The Dark Crystal: Age of Resistance Tactics – Review

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O Cristal Encantado é um filme dos anos 1980 que conta a história do último Gelfling, um ser capaz de manipular o poder de um cristal que se partiu em milhares de pedaços há mil anos atrás. A princípio, ninguém deu muito bola para o filme, mas com o tempo ele se tornou um clássico da fantasia e até hoje é considerado uma das melhores obras feitas com bonecos (bem no estilo Muppets, que por sinal é do mesmo criador).

Em 2019 o Netflix lançou uma série de 10 episódios que serve como uma prequel do filme, contando acontecimentos que antecederam o fim dos Gelflings no planeta Thra. Ainda tentando ganhar espaço na indústria de games, o Netflix está lançando mais uma adaptação de seus conteúdos originais, dessa vez com The Dark Crystal: Age of Resistance Tactics, um RPG tático que reconta os acontecimentos da série.

Tudo de novo

Seguindo a mesma premissa da adaptação da terceira temporada de Stranger Things para os games (também desenvolvida pela BonusXP), o jogo possui exatamente a mesma trama da série, com direito aos mesmos diálogos e tudo mais. Nada foi tirado, mas também não foi acrescentado, então quem espera experienciar uma expansão do universo de O Cristal Encantado, vai se decepcionar.

Além disso, assim como em Stranger Things 3, tudo é monótono ao extremo. A história é contada com caixas de diálogo, tudo em forma de texto com uma dublagem estranha e com um visual que consegue deixar as coisas ainda mais sem graça. Gráficos não costumam ser um parâmetro que tenha tanto peso em uma análise, mas em certos casos não tem como ignorar, e aqui é um deles – está bem inferior aos padrões atuais.

O grande diferencial de Age of Resistance Tactics é o seu sistema de combate, afinal ele até dá nome ao jogo! Para quem já jogou jogos como Final Fantasy Tactics, então já está mais que familiarizado com as mecânicas. As batalhas funcionam por turno, você controla um personagem por vez e os utiliza dentro dos limites dos pontos de ação em cada turno, os locomove de acordo com as células disponíveis no chão e é claro, precisa sempre montar boas estratégias usando e abusando das habilidades únicas de cada um.

Para quem é novato, felizmente o jogo é bem tranquilo para se aprender o gênero tático. Ele não possui mecânicas complexas e traz somente o arroz com feijão do gênero, então quem nunca viu nada do tipo já consegue se familiarizar com as regras logo na primeira batalha. Por outro lado, quem já é experiente e procura um jogo com um desafio balanceado e que explora mecânicas próprias não encontrará isso por aqui.

O combate não é ruim, mas também não empolga muito, assim como as animações dos personagens também deixam cada vez mais nítida a inferioridade visual do game. Além disso, vale lembrar que ele possui problemas de performance como travamentos e delay de renderização, apenas mais um defeito que tira o seu brilho.

Vale a pena?

The Dark Crystal: Age of Resistance Tactics é um jogo simplório até demais e definitivamente não é recomendado para qualquer pessoa, inclusive quem é fã de RPG tático de longa data. Provavelmente, as únicas pessoas que conseguiriam tirar proveito deste título seria quem é muito fã da série e do filme, o que já o limita a um nicho BEM específico. Os demais, se ainda quiserem experimentar, é melhor aguardar por uma boa promoção.