Starlink: Battle for Atlas – Review

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Espaço, a fronteira final. Estas sãos as viagens da nave Equinox, em sua missão de explorar o sistema solar Atlas – mas como Starlink: Battle for Atlas não se trata de uma galáxia utópica, é claro que essa jornada será repleta de formas de vida hostis e perigos ainda não descobertos pelo homem.

Starlink foi a tentativa da Ubisoft de criar sua própria IP com linha de colecionáveis: funcionando exatamente como Skylanders ou Disney Infinity (o que é chamado de toys-to-life), o game traz uma série de miniaturas e figuras de ação que entram dentro do jogo e nos permite personalizar nossa nave ao nosso gosto. É claro que você não precisa ter os brinquedos para poder jogar, mas essa é a graça do jogo.

Diário de bordo…

Jornada pelo desconhecido

Em Starlink nós assumimos a tripulação da nave Equinox, que como dito anteriormente está desbravando um limite do qual poucos tiveram a ousadia de tentar: uma missão de exploração pelo sistema solar Atlas, famoso por não ser nem um pouco amigável com forasteiros. Não muito tempo após adentrar Atlas, a Equinox é atacada por uma seita alienígena chamada de Forgotten Legion, o que resulta no sequestro de seu capitão. Agora cabe à equipe resgatar seu líder e descobrir quem é esse misterioso inimigo, ao mesmo tempo que exploram e sobrevivem aos planetas de Atlas.

Apesar do foco do jogo ser quase que exclusivo na exploração espacial e nas possibilidades de customização das naves, a história não deixa a desejar. Tudo é contado por cutscenes em CG bem agradáveis de se assistir, com uma qualidade a nível de animações (o visual caricato dos personagens colabora bastante com esse fator). Surpreendentemente o jogo não está dublado em português, o que não era de se esperar vindo da Ubisoft. Infelizmente, quem não tem um bom entendimento de inglês sairá prejudicado aqui, pois os personagens se comunicam o tempo inteiro – inclusive durante o gameplay – e é muito difícil dar atenção para as legendas enquanto estamos pilotando a nave em meio a tiroteios frenéticos.

Cada planeta é único.

Starlink realmente honra a premissa de dar uma certa liberdade para o jogador jogar do seu jeito. Mesmo sem ter as miniaturas das naves, você pode escolher com qual piloto jogar (onde cada um possui sua própria habilidade exclusiva), qual nave te apetece mais de acordo com seus atributos e ainda pode personalizar essa nave de diversas formas, alterando a seu gosto que tipo de arma quer usar em cada asa e acrescentando novos componentes que aumentam seus atributos. Pra completar, ainda é possível equipar melhorias em cada um desses componentes, tornando a sua nave realmente única.

A exploração de Atlas é a verdadeira cereja do bolo aqui. O jogo conta com uma série de planetas que teremos que explorar do zero e, como é de se esperar de um jogo da Ubisoft, com uma série de coisas a se fazer em cada um. Cada planeta possui sua própria fauna e vida selvagem, tudo retratado com gráficos belíssimos e rico em detalhes, cheio de cores e muito criativos ao seu próprio modo.

A parte ruim é que, por vezes, acaba se tornando maçante explorar tudo e completar cada objetivo disponível naquele mapa, e é bem provável que isso já aconteça em um dos primeiros planetas do jogo, resultando na perda de interesse na exploração (o que é a grande premissa do jogo) e forçando o jogador à focar apenas nas missões principais.

Catalogar novas espécies é sempre a melhor parte da exploração.

Do a barrel roll

Apesar de termos a opção de escolher o nosso piloto e dos mesmos possuírem suas próprias miniaturas, em Starlink controlamos apenas a nave. Em momento algum controlaremos nosso personagem fora dela, então toda a exploração e interações são feitas dentro do nosso veículo.

A jogabilidade é muito funcional, não sendo nem um pouco complicado pilotar ou se familiarizar com os comandos de combate – chega a ser inevitável a comparação com Star Fox, uma clara inspiração para este título. Quem estiver jogando a versão de Nintendo Switch tem até a possibilidade de escolher Fox McCloud como piloto, que vem acompanhado de toda a sua equipe com diálogos e interações exclusivas, o que é simplesmente sensacional e muito nostálgico.

Uma visão estonteante de milhares de mistérios prestes a serem desvendados.

Além da exploração dos planetas, também podemos explorar livremente a órbita das estrelas, o que te abre uma nova gama de possibilidades de descobertas e também te torna alvo de gangues de foras da lei, que tentarão destruir sua nave para roubar suas peças. Todos os combates do jogo são indispensáveis para que ganhemos experiência e subamos de level, assim podendo comprar melhorias para a nave.

Não dá para negar que Starlink é um jogo de naves e exploração espacial bem divertido e altamente recomendável para os fãs do gênero, mas também não dá para ignorar o fato de que nós, residentes do Brasil, não podemos tirar total proveito do jogo e consequentemente não teremos a experiência completa. As miniaturas sequer estão sendo vendidas por aqui, o que obriga quem tem interesse em adquiri-las à importa-las, e o preço não é nada amigável. Jogar sem os brinquedos não te limita em nada no jogo, mas essa foi a proposta de Starlink desde o princípio e é uma pena não podermos usufruir do game do jeito que se deve.

No geral, é um bom jogo que entretém não só os fãs de viagens intergalácticas como jogadores mais casuais também. Com os brinquedos em mão ou não, agora chegou a sua vez de ir audaciosamente onde nenhum homem jamais esteve.