Resident Evil 4: Separate Ways – Review

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O remake de Resident Evil 4 certamente foi uma agradável surpresa, conquistando um merecido espaço em meio a tantos títulos excelentes que estão sendo lançados este ano. Contudo, o pacote original ficou devendo uma coisinha: a campanha de Ada Wong, intitulada Separate Ways.

Se você ficou revoltado com o fato da Capcom estar vendendo esse modo como DLC, saiba que nem sempre ele esteve incluso no jogo original. Separate Ways foi introduzido nos ports que sucederam a primeira versão de Resident Evil 4 do GameCube, então eles estão apenas seguindo a tradição da empresa e fazendo o que fazem de melhor. Felizmente, a expansão está sendo vendida por um preço camarada e é tão boa quanto a campanha principal.

Lado B

Separate Ways funciona como a campanha de Claire Redfield em Resident Evil 2, só que mais objetiva. Aqui assumimos Ada e vemos o lado dela nessa história, acompanhando seus passos paralelamente aos de Leon, que já tivemos a oportunidade de vivenciar no jogo base. Além de ser uma ótima desculpa para estender o conteúdo do jogo, também é muito legal ver como certas coisas do enredo se desenrolaram nos bastidores.

Desta vez, a Capcom teve a oportunidade de criar algo realmente relevante, que não fosse apenas uma cópia da campanha principal com leves alterações, como acontecia no Separate Ways original ou até mesmo em Resident Evil 2. Os lugares que passamos ainda são os mesmos, só que agora teremos diversos cenários exclusivos do caminho de Ada, além de uma coerência narrativa muito maior.

Tudo que não fazia muito sentido no primeiro Separate Ways foi descartado, enquanto algumas coisas que acabaram ficando de fora do remake deram as caras por aqui. Dentre os destaques, temos a batalha contra o chefe U-3, cujo trecho foi completamente descartado da campanha principal, além do retorno do icônico corredor de lasers. Aqui devo ressaltar a incrível habilidade de Ada, que superou com folga as peripécias de Leon no original. Ela não só desvia dos lasers em uma situação muito mais extrema, como também faz isso de salto alto!

A campanha dura em média cinco horas – menos tempo que o original, mas com muito mais qualidade. Além de termos uma participação maior de outros personagens importantes para a trama, todos os puzzles e desafios enfrentados por Ada não interferem no sentido do caminho de Leon, então tudo foi feito com maestria.

Mais RE4

Em termos de novidades, não espere nada absurdo de Separate Ways. É apenas uma extensão da história, sendo a desculpa perfeita para aqueles que já zeraram retornarem ao jogo. Apesar do DLC ter algumas particularidades básicas, no geral ainda é uma experiência muito parecida com a que tivemos no jogo base.

O maior diferencial de Ada é poder usar o seu gancho para alcançar lugares altos. O uso desse acessório é quase sempre linear, mas existem alguns locais que podem ser explorados com muito mais facilidade, como o labirinto do castelo, por exemplo. O gancho também pode ser usado em combate, puxando o escudo dos inimigos (caso você tenha o amuleto da Ada equipado na maleta) ou golpeando oponentes atordoados que estiverem distantes.

O arsenal de Ada é bem mais limitado, o que é totalmente compreensível, já que a campanha é menor. A variedade de armas disponíveis no mercador é baixa, mas acaba proporcionando mais oportunidades de investirmos nosso dinheiro em melhorias para as que já temos em mãos. Aqui também existem alguns dos amuletos que ganhamos no minigame de tiro ao alvo, porém tudo deve ser comprado diretamente com o mercador (os estandes de tiro não estão disponíveis no DLC).

O restante é apenas mais Resident Evil 4, o que está longe de ser algo ruim. Recomendo que prestem bastante atenção aos detalhes, pois existem muitas coisinhas discretas que enriquecem ainda mais essa experiência, por exemplo: ao passar pela igreja do vilarejo, é possível escutar Ashley chorando no cativeiro; por outro lado, se você for até a outra ponta do mapa, conseguirá escutar Leon fuzilando os ganados no primeiro confronto do jogo. É esse tipo de coisa que o torna realmente imersivo!

Por fim, não posso deixar de enfatizar o bom trabalho que fizeram com a trilha musical deste DLC. Grande parte das músicas do original retornaram em remixes mais próximos de sua versão de 2005, o que me agradou demais. Essas músicas já se faziam presentes no jogo base, mas de uma forma mais discreta; agora, você conseguirá ouvir o tema do mercador, das máquinas de escrever e até aquela música tensa de infiltração de um jeito bem nostálgico.

É difícil encontrar motivos para não jogar Separate Ways. Por mais que seja curtinho, ainda é uma experiência tão divertida quanto o jogo base e o preço faz valer a pena. Agora sim, podemos dizer que Resident Evil 4 Remake finalmente está completo!