Sackboy: A Big Adventure – Review

sackboy

Houve um tempo que o Sackboy era apenas o personagem fofinho que representava a série LittleBigPlanet, famoso exclusivo de PlayStation que permitia aos jogadores criarem suas próprias fases sem limites. Quem diria que, com a chegada do PS5, ele receberia o seu próprio jogo?

Sackboy: A Big Adventure chegou para mostrar que nosso querido bonequinho de lã já amadureceu o suficiente para ter seu nome no título e, quem sabe, já está pronto para iniciar uma campanha para se tornar o grande mascote do PlayStation. Neste jogo, esqueça LittleBigPlanet por completo, pois ainda que seja ambientado no mesmo universo, é uma aventura completamente diferente.

Super Sackboy Odyssey

Em Sackboy: A Big Adventure conheceremos o Artemundo, um simpático planeta criado por milhares de ideias aleatórias ao redor do mundo. É nele que vivem os sackianos, que passam o dia todo brincando, criando e esbanjando criatividade… mas não por muito tempo. Um certo dia, o lugar é atacado por Vex, o criador de pesadelos, que deseja espalhar terror e tristeza pela galáxia. O único sackiano que conseguiu escapar foi o Sackboy e agora cabe a ele derrotar Vex e salvar seus amigos.

A primeira grande mudança do jogo é que ele não é mais sidescrolling em 2.5D, agora afundando de cabeça no plataforma 3D. Ainda que seja bem diferente da linha de jogos do Mario em 3D, em muitos momentos a comparação com Super Mario Odyssey é inevitável, o que na verdade não é algo ruim. Super Mario Odyssey é um jogo incrível em cada um de seus aspectos e ter uma variável em outro console com novos personagens é algo sempre bem-vindo.

A campanha é dividida em cinco mundos e em cada um teremos várias fases para encarar. Todas são curtinhas, mas bem variadas, então é difícil chegar a enjoar. Passaremos por montanhas de gelo, florestas, pelo fundo do mar e até por uma cidade futurista – mas ainda que todos os níveis estejam presos à temática de seu mundo, de alguma forma eles sempre conseguem surpreender. Você nunca sabe o que virá na próxima fase!

As mecânicas não fogem do que LittleBigPlanet já oferecia, só que agora tudo foi adaptado para um cenário tridimensional. Sackboy pode atacar inimigos no soco, agarrar e arremessar coisas e por vezes contar com a ajuda de alguns gadgets, como um bumerangue e um gancho para se balançar. O jogo vai introduzindo novos recursos aos poucos para se manter sempre renovado.

Aventura musical

As fases são divertidas, ainda que sejam fáceis demais. Na maioria das vezes que morri, foi por puro descuido e não porque o desafio é elevado. É um título realmente feito para crianças, mas que pode ser usufruído por todos. Ainda existem algumas fases extras que oferecem um desafio maior, como as dos cavaleiros e as corridas, todas voltadas para percursos repletos de armadilhas que devemos atravessar em pouquíssimo tempo. Essas fases bônus conseguem elevar um pouco o nível de desafio, mas qualquer um que já esteja familiarizado com o gênero não terá problemas em vencê-las no melhor tempo.

O que realmente me empolgou na jogatina foi a trilha musical. Sackboy: A Big Adventure traz uma excelente playlist e cada fase toca uma música (muitas vezes famosa) sincronizada com o avanço do nível. Teremos desde Bruno Mars até Foster the People, então é impossível não jogar dançando quando começa a tocar alguma música que você conhece. Aliás, no mundo da selva tem até mesmo uma música nacional, do grupo Barbatuques!

Não parando por aí, o jogo também oferece muitos colecionáveis espalhados por todas as fases, incluindo vários itens cosméticos para personalizar seu Sackboy (todos inclusos nas famosas bolhas de LittleBigPlanet). Na Loja do Zom Zom também é possível comprar fantasias e outras coisas para deixar seu bonequinho cada vez mais único, então a personalização do personagem está ótima e cheia de possibilidades.

Os gráficos estão no ápice do PS4, como já era de se esperar, ficando até difícil imaginar melhor no PS5. Os cenários são todos feitos de materiais improvisados como papel, tecido e objetos aleatórios. Em certas fases, parecia até que eu estava jogando Tearaway Unfolded, um exclusivo de PS4 ambientado em um belíssimo mundo de papel.

Os únicos defeitos ficam a cargo do desempenho, ainda que sejam poucos. O jogo tem muitos loadings e nas cutscenes é comum acontecer um delay de renderização, principalmente no Sackboy, fazendo ele ficar com as texturas incompletas por cerca de um segundo. Já com respeito a bugs, só sofri de um que deixou a tela branca infinitamente após realizar uma transição de mundo, só que o jogo continuou rolando – eu podia ouvir o personagem e até controlá-lo, mas não estava enxergando nada. Nada que um reload não tenha resolvido.

No geral, Sackboy: A Big Adventure é um jeito muito divertido de embarcar na nova geração. Pode não ser tão desafiador quanto poderia, mas ao menos oferece uma belíssima e imersiva experiência na pele do nosso velho amiguinho.