NBA 2K24 – Review

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NBA 2K24 começa homenageando uma das maiores lendas que já passaram pela liga: o eterno Kobe Bryant, camisa 24 do Los Angeles Lakers. Assim como a edição do ano passado (que homenageou ninguém menos que o GOAT, Michael Jordan), quem é fã de longa data provavelmente vai gostar bastante desse tributo – mas só isso não é o suficiente para disfarçar todas as suas falhas e evolução mínima.

A edição deste ano dá mais um discreto passo rumo ao simulador definitivo da melhor liga de basquete do mundo, mas em suma para por aí. Ao contrário do 2K23, as novidades são mínimas e pouquíssimos elementos receberam uma repaginada que justifique a compra de um novo jogo. Por outro lado, as microtransações se fazem mais presentes do que nunca, intensificando ainda mais um problema que já se faz presente na franquia há muito tempo.

Tecnologia ProPlay

A principal novidade de NBA 2K24 fica a cargo da adição da tecnologia ProPlay, um sistema que busca replicar os diversos movimentos que os jogadores fazem em quadra com mais precisão e máximo realismo. Ainda que alguns elementos do gameplay possam prejudicar um pouco desse desempenho vez ou outra, o jogo está mais real do que nunca!

A naturalidade dos movimentos impressiona e algumas ações se tornaram um pouco mais balanceadas, buscando deixar o gameplay mais acessível e um pouquinho menos exigente. Aqui podemos citar a mecânica de arremessos, que não obriga mais a acertar o timing exato da barrinha para marcar pontos. Você ainda tem chances de fazer uma cesta mesmo sem soltar a bola no momento mais oportuno, nos dando mais liberdade para improvisar nas jogadas e evitar um estilo de jogo mais “robótico”.

O problema é que os status individuais de cada jogador pesam muito nesse aspecto, então não é algo que depende tanto de sorte. Um exemplo: os melhores arremessadores conseguem acertar cestas de praticamente qualquer lugar da quadra, mesmo sem soltar a bola no “tempo verde” da barrinha. Já quem não é tão habilidoso nesse quesito provavelmente vai errar tudo, então esse pequeno detalhe já é o suficiente para deixar as partidas bem previsíveis.

Ainda assim, não dá para negar que NBA 2K24 continua sendo a experiência definitiva de basquete nos videogames. É um jogo muito rico e profundo para qualquer fã da liga, então mesmo com esses pesares, ele não deixa de ter um gameplay imersivo e envolvente.

Jogo novo, modos velhos

Os modos disponíveis continuam sendo os mesmos do 2K23, com exceção de algumas leves alterações. A maior delas acontece no Mamba Moments, que substitui o Jordan Challenges para recriar alguns dos momentos mais épicos da carreira do Black Mamba. São sete desafios que nos incentivam a recriar com perfeição tudo que Kobe fez naquelas partidas, então quem acompanhou a trajetória do cara vai se divertir muito nesse modo.

Contudo, ainda acho que o destaque vai para o MyNBA Eras, um modo que nos dá a oportunidade de reviver períodos memoráveis da liga. Isso vai desde a década de 1980 (com estrelas como Magic Johson, Larry Bird e o próprio Jordan) até os últimos 15 anos, que foram dominados por estrelas como o King James e a dinastia dos Warriors. A melhor parte é poder jogar com times históricos e grandes lendas do esporte, algo que faz muita falta na franquia Madden NFL.

Já o restante dos modos continua sofrendo com o mesmo problema dos anos anteriores: uma quantidade abusiva e desenfreada de microtransações, um fator que prejudica totalmente nossa experiência. O MyCareer, onde criamos nosso jogador e nos tornamos uma estrela da liga, ainda carece de uma narrativa mais elaborada, mas esse nem é o maior pesar dessa campanha.

O modo história tinha tudo para ser excelente, mas o jogo faz de tudo para nos forçar a pagar dinheiro de verdade para evoluir nosso personagem. Aqui temos a liberdade de escolher em quais atributos investir para melhorar o desempenho em quadra, com a possibilidade de criar um super jogador que também pode ser utilizado no modo online.

O problema é que se torna inviável evoluir tudo ao máximo com a moeda do jogo, pois a recompensa por vencer partidas é mínima. Além de prejudicar nosso progresso, acaba colocando diversos personagens extremamente desbalanceados nas partidas em rede (afinal, tem muita gente pagando).

As microtransações também prejudicam a experiência no MyTeam, que funciona como um fantasy card game. O objetivo é colecionar cards dos jogadores da liga para montar um time poderoso, mas as cartas mais raras obviamente só estão disponíveis pagando. Até que é possível desbloquear uma ou outra na sorte, mas o tempo que será necessário investir no jogo só para ganhar uma mísera cartinha não faz valer a pena o esforço.

Dito isso, podemos concluir que NBA 2K24 acaba dando alguns passos para trás, em relação ao seu antecessor. Houve melhorias discretas, mas o excesso de microtransações estraga qualquer visão otimista que poderíamos ter sobre este título. Já passou da hora da 2K acordar para a vida e tornar a progressão desta franquia mais democrática – uma esperança que, mais uma vez, ficará para o ano que vem.