Metro Exodus – Review

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Metro Exodus faz parte de uma série de jogos que começou timidamente em 2010, adaptando o livro de Dmitriy Glukhovskiy, Metrô 2033 (mesmo nome do jogo). No jogo (porque eu não li o livro) controlamos Artyom, protagonista da série, em um mundo devastado por uma grande guerra nuclear que obrigou a humanidade a morar nos túneis do metrô, lugar esse que não foi atingido pela radiação.

A premissa inédita na época chamou a atenção de diversos jogadores, e a mistura de ação com terror ajudou ainda mais a criar uma boa base de fãs, tanto que 3 anos depois tivemos a sequência, Metro Last Light, continuação direta do primeiro jogo.

E agora, em 2019, a Deep Silver junto com a 4A Games , nos presenteia com a terceira parte dessa série, Metro Exodus. O título busca algo nunca antes pensado nos outros jogos, uma vida fora dos perigosos túneis de metrô, uma vida longe da radiação, dos monstros e das guerras no mundo subterrâneo, uma vida normal.

Exodus trouxe uma série de mudanças para a franquia, mas será que foram bem vindas?

Um mundo fora dos túneis

Aproveite a paisagem

Artyom volta como protagonista, e após ouvir uma estranha transmissão de rádio acredita que pode haver uma vida normal em algum lugar da Rússia e decide encontra-la. Porém, convencer Miller não será fácil. Mas logo nos primeiros minutos (talvez horas, se você for lerdo que nem eu) esse novo mundo é descoberto, levando Artyom, Miller, Ana e grande elenco, para uma grande jornada longe do familiar metrô, mas sem abandonar os trilhos, já que a viagem e feita de trem.

Agora podemos explorar pequenas regiões, com características distintas, como uma região pantanosa, outra desértica, uma vasta floresta, etc. Porém, se o mundo dentro do metrô trazia uma boa originalidade a franquia, o mundo do lado de fora se torna apenas o clichê de um jogo pós-apocalíptico, o que não é ruim, pois é bem construído, mas apaga um pouco a originalidade que o título apresentava em seus jogos antecessores.

Um jogo família

Momentos assim são gratificantes

Vivemos dentro de um trem, chamado de Aurora, e ao avançar na história somos cativados pelas relações entre os personagens e o sentimento de família cresce a cada novo mapa que visitamos, isso acontece pois podemos interagir com os npcs ou ouvir os diálogos que ajudam a trazer profundidade aos personagens. Teve um momento que fiquei quase 10 minutos apenas ouvindo o grupo conversando e cantando, logo eu fiquei com medo de uma merda gigante acontecer com a gente no futuro.

Claro, você pode pular esses momentos de interação indo até o mapa e começar a missão de uma vez, mas vai perder uma boa parte da experiência, pois agora o jogo não foca em mostrar criaturas radioativas, sobrenaturais ou qualquer coisa do tipo, elas ainda estão lá ( e atrapalham bastante, pois são muito resistentes), mas agora o jogo decide falar sobre sobrevivência, seja de você e seus amigos ou daqueles que você encontra em sua jornada.

Tal foco não tira a ação do título, muito pelo contrário, a todo o momento estamos sendo atacados por bandidos, batedores e algumas criaturas.

Equipe-se para sobreviver

Deixe sua arma porreta!

Não precisamos mais comprar armas ou itens, agora temos a possibilidade de equipar nossas armas e melhorar nossos equipamentos com itens que encontramos ao matar inimigos ou espalhados pelo cenário.

Criar filtros para sua máscara de gás é outros itens de cura é fundamental, pois ainda existem lugares radioativos e tóxicos cheio de criaturas que podem te matar facilmente.

A guerra deixou o povo burro

Paisagens nunca antes vistas na franquia

Inimigos selvagens agirem de maneira irracional é até perdoável, mas inimigos humanos procurando cover onde não existe nada, não é perdoável! A inteligência artificial dos seus inimigos é questionável e o jogo não sabe como balancear isso, uma hora eles buscam se esconder onde não existe nada para protege-los, e em outro momento conseguem te ver de longe após você jogar uma faca discretamente. Aqui eles podem te vencer mais pelo número do que por inteligência.

Mecânicas que falham

Olha o bicho vindo!

Sendo direto, o sistema de mira é pesado e mesmo com o inimigo a curta distância um tiro que deveria acertar a cabeça muitas vezes não acerta, o que te faz errar o alvo e chamar a atenção dos outros inimigos.

O som também é um problema, é difícil escutar seus companheiros caminhando com você. Em certos momentos eu avançava pelo mapa e de repente me via sozinho, pois o meu parceiro estava parado me esperando do outro lado.

Aconteceu um bug enquanto jogava que me fez voltar 10 minutos de jogo, algo inadmissível e que deve ser corrigido futuramente. Foi assim: ao atacar um inimigo, com quadrado ou triângulo, um outro inimigo e acertou e fiquei sem poder interagir com mais nada, nem mesmo sacar uma arma. Por isso salve constantemente!

O loading inicial pode atrapalhar também, ele é bastante demorado para um jogo que não precisa renderizar mapas grandes ou, nem texturas complexas.

Considerações finais

Anna e sua determinação

Metro Exodus busca trazer uma nova visão à franquia, e sua campanha é satisfatória. As criaturas e o suspense ainda estão lá, mas não é o foco principal da série, o que pode desapontar os veteranos da franquia. O mundo fora do metrô não apresenta muita originalidade, mas é bonito graficamente falando. No fim, o jogo ganha em sua história, focando mais na jornada, na sobrevivência e na busca por um novo lar.

Vale dar uma chance se você já acompanha a história.

*Este review foi realizado com uma cópia do jogo fornecida pela Deep Silver

Desenvolvedor: 4A Games
Gênero: Ação e aventura
Disponível para: PlayStation 4, Xbox One, Microsoft Windows
Data de lançamento inicial: 15 de fevereiro de 2019

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