Tchia – Review

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Tchia é um jogo independente desenvolvido pela Awaceb, e busca mostrar um pouco dos costumes e da cultura da região dos criadores do jogo, a Nova Caledônia, um arquipélago francês localizado entre a Austrália e a Nova Zelândia.

Muita da cultura é visto no jogo, seja pelas músicas, vegetação e até mesmo criaturas folclóricas. Mas será que essa homenagem trouxe um bom jogo? Bem, pela nota você imagina que sim, mas temos algumas ressalvas.

Conheça Tchia

Tchia é uma menina que mora em uma pequena ilha com seu pai. A vida simples é mudada drasticamente quando seu pai é sequestrado pelos capangas de Meavora um ser metade homem e metade lagarta (aquelas de borboleta) e governante do arquipélago onde moram. Agora Tchia precisa embarcar em uma perigosa aventura para resgatar seu pai, entender seus poderes e salvar o arquipélago.

A premissa de Tchia subverte essas histórias de resgate que estamos acostumados a ver por aí, pois aqui a filha é quem vai atrás do pai sequestrado, e não paramos por aí, pois a história conta com pontos de reviravolta bem impactantes! Sério, vocês não estão preparados pelo que vão ver aqui.

Porém, a campanha ocorre de forma bem corrida, mal dando tempo de nos importamos com alguns personagens secundários.

Hora da exploração

O mapa de Tchia é completamente inspirado em pontos-chave do arquipélago da Nova Caledônia, trazendo consigo uma vaibe bem tropical e convidativa para novos jogadores. Não existe um grande perigo relacionado a inimigos, aqui o jogo só quer que você aproveite a história e explore no maior estilo The Legend Of Zelda Breath of the Wild.

Para explorar o mapa, não vamos utilizar veículos, mas sim os poderes da protagonista. Pois é, Tchia tem o poder de levar sua alma e corpo para objetos ou animais e isso traz mecânicas interessantes à jogabilidade do game. Ao entrar no corpo de pássaros podemos voar, dentro de animais quadrupedes vamos correr, dentro de peixes podemos respirar em baixo da água, dentro das lamparinas podemos arremessá-las nos inimigos e causar uma leve explosão.

Vale lembrar que esses poderes não podem ser usados livremente. Existe uma barra de magia que vai diminuindo enquanto estamos nos corpos dos animais ou objetos; ela é preenchida sozinha ou ao comer. Para aumentar essa barra, e poder usar a habilidade de Tchia por mais tempo, você deve resolver algumas tarefas em pequenas dungeons.

O jogo incentiva que você ande pelo mapa, pois existem uma série de tarefas para serem realizadas, itens para serem coletados que melhoram as habilidades de Tchia, dezenas de itens cosméticos para a protagonista e seu barco, animais e plantas para serem catalogados. E por apresentar um mapa relativamente pequeno, a vontade de investigar todos os cantos das ilhas é fácil de ser saciada.

Isso é o combate?

Olha, se tem algo em Tchia que funciona de uma forma estranha é o combate. Meavora, o vilão da história, tem seus soldados de pano espalhados pelo arquipélago e você vai se deparar com pequenos grupos no mapa enquanto faz suas missões. Entretanto, vence-los é bem simples, basta entrar em um objeto explosivo e arremessá-lo no inimigo que logo ele vai pegar fogo. Porém, essa mecânica é estranha (embora funcional) e te força a toda hora procurar por objetos explosivos.

Essa é a única forma de vencer seus adversários no mapa e pode ficar um pouco repetitivo. Se Tchia anda para cima e para baixo com um estilingue, ela poderia criar “pedras explosivas” para lançar em seus inimigos. A verdade é que deveriam ter criado mais formas de lidar com eles, seja em um combate corpo a corpo, ou desenvolver melhor a habilidade de Tchia na hora das lutas.

Falando dos capangas, aqui é o ponto fraco tanto da história quanto da exploração. Os soldados de pano não apresentam perigo nenhum, tanto para nós, quanto para a cidade e os NPCs, já que os mesmos não reagem perto deles, não esboçam medo ou alguma reação parecida com isso. Quando andamos nas cidades, tudo parece tranquilo, ninguém aparenta estar sendo oprimido… até a protagonista aparecer.

Cadê meu ukulele?

O ponto mais alto de Tchia é sua trilha sonora. As músicas são muito bonitas, inclusive a primeira que é cantada pelo pai da protagonista. Nas partes musicais Tchia pega seu ukulele e temos uma jogabilidade semelhante a jogos de ritmo: a nota chega perto do círculo e devemos mexer o analógico na direção certa e pressionar um botão. O jogo vai aperfeiçoando esses momentos de acordo com o avançar da história, assim as notas vão ficando mais complexas de serem acertadas.

O ukulele não serve somente para essas partes musicais. Também podemos usá-lo para conjurar animais, passar o tempo e outras habilidades, algo parecido com o uso da Ocarina.

A trilha sonora do jogo também e um show à parte, muitas vezes pegando um ritmo mais tribal, mas muito característico.

Considerações finais

É possível ver o carinho dos desenvolvedores em cada canto de Tchia. Sua jogabilidade, embora simples, é bastante funcional e a exploração é viciante. A trama carrega uma história forte, mas bastante apressada. Para quem busca um jogo para relaxar depois de um dia cansativo, Tchia é a pedida certa.

Distribuidora: Awaceb
Desenvolvedora: Awaceb, Kepler Interactive
Gênero: Aventura
Disponível para: PlayStation 5, PlayStation 4 e PCs.
Data de lançamento inicial: 21 de Março de 2023

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