Resident Evil: A Série – Crítica

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Resident Evil é uma série de jogos que começou lá nos anos 90, a história se dá quando um grupo de agentes especiais entra numa mansão assustadora que fica numa tal de Raccoon City. Naturalmente, começaram a surgir os rumores de uma adaptação cinematográfica, foram sete filmes desde de 2002, os primeiros seis na mesma franquia e um que foi lançado recentemente no ano de 2021.

Incríveis 20 anos se passaram e eis que surge o anúncio de uma série produzida pela Netflix. Uma história inovadora, nunca vista nos jogos. Surpreendente? Pois o que foi visto foi uma bagunça de recortes de diferentes referências da cultura dos filmes de zumbi, misturado com um dramalhão teen cheio de situações água com açúcar, ou seja, Resident Evil: A Série foi “netflixado” ou “stranger thingsado”, tudo é uma aventura com grandes confusões de jovens largados ao léu pelos pais.

RESIDENT EVIL. (L to R) SIENA AGUDONG as YOUNG BILLIE, TAMARA SMART as YOUNG JADE, SIENA AGUDONG as YOUNG BILLIE in RESIDENT EVIL. TAMARA SMART as YOUNG JADE in RESIDENT EVIL. Cr. MARCOS CRUZ/NETFLIX © 2021

A primeira temporada de Resident Evil: A Série tem 8 episódios, os primeiros com uma bela fotografia, um design de produção riquíssimo e uma ótima mixagem de som, contudo, o elenco é fraco (a direção também é culpada disso) a não ser pelo sempre ótimo Lance Reddick (e ele se esforça), fora isso é um Deus nos acuda, tanto o antagonista do futuro, quanto a antagonista de 2022 são de uma canastrice sem tamanho. O CGI também é sofrível, no mais glorioso estilo PS1, não negando suas origens noventistas.  

No início Resident Evil: A Série lembra muito o clima de Falling Skyes, série de 2011 produzida por Steven Spilberg, tem cenas com planos abertos belíssimos, assim como o som que acaba dando o tom de alguns sustos. Outras vezes a série peca na ambientação, fazendo que ela se aproxime muito de um filme B de um terror genérico saído do canal SyFy, em outros momentos parece um filme dos Trapalhões pela coreografia mal ensaiada, e para finalizar temos uma feia homenagem à Ash vs. Evil Dead.

RESIDENT EVIL. (L to R) ELLA BALINKSA as JADE, ELLA BALINSKA as JADE in RESIDENT EVIL. Cr. NETFLIX © 2021

A parte do “presente” se arrasta numa novelinha adolescente que demora para acontecer de verdade, e quando achamos que podemos descobrir alguma coisa, pimba! Cortam o clímax com algum desvio desnecessário. A parte do futuro é difícil de explicar, mas muitas vezes os maiores constrangimentos surgem daqui.

O que no início se via como uma proposta interessante, vai caindo de uma maneira vertiginosa, enquanto no primeiro episódio era possível levar alguns sustos, nos últimos os sustos são de vergonha alheia, com piadas absolutamente despropositadas, com resoluções tiradas da cartola, e com o maior vilão dos games sendo colocado numa situação esdruxula.

RESIDENT EVIL. (L to R) ELLA BALINKSA as JADE, ELLA BALINSKA as JADE in RESIDENT EVIL. Cr. MARCOS CRUZ/NETFLIX © 2021

O showrunner da série, Andrew Dabb, comenta que Resident Evil: A Série esse foi um “trabalho de amor”, a questão que fica é: amor a quem? Fica essa dúvida. Parando para prestar atenção nas últimas produções da gigante escarlate e citando o ditado: “não se pode servir a dois senhores”, ou se tenta conquistar o público mais jovem ou faz o serviço para a base de fãs, base que acompanha a franquia de jogos há quase 30 anos, porque o caminho do meio, neste caso, não ficou bom.

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Assista ao trailer da serie, aqui.