boa coreografia nas lutas
Ótima representação dos personagens ” negatives=”Enredo simplicado até demais, perdendo um pouco a identidade do anime”][/review_summary]

Finalmente a mega produção da Paramount chegou aos cinemas hoje, dia 30 de março, e a convite da mesma assistimos Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell e podemos afirmar com todas as nossas forças de que estamos muito satisfeitos com o resultado.

O filme é uma adaptação do mangá lançado em 1989 e do anime lançado em 1995, esse que não é episódico mas sim outro longa produzido pela Production I.G. Ghost in the Shell se passa em um universo que mistura tudo de melhor da imaginação do homem sobre o futuro e principalmente do gênero cyberpunk que teve muita influência nessa obra.

Nesse mundo os humanos chegaram ao ápice da tecnologia e tudo é 100% informatizado, onde o principal avanço tecnológico são implantes robóticos em corpos humanos, e basicamente todo homo sapiens sapiens se aprimorou de alguma forma, seja trocando pequenas partes do corpo por peças que ampliam suas capacidades ou até mesmo substituindo todo o seu corpo por algo mais moderno. Esse é o caso da protagonista Major Kusanagi, que teve seu cérebro ligado a um corpo totalmente artificial e desse modo se tornou uma arma “humana” e a líder das forças especiais da Seção 9, um grupo do governo especializado em combater o cyberterrorismo. A trama gira em torno da Major caçando um famoso hacker conhecido como Mestre das Marionetes, esse que consegue invadir o cérebro aprimorado de qualquer pessoa e usá-lo para o seus próprios fins.

O longa é uma adaptação muito justa do que vimos no mangá e no anime, porém tudo foi devidamente “americanizado” daquele jeitinho que Hollywood costuma trabalhar. Os fãs mais antigos de Ghost in the Shell vão notar muitas semelhanças não só nas cenas que fazem referências a obra original mas também na fotografia desses trechos. Certos momentos adaptados são tão próximos do anime que até nos passam a impressão de que estamos vendo um live action idêntico ao longa de 1995.

O roteiro sofreu algumas mudanças que não chegam a ser drásticas e incomodar os fãs mais saudosistas, mas ainda assim são diferenças notáveis que basicamente removeram toda a complexidade do anime. Uma delas é a alteração do antagonista do filme, eles resolveram explorar um personagem que aparece apenas na série episódica Ghost in the Shell: Stand Alone Complex, lançada entre 2002 e 2005, mas ainda assim o conceito do personagem é o mesmo do Mestre das Marionetes. Outro ponto que foi muito mais destacado nessa adaptação foi o passado da Major, um detalhe que passou batido no anime de 1995 mas que recebeu uma atenção maior no longa e de uma forma objetiva foi profundamente explorado.

Agora o ponto em que ele se destaca, e muito, são os efeitos especiais. Ghost in the Shell esbanja seu CGI de altíssima qualidade em cada segundo do filme, onde eles aprimoraram ainda mais a cidade retratada no anime e a representaram com um visual muito mais futurista e estonteante, repleto de outdoors em formato de hologramas e pessoas excêntricas. Não só isso, os produtores souberam explorar muito bem o 3D, onde você realmente sente a diferença nos níveis de profundidade de certas cenas, principalmente nas cenas de combate em locais com água onde eles usam e abusam de slow motion e cada gota de água na tela torna tudo muito mais imersivo e impressionante.

Além de seus incríveis efeitos especiais, as coreografias das lutas em cenas de ação contribuem muito para todo aquele fator 3D citado antes. Os movimentos da Kusanagi do filme são fiéis aos do anime e conseguem fazer jus a sua posição como Major, onde algumas lutas não falham em passar um ar nostálgico aos fãs.

Não menos importante, não podemos deixar de creditar o trabalho do diretor Rupert Sanders por ter conseguido deixar a adaptação aceitável e ao mesmo tempo interessante de ser assistida por pessoas que não conhecem a obra original. Além do filme conseguir transmitir a ideia e o universo de Ghost in the Shell de uma maneira excelente, o elenco escolhido não só se saiu muito bem como também tem uma grande semelhança física com os seus personagens. Temos a nossa querida Scarlett Johansson como Major Kusanagi, Johan Philip Asbæk como Batou, Takeshi Kitano como Daisuke Aramaki (acreditem, até o cabelo dele é igual ao anime), Chin Han como Togusa (com direito ao mullet do personagem) e Michael Pitt como o antagonista Kuze.

Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell é um filme não só para os fãs do mangá e do anime mas também altamente recomendado para todos os amantes de filmes de ação e ficção científica… e da Scarlett, é claro. O longa estreou hoje, dia 30 de março, nos cinemas de todo o Brasil.