Thor: Amor e Trovão – Crítica

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Com a estreia de Thor: Amor e Trovão, o nosso segundo deus asgardiano favorito passa a ser o herói com mais filmes solo no MCU (Marvel Cinematic Universe). São mais de onze anos produzindo sobre o personagem e vale perguntar: a história se esgotou?

Após o sucesso com a mudança de tom em Ragnarok, Taika Waititi volta com um Oscar de baixo do braço (Melhor roteiro adaptado por Jojo Rabbit em 2020) e um sonho. Os fãs dos quadrinhos e da mitologia nórdica podem ir tranquilos para o cinema, pois o filme é cheio de referências e ironias com as histórias. Acredito que o diretor acertou muito em pegar esses elementos “absurdos” dos mitos e colocá-los de forma cômica. Excelente participação também do jovem elenco, as crianças asgardianas, dentre elas os filhos de todo o elenco principal (futuros talentos do cinema?).

Thor: Amor e Trovão é, não ironicamente, uma história de amor, das coisas que fazemos por amor. Clichê? Um pouco, mas acho que era um enredo que o Thor merecia viver. É também sobre inclusividade porque toda forma de amor é válida. Comendo muito Waititi nessa abordagem porque ele não dá voltas, é muito direto, da forma que seria abordado o romance heteroafetivo. 

Thor continua com a mesma essência desde 2011, tendo talvez aprendido uma coisa ou duas com o passar dos anos e dos traumas vividos. Sua autenticidade se renova e o humor mantém a ironia do “dia salvo” após ter destruído a cidade inteira e a humildade de quem diz “contém para as próximas gerações sobre mim e sejam eternamente gratos por eu ter lhes salvo”. Chris Hemsworth realmente parece que não está nem perto de se cansar deste trabalho.

Confesso que induzida pelo trailer, eu esperava uma Poderosa Thor mais confiante, mas ao longo do filme consegui entender sua postura e, afinal, ela não tem experiência prévia nenhuma como super-heroína. Natalie Portman é incrível (chocando um total de zero pessoas) e gosto da reinvenção da Dra. Jane Foster para esse filme. Foi dado um novo significado à seu enredo que sim, poderia ter sido melhor trabalhado para ficar mais completo, mas consegui ficar feliz com seu arco.

Christian Bale é assustador e irreconhecível em boa parte de Thor: Amor e Trovão, devido ao excelente trabalho do departamento de próteses e maquiagem, mas é claro que todo o talento contribui e muito para esse ser o melhor vilão do Thor (se é que já não consideramos mais Loki como vilão, vocês decidem). Acho que foi uma adição ao elenco muito precisa e embora seu arco pudesse ter sido um pouco melhor trabalhado, Gorr, o Carniceiro dos Deuses se faz fundamental até a estética do filme.

A Valquíria (Tessa Thompson) foi um pouco deixada de lado nesse filme sob a justificativa de estar muito cansada com as tarefas de “Rei de Asgard”, mas acho que poderiam sim, ter trabalhado melhor a personagem e terem lhe dado mais vida na trama como, por exemplo, o Korg (Taika Waititi), que tem o arco pequenininho e poucas falas, mas se faz presente o filme todo. 

Respondendo minha própria pergunta: acho que a história ainda não se esgotou. Thor: Amor e Trovão mantém a originalidade dos primeiros filmes e se ressignifica com o passar dos anos. Não é um filme tão (ou nada) sério e pelo meu ver, não precisava ser. Ao contrário das últimas obras da Marvel, não é necessário assistir 15 filmes e três séries para entender o que está acontecendo. Ter assistido os dois últimos Thor e Ultimato ajudaria em alguns momentos? Sim. Mas não fazem falta. O importante para esse aqui é se divertir, levem a família, ou não, tem algumas menções de orgias. E fiquem até o final! São duas cenas pós-créditos, ok?

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