Slender Man: Pesadelo Sem Rosto – Crítica

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Era 2012 quando este careca classudo entrou em nossas vidas. Baseado no conto de Eric Knudsen (aka: “Victor Surge”), publicado no fórum Something Awful em 2009, Slender: The Eight Pages (2012) chegou para trancar o popo de toda população mundial. Foi doido.

O sucesso foi tão grande que a BBC classificou a história como “o primeiro grande mito da web”. O jogo ganhou novas fases, modos, versão para console e, como não poderia deixar de ser diferente, agora temos um filme! Mas será que a obra faz jus ao título?

Bem, não. Nenhum pouco. Mas vamos por partes.

Em um mundo dominado por celulares Sony Xperia, um grupo de moças resolve ter a brilhante ideia de invocar esse tal de Slender Man só pra ver de qual é. Acontece que a invocação dá certo, e o homão esguio do bosque começa a fazer suas maldades maléficas. Agora, essas moças precisarão se virar para dar um jeito de se livrar da criatura antes que percam a cabeça ou até mesmo a vida!

Como a sinopse já mostra, não há muito do jogo aproveitado no filme. Alguns detalhes até dão as caras, como as páginas que você procura ou o som de interferência que o Slender fazia ao se aproximar. De resto, você tem um filme que usa o mesmo personagem em um ambiente até semelhante, mas com uma história que não agrega em nada ao conto.

Quanto mais o filme andava, mais eu tinha a sensação de que estava vendo um terror qualquer com uma skin de Slender. O filme o tempo todo cai em armadilhas banais do gênero, como o uso gratuito de alucinações ou personagens excessivamente corajosos (além de bem muito burros). Parace até que o diretor Sylvain White não fazia a menor ideia de como fazer um filme de terror, daí resolveu fazer com o que lembrava de cabeça e resultou nisso aí. Algo banal, genérico e gratuito.

Para você ter noção, nem susto esse filme consegue te dar e por um motivo ainda mais estúpido: o Slender, que era para ser o FODENDO protagonista do filme, foi feito da maneira mais porca que se pode imaginar. Sério. Tá tão feio quanto aquelas montagens do Slender em fotografias antigas. Por mais que eu me esforce, não sou capaz de entender como um filme desse porte errou tão feio num monstro que basicamente é um careca de terno.

No escurinho é fácil, vai.

Eu até gostaria de dizer que o filme tem boas ideias, que tem bons enquadramentos ou boas atuações, mas não. As atrizes protagonistas (Joey King, Julia Goldani Telles, Jaz Sinclair) estão ali no modo Malhação do início ao fim. Já a fotografia, embora até seja competente sim, mais atrapalha do que ajuda. No geral, as cenas escuras demais até em contextos que não faz o menor sentido estarem tão escuras. Em algumas situações parece só que alguém esqueceu de pagar a conta de luz.

Slender Man: Pesadelo Sem Rosto é um filme sem gosto que definitivamente não faz jus à fama de seu protagonista. Talvez, se tivesse sido lançada antes, até conseguiria se aproveitar do enorme hype que um dia o personagem já teve. Entretanto, tendo se passado tanto tempo desde o seu auge, o filme precisaria entregar algo mais do que referências gratuitas para fazer sucesso.

Espero que a próxima creepypasta tenha mais sorte.