“Tomb Raider – A Origem” – Crítica

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“Tomb Raider” é um dos filmes inspirados em um jogo de videogame que mais teve bilheteria e lucro na indústria cinematográfica. Desde seu lançamento em formato de game, em 1996, já causou uma revolução por trazer como personagem principal uma mulher. Nos dois primeiros filmes de sua série, a atriz Angelina Jolie deu vida à personagem Lara Croft. Agora, na terceira continuação, aconteceram algumas mudanças.

A personagem Lara Croft, uma mulher madura, determinada e valente, se tornou um símbolo do empoderamento feminino. E com a escolha de Angelina Jolie para a interpretação desse papel, o público ficou satisfeito, tendo em vista a semelhança da atriz com a personagem do jogo. Porém, neste ano, a atriz Alicia Vikander — vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante em 2016 pelo filme “A garota dinamarquesa” — foi escolhida para interpretar a personagem, o que dividiu a opinião do público e se tornou uma aposta duvidosa para este ano.

Diferente da proposta das duas versões anteriores, “Tomb Raider – A Origem” retrata o início de tudo, contando a história da jovem Lara Croft, uma mulher comum que vive em um bairro de classe média em Londres e trabalha como entregadora para manter suas contas em dia. A personagem é retratada pelo diretor do filme – Roar Uthaug – como alguém simples que não tem apego a bens materiais. Ela é pressionada a seguir em frente e a tomar posse de sua herança para manter o legado de seu pai, porém ela não aceita a sua morte e se impõe, resolvendo seguir os passos dele para descobrir o mistério de sua morte.

Repleto de efeitos visuais de extrema qualidade, o filme conduz a uma sequência de acontecimentos empolgantes e excitantes. Com movimentos de câmera precisos, por vezes o expectador pode sentir como se estivesse dentro do jogo, várias cenas são exatamente como é no game.

Uthaug, o diretor, já dirigiu filmes como “Fuga” (2012) e “A onda” (2015), ambos com destaque na excelência em efeitos visuais.
Neste filme, ele trabalhou com referências de Indiana Jones, dando um tom de aventura, floresta e ação, e usou paleta de cores desde as mais claras como o vermelho e laranja – que transmitem excitabilidade, autoridade – aos tons mais escuros como azul e verde nos momentos sombrios e de cautela.

 

Enquanto nos longas anteriores a personagem Lara Croft já era uma heroína completa e formada, vemos nesse filme os passos iniciais dessa construção de uma personagem forte e empoderada. A atriz Alicia V. surpreendeu de forma positiva, ela atendeu perfeitamente à proposta da personagem e conseguiu mostrar um lado antes não explorado pela atriz em outros filmes. Apesar de que em alguns momentos ela se demonstra ainda inexperiente e conhecendo aquela realidade mas em outros momentos já quer passar a idéia de que é muito competente.

O enredo do filme não foge do tradicional e usa ganchos pobres para o desenrolar dos acontecimentos, mas permanece com a linguagem de uma história adaptada de um game, motivo pelo qual torna válido a presença dessa estrutura clichê.

Após mais de 20 anos de seu lançamento, Tomb Raider continua sendo um sucesso em todas as suas plataformas. A nova obra não foi diferente, é um filme estimulante e épico, para quem joga ou conhece bem o game é mais um motivo para se apaixonar por esse lançamento.

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