Super Mario Bros.: O Filme – Crítica

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Quase 30 anos depois das idas ao fliperama com meu avô para jogar Donkey Kong e meu pai chegando em casa trazendo um Dynavision com o cartucho do Mario Bros., um clássico do Nintendinho, eu jamais imaginei que estaria sentado em uma sala de cinema para assistir Super Mario Bros.: O Filme.

Como uma carta de amor aos fãs que cresceram com a famosa franquia da Nintendo em um espetáculo aos olhos e ouvidos, sem contar aquele sentimento nostálgico que aquece o coração, o trabalho da Universal e Illumination Entertainment ao retratar todos os amáveis personagens, criados originalmente por Shigeru Miyamoto, para uma animação longa-metragem foi simplesmente impecável.

Ao criar um mundo familiar ao mesmo tempo em que consegue impressionar como se fosse a nossa primeira vez por todos aqueles reinos, criando um mundinho mágico que parecia realmente existir, a imersão em 90 minutos de filmes é estonteante e consegue nos transportar de trás dos controles para dentro da telona.

O filme é construído em três atos, com o primeiro muito focado em apresentar Mario, Luigi e Peach, além de construir a motivação de Bowser como grande vilão. Estabelecendo os locais em que a história se passará, temos uma enxurrada de easter eggs com referências a Star Fox, Punch Out, Kid Icarus e até mesmo o que acredito ser ao dublador Charles Martinet, porém difícil de dizer pela versão dublada exibida nesta sessão para imprensa. Isso sem contar com a participação da família de Mario e Luigi, anteriormente mostrada durante o The Super Mario Bros. Super Show! para TV.

Em seu segundo ato temos o desenvolvimento dos personagens principais e a inserção de uma enxurrada de elementos das outras propriedades intelectuais da Nintendo. Tudo evolui ao mesmo tempo, mostrando acontecimentos no Brooklyn, Reino Cogumelo, Reino das Sombras e Reino dos Kongs. Neste momento o filme brilha por conseguir adicionar outros jogos e expandir as possibilidades da Nintendo e Illumination em outras produções cinematográficas. Luigi’s Mansion, Mario Kart e até um “quê” de Smash Bros. complementam a jornada de Mario, Toad e Peach.

Na última parte da animação temos a entrega de toda a construção dos planos criados pelos heróis e vilões, para evitar a destruição do Reino dos Cogumelos, parar Bowser e salvar Luigi, nos levando ao grande confronto contra o vilão. Mesmo sem um roteiro inovador ou mirabolante, a narrativa entrega tudo aquilo que existe nos jogos e é familiar para quem acompanha jogo após jogo, sem deixar de ser didático para acompanhar o público que não conhece muito deste universo.

Com uma animação impecável, repleta de movimentos icônicos, cores e vida, sempre com muito cuidado e atenção aos detalhes para as respostas dos personagens ao interagirem com o cenário ou elementos ao redor, esta com certeza é a melhor adaptação de um game para as telonas. Cenários, plataformas, inimigos e super potencializadores (os famosos power-ups), tudo está presente e muito bem adaptado para esta versão animada, sem exigir conhecimentos prévios.

Mario Odyssey e Mario Kart 8, disponíveis para Nintendo Switch, são as principais fontes de referências para construir os reinos que visitamos, mas nem por isso a produção deixou de lembrar o formato plataforma 2D tradicional da década de 80 e 90, fazendo com que a câmera deixe o 3D para ser colocada na lateral e exibir as maravilhosas sequências de plataforma, focando nos pulos e habilidades dos personagens, seja no Brooklyn, Reino dos Cogumelos ou Arena Kong.

Contribuindo ainda mais para uma imersão completa, principalmente em uma sessão no IMAX, a trilha sonora tradicional de Koji Kondo está presente em todos os momentos, sendo interpretada de diversas maneiras e estilos para pontuar os sentimentos em cena.

Seja em poucas notas, enchendo os ouvidos com versões orquestradas, rítmicas ou mais rápidas, os principais temas estão presentes. Os clássicos “barulhinhos” de pulo, golpes, socos e blocos atingidos, além das rápidas sequências sonoras do Level ou Castle Complete também aparecem. Isso sem contar as trilhas do Overworld (música principal e mais tradicional), a sombria Underworld Theme, a calma Underwater, a clássica música de Super Mario Bros. 3, e até mesmo o tema de Mario Galaxy está presente, tudo magistralmente inserido para acompanhar o que acontece na história.

Mesmo com grande elenco hollywoodiano para esta animação, a versão dublada em português braslieiro conta com os maravilhosos Raphael Rossatto, que brilhantemente deu vida ao Mario, Manolo Rey, como Luigi, Carina Eiras, na voz de Peach, Marcio Dondi, no papel do vilão Bowser, e grande elenco com Eduardo Drummond, Pedro Azevedo, Léo Rabelo e outros grandes dubladores. A direção de dublagem se preocupou em localizar diversas piadas e manias de fala para todos os personagens, inclusive secundários, fazendo com que tudo fosse muito bem pensado e cuidado para os fãs dos games e público brasileiro.

Depois de tudo isso, com a estreia do filme programada para o dia 05 de abril (quarta-feira), será impossível entrar numa sessão de Super Mario Bros.: O Filme e não se apaixonar, seja pela nostalgia ou pela incrível animação produzida pela Illumination e Universal Studios. Se você cresceu com os jogos ou está conhecendo tudo agora, este é o momento perfeito para você iniciar nestas franquias.

Agora esperamos por uma sequência, afinal elementos para isso já foram mostrados e estão presentes durante o filme, inclusive com ganchos no roteiro. Quem sabe Super Mario Galaxy: O Filme não seja anunciado em breve, não é mesmo?

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