The Medium, entre dois mundos – Review

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Queremos agradecer a Bloober Team por nos enviar uma cópia de The Medium para PC (via steam)

The Medium chamou atenção na época que seu trailer foi anunciado como um exclusivo para os novos consoles da Microsoft, Xbox Series S e X. Desenvolvido pela desenvolvedora indie, Bloober Team, em seu trailer podíamos ver uma pegada parecida com Silent Hill, onde a protagonista navegava por um mundo real e um mondo mais sombrio, um mundo mais infernal, entretanto o que chamou a atenção no vídeo foi que os dois mundos funcionavam ao mesmo tempo! Logo a curiosidade do público foi atiçada e finalmente tivemos a chance de testar The Medium e provar de sua jogabilidade.

Marianne

A protagonista de The Medium se chama Marianne, uma mulher que quando criança foi adotada por Jack, um homem que mexia com serviços funerários, preparando os corpos para serem enterrados. Marianne desde criança tem um dom, interagir com o mundo espiritual, um lugar onde espíritos ficam presos por não conseguir atravessar para o outro lado.

Nossa história começa com a protagonista preparando o corpo de Jack que acabara de falecer, nesse início podemos perceber que Marianne levava uma vida solitária, mas também tinha o carinho de seu pai adotivo. Após preparar o corpo, ela recebe uma ligação misteriosa que pede para ir a um determinado lugar e é aí que o jogo começa de verdade.

The Medium aproveita esse início na funerária para mostrar parte de sua jogabilidade, e nos deixar mais familiarizados com os comandos.

Parte do carisma da protagonista vem da identificação que temos com ela por levar uma vida solitária, algo que todo mundo já passou, ou está passando agora por conta do isolamento devido a pandemia. Mas a identificação não ocorre só por isso, vale ressaltar a atuação da dubladora de Marianne, Kelly Burke, que soube trazer a emoção certa para cada momento trazendo uma personagem que já conhecia seus poderes e por isso não se abala facilmente quando está no outro mundo.

Boas influências

A trama de The Medium é interessante, mas nada muito além do que conhecemos do gênero. Temos uma história de terror e suspense que segue as cartilhas já estabelecidas, inovando apenas no uso dos poderes mediúnicos da protagonista que falarei mais para frente, entretanto, temos aqui a velha história de filhos separados, personagens com erros incorrigíveis no passado que foram cometidos por traumas de infância, cartas e arquivos que contam mais sobre as coisas terríveis que aconteciam naquele lugar, etc.

The Medium trabalha bastante o lado psicológico de alguns de seus personagens, criando cenários inteiros baseados em traumas e vícios deles. Entretanto faltou criatividade para a construção das fases, o jogo pegou o que deu certo e o adaptou mas sem muita ousadia em sua criação.

O que também ficou genérico foram os monstros. The Medium não traz uma série de monstros para serem mortos, muito pelo contrário, seu foco está em um terror mais psicológico, onde as criaturas nos atormentam em determinados momentos, mas nunca existe um combate. A escassez delas não atrapalha, muito pelo contrário, ajuda na jogabilidade já que os desenvolvedores escolheram adotar uma câmera mais isométrica, parecida com a dos antigos Resident Evil.

Pois é, nós não temos controle nenhum sobre a câmera do jogo, tanto que o analógico direito faz absolutamente nada. Com isso The Medium nos apresenta ângulos que buscam causar medo e aflição, por não saber o que esperar mais a frente, uma fórmula que funciona por um tempo, mas assim que entendemos o jogo, o medo passa e essa falta de controle da câmera pode ser nostálgica ou frustrante.

Entre dois mundos

The Medium traz uma série de puzzles para serem resolvidos,  e boa parte deles é necessário viajar para o mundo espiritual ou andar pelos dois ao mesmo tempo. Para entender melhor isso, precisamos entender os poderes mediúnicos de Mariene, que são viajar entre esses dois mundos, sentir a presença de espíritos e criaturas no mundo real, criar campos de energia no mundo espiritual para protege-la, além de poder interferir em certos objetos no mundo espiritual que afetam no mundo humano.

Entendendo esses poderes, o jogo sabe brincar com eles criando puzzles fáceis, mas criativos durante a campanha. Muitas vezes não conseguimos avançar por um caminho fechado no mundo humano, então é necessário ir até o mundo espiritual, tentar arrumar alguma forma de poder influenciar no mundo humano e assim abrir caminho. O jogo sabe usar sua fórmula e tudo acontece de forma tão orgânica que até vencemos um chefão com essa técnica (sem existir um combate contra o mesmo). E coloca orgânica nisso, pois o jogo altera de cenários sem nenhum loading, tudo é feito de forma instantânea ao apertar de um botão ou ao tocar em um espelho.

Considerações Finais

The Medium é um jogo de terror e suspense psicológico, seu terror não é aterrorizante, resume-se apenas a cenários macabros e acontecimentos perturbadores, mas nada pesado como os primeiros jogos da série Silent Hill ou Outlast. O jogo ganha pela sua história, mistério, o carisma da protagonista e a jogabilidade entre dois mundos. Falando em jogabilidade, ela pode agradar ou desagradar, já que tira a liberdade do controle da câmera. Sua campanha é curta, mas responde todas as perguntas que levantou.

Distribuidora: Bloober Team
Desenvolvedor:
Bloober Team
Gênero: Horror e puzzle
Disponível para: Xbox Series S/X e PC.
Data de lançamento inicial: 28 de janeiro de 2021

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