Millenium: A Garota na Teia de Aranha – Crítica

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Millenium: A Garota na Teia de Aranha é um filme de crime e suspense, dirigido por Fede Alvarez e baseado no livro homônimo, escrito por David Lagercrantz. É uma sequência e, simultaneamente, um soft-reboot do longa “Os Homens Que Não Amavam as Mulheres” (2011) de David Fincher, estrelando novos atores como Claire Foy, Sylvia Hoeks, Stephen Merchant e Sverrir Gudnason

A Garota na Teia de Aranha, apesar de ser o segundo filme lançado na franquia, é baseado no quarto livro da saga literária Millenium. Esse universo foi criado pelo escritor sueco Stieg Larsson, que, após a conclusão do terceiro capítulo (A Rainha do Castelo de Ar), veio a falecer. Vale ressaltar que se trata de uma adaptação que foge MUITO do material original.

O filme acompanha o envolvimento de Lisbeth Salander (Claire Foy), uma justiceira e hacker, e Mikael Blomkvist (Sverrir Gudnason), um jornalista investigativo, em um conflito internacional centrado no programa “Firefall”, um software que permite o controle de armamentos nucleares ao redor do planeta. É notável um maior foco em Lisbeth, a grande protagonista do filme, deixando, entretanto, alguns traços característicos da personagem de lado, transformando-a em uma versão feminina do Batman.

Seja pela pouca importância dada a seu personagem ou pela falta de presença quando está em cena, Gudnason não convence como Blonkvist. Além disso, há alguns personagens cuja participação na trama é forçada, passando a impressão de que só estão no filme para que existam diferentes arcos narrativos simultâneos, o que é interessante, o problema é que são fracos e desnecessários. Existe, também, um excesso de conveniências que parte desde uma “sorte” de protagonista e chega até o completo absurdo.

A fotografia representa o universo de forma muito fria, destacando as poucas cenas de ternura e conforto com tons quentes,de forma a realmente colocá-las destoando das demais. As cores são, geralmente, insaturadas, com a exceção do uso de vermelho associado à antagonista, que por sua vez é exagerado, quebrando parte da imersão. A montagem do filme causa estranhamento, ora a edição é muito rápida e cheia de cortes, ora é muito lenta, sendo que não há valor cinematográfico nessas escolhas.

A Garota na Teia de Aranha é um filme que tinha um altíssimo potencial, especialmente considerando a qualidade do primeiro capítulo, infelizmente, o resultado final é extremamente decepcionante e, talvez pior ainda, esquecível. O longa estreia no dia 8 de novembro nos cinemas brasileiros.