Super Mario 3D All-Stars – Review

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Nosso querido Mario está completando 35 anos e a Nintendo resolveu celebrar esse marco atendendo um pedido de longa data dos fãs: trazendo títulos clássicos para o Switch. Super Mario 3D All-Stars compila os três antecessores do incrível Super Mario Odyssey, que na minha opinião é o ápice dos Marios em 3D e dificilmente será superado algum dia (mas eu confio na Nintendo e sei que é só uma questão de tempo).

A coletânea inclui Super Mario 64, Super Mario Sunshine e Super Mario Galaxy (apenas o primeiro), três títulos que marcaram época e revolucionaram os jogos de plataforma em 3D ao seu próprio modo. Ao mesmo tempo que é o sonho de muitos nintendistas sendo realizado, a Nintendo também tomou algumas decisões questionáveis a respeito deste pacote, mas asseguro que a qualidade desses jogos continua intocada e é possível aproveitar cada um deles como se fosse sua primeira vez jogando.

Salve-se quem puder

A primeira grande questão que revoltou muita gente é o fato desta coletânea só estar à venda até março de 2021, tanto em mídia física quanto digital. Parece que o objetivo dessa decisão sem pé nem cabeça foi alcançado, já que ele se tornou um dos jogos mais vendidos de 2020 em poucos dias de pré-venda, mas a indignação dos fãs não é infundada.

Muita gente não vai poder comprar o jogo nesse período de tempo e aqueles que colocaram as mãos na mídia física vão cobrar valores estratosféricos na revenda – como já está acontecendo. A edição física já esgotou em diversos países e não vai existir nem uma segunda chance de adquirir a mídia digital após março, o que não faz sentido algum! Isso elitizou completamente o acesso a este título e muitas pessoas não terão a chance de usufruir desses três jogos incríveis.

Ninguém sabe se a Nintendo está planejando relançá-lo em um futuro próximo ou vai ficar por isso mesmo, mas definitivamente não foi legal.

Emuladores?

A segunda polêmica quanto a este pacote é o fato de se tratar de uma emulação dos jogos, e não de um port feito especialmente para Switch. Muita gente acha um desperdício de dinheiro pagar tão caro em jogos emulados, mas nesse ponto eu já discordo. Essa é a grande oportunidade de reviver três grandes títulos do Mario emulados em 1080p e com jogabilidade totalmente adaptada para Switch.

O fato de ser emulação abre muitas possibilidades para o Switch, pois já sabemos que outros títulos incríveis de plataformas anteriores não só podem como provavelmente vão dar as caras no console, como os clássicos da franquia Zelda. Os três jogos foram tão bem adaptados para o Switch que nem parece que estamos jogando algo criado para outro console, você simplesmente fica imerso naquele mundo e de boca aberta com toda a criatividade da Big N.

É fato que outras coletâneas como Crash Bandicoot N. Sane Trilogy e Spyro Reignited Trilogy atingiram um certo padrão de qualidade no relançamento de jogos antigos que esperamos ver em qualquer outro daqui para frente. Porém, o fato desses Marios não serem remasterizações não tiram o seu brilho e dão a oportunidade de quem não jogou na época ter a experiência mais próxima possível do produto original.

E aí? Envelheceu bem?

Quanto à qualidade dos jogos, acho que nem preciso dizer muito. Super Mario 64 foi um verdadeiro marco na evolução dos jogos eletrônicos, um título realmente revolucionário. No Switch ele não roda em widescreen e mantém sua resolução nativa de 4:3, mas não dava para esperar nada diferente vindo de uma emulação. A parte boa é que todas as texturas receberam um polimento para não ficar tão datado assim, então nada de objetos pixelados dessa vez!

O analógico do Joy-Con também foi adaptado para desempenhar as funções de alguns botões do Nintendo 64 que não estão presentes aqui. Quem já jogou o jogo antes provavelmente vai se adaptar rápido a essas mudanças, mas jogadores de primeira viagem podem se incomodar um pouco.

Ainda assim, é muito legal poder acompanhar a evolução daquele jogo, ver como suas mecânicas foram sendo aprimoradas em cada título. Super Mario Sunshine é o menos popular dessa série, aqui no Brasil principalmente, já que pouquíssima gente chegou a ter GameCube por estas bandas. Agora rodando em widescreen e em 1080p, esse foi o título com o menor número de adaptações na jogabilidade, já que o controle do GameCube era mais padrão e não tinha tantas firulas.

Mesmo injustiçado, Sunshine precisa ser jogado! É um dos títulos mais únicos do Mario que, até hoje, continua intocado! A Nintendo nunca tentou resgatar nada do tipo desde 2002, então podemos dizer que Sunshine é a joinha rara desta coletânea. Alguns problemas presentes no antigo retornam aqui, como a confusão dos controles e a câmera, que insiste em se posicionar da pior forma possível, mas não é nada que tire seu brilho.

Já Super Mario Galaxy é o ponto alto deste trio. Foi através dele que a Nintendo provou que, se tratando das suas franquias, o céu é o limite para a criatividade. Explorar cada constelação e seus planetas é de uma diversão sem fim, além de novamente renovar a jogabilidade dos Marios 3D. Uma pena que o pacote não inclui Super Mario Galaxy 2, o que, ao meu ver, não faz nenhum sentido.

Super Mario Galaxy sofreu uma grande adaptação nos controles, já que foi feito para ser jogado com os controles de movimento do Wii. Aqui os movimentos retornam através dos Joy-Cons, mas também foi perfeitamente adaptado para ser jogado no modo portátil com a ajuda do touchscreen – o que, para mim, foi a melhor forma de jogar. Você ainda contará com fases que só podem ser jogadas utilizando movimentos, então tudo mudou e nada mudou.

Como já dito, são três jogos incríveis e imperdíveis, que infelizmente estão à venda por tempo limitado. A coletânea pode ser “fraca” se tratando de conteúdo e se comparada com outras, mas eu ainda a recomendo vivamente. É diversão garantida, seja para quem estiver jogando pela primeira vez ou quem estiver revisitando nosso velho amigo bigodudo.