Splatoon 3 – Review

Splatoon 3 Review

*Este review foi realizado com uma cópia do jogo disponibilizada pela Nintendo Brasil

A Nintendo é autora de diversas franquias de sucesso que já vêm reinando no mundo dos games há algumas décadas. Apesar dela ter matado algumas no caminho, as principais ainda seguem firmes e fortes, sendo Splatoon o caçulinha dessa família. Esse simpático shooter fez sua estreia no Wii U em 2015 e hoje, sete anos depois, já está completando uma trilogia! Nem mesmo Mario e Zelda receberam tantos jogos inéditos nesse período (e não, relançamentos não contam), então é fato que Splatoon já conquistou seu lugar de respeito entre os maiores hits da Big N.

É claro que, se tratando de um jogo com foco no multiplayer online, é inevitável que suas sequências sejam muito parecidas com seus antecessores. Splatoon 3 não escapa dessa sina e, para os ávidos jogadores do segundo título, é basicamente mais do mesmo – só que muito melhorado! Parece que a Nintendo simplesmente reuniu todos os maiores pedidos da comunidade e implementou em um “novo” jogo, fazendo dessa a experiência definitiva nesse pequeno universo de tinta.

Maior e melhor

Se você já é um veterano de Splatoon, provavelmente sabe bem o que te espera dentro da sua proposta mais básica: disputar uma infinidade de partidas online onde seu principal objetivo é pintar a maior parte do mapa, tudo isso enquanto enfrenta uma equipe de jogadores sedenta de sangue – ou tinta, no caso. O primeiro grande diferencial do terceiro título (e provavelmente o único deles) é a adição de um modo história, então finalmente Splatoon tem singleplayer!

Essa campanha solo na verdade funciona mais como um tutorial longo e requintado, que servirá para preparar os novatos para a loucura do modo online. Quem jogou os demais já começará sabendo de tudo, mas vai tirar proveito do mesmo jeito, pois não deixa de ser divertido. Ao todo são 70 fases bem curtinhas, não sendo uma campanha extensa, mas cumpre o que promete – tem até chefes! No começo tive a impressão de que tudo seria meio genérico e estaria lá só para tapar buraco, mas felizmente me enganei. Conforme vamos jogando, as coisas ficam mais e mais satisfatórias, com direito até a cutscenes cinemáticas. Tem que respeitar esse modo história!

O progresso da campanha não se mistura com o online, sendo duas coisas totalmente diferentes, então mesmo que você termine a história, terá que “recomeçar” o jogo do seu jeito mais tradicional. Quem decidir zerar primeiro estará mais do que preparado, pois como já enfatizado, as fases exploram bem todas as mecânicas dos inklings, que inclusive estão bem melhores neste jogo. Controlar seu inkling de forma dinâmica e improvisar “combos” alternando entre a forma humanoide e a de lula nunca foi tão suave e satisfatório.

Entre esses dois modos de jogo, você poderá explorar livremente a incrível Splatsville, que está mais bonita e robusta do que nunca! Na minha primeira jogatina, perdi mais tempo explorando a cidade do que jogando qualquer um dos modos. São tantas coisas para ver, detalhes para reparar e jogadores para encontrar que você até se perde em meio a tantas possibilidades.

Para quem não sabe, Splatsville é a hub do jogo, onde você pode adquirir novos itens para seu personagem e “interagir” com outros jogadores. Não é exatamente igual a um MMO, pois não é uma interação em tempo real; você só encontra os inklings de outros jogadores espalhados pelas ruas e pode ver suas mensagens, que vão desde frases até desenhos – e devo admitir que essa galera tem muito talento. É algo simples, mas isso por si só já é entretenimento puro! Não tenha medo de “perder tempo” pelas ruas de Splatsville.

O de sempre

Se tratando do multiplayer online, Splatoon 3 não difere muito dos seus antecessores, então essa é a parte mais familiar do jogo. Os modos seguem sendo os mesmos e ainda temos as famosas Splatfests, que movimentam a comunidade e deixam os servidores sempre bem lotados. Tirando o fato de que temos novos mapas, armas, itens cosméticos e coisas do tipo, quem jogou os outros (especialmente o segundo) se sentirá em casa.

O modo online de Splatoon sem dúvidas é extremamente divertido, até para quem não é muito fã de jogar contra outras pessoas (como é o meu caso). Ele é frenético, gostoso de jogar e as partidas são super rápidas, durando apenas três minutos, então é tudo rapidinho e viciante. Contudo, a melhor parte fica na progressão, que vai na contramão de 99% dos jogos do gênero.

Em uma época onde as microtransações e itens pagos com dinheiro real são tão comuns em títulos com foco no online, a Nintendo felizmente fez e continua fazendo de Splatoon uma exceção. Aqui você desbloqueia tudo à moda antiga: jogando! Ganhando ou perdendo, seu personagem ganha XP e diferentes tipos de dinheiro, cada um sendo usado para adquirir um tipo de item. Não existe loot nem nada que envolva dinheiro, um sistema que me agrada bastante, pois acredito ser a forma mais honesta de recompensar os jogadores.

Como já enfatizado, as mecânicas foram melhoradas, muitos erros dos antigos foram eliminados e tive a impressão de que até as armas passaram por um balanceamento mais refinado, então a experiência como um todo está bem mais crocante. Infelizmente, os únicos problemas de Splatoon 3 ficam a cargo dos serviços online da Nintendo, que até hoje continuam deixando a desejar.

Já estão sendo lançadas atualizações para tentar corrigir as diversas falhas de conexão que o jogo vem apresentando desde o lançamento, mas até o momento, ainda é comum se deparar com desconexões e uma longa espera para encontrar partidas. É fato que isso não se dá por falta de jogadores, afinal é um título fresquinho que vendeu literalmente milhões de cópias em um único fim de semana, então está todo mundo jogando. Só é desanimador ter que esperar cinco minutos para jogar uma partida que vai durar apenas três.

Splatoon 3 pode ser mais do mesmo, mas definitivamente é a melhor entrada da trilogia, tornando os outros dois automaticamente obsoletos. Ainda não é uma sequência das grandes, então se a Nintendo quer continuar lançando mais Splatoons nesse ritmo relativamente rápido, seria bom prepararem novidades realmente pesadas para os próximos – caso contrário, vai ser difícil continuar mantendo o interesse das pessoas por muito tempo. Enquanto isso, vamos aproveitar o ápice da franquia, pois ele já está entre nós!

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