Mentes Sombrias – Crítica

The Darkest Minds

A sensação de que estamos vendo mais uma história de ação-distopia infanto-juvenil é bem clara. O filme apresenta vários aspectos de filmes bem famoso como Crepúsculo, Jogos Vorazes e Divergente, mas a sua maior proximidade, com certeza, é com X-Men: jovens que se descobrem com super-poderes e agora precisam fugir da perseguição do governo, até que descobrem que existe um lar para abrigá-los que acredita em seus dons especiais. A premissa de X-Men, porém, é mais interessante, porque ao menos conta com uma causa social que podemos pautar toda a história (minorias acharem um lugar de fala), aqui já não, tudo parece apenas uma luta de crianças x adultos. Essa é somente uma pequena falha de toda a composição do filme.

 

Tudo começa com uma distopia de um mundo apocalíptico onde todas as crianças e adolescentes começam a morrer e apenas os que desenvolvem um poder especial sobrevivem. O governo não vê outra saída a não ser tirar todas esses jovens de suas casas e trança-los (não tão bem) dentro de um campo de custódia de alta tecnologia e segurança. Lá eles são divididos em cinco tipo de categorias de acordo com suas habilidades e os adultos realizam vários testes físicos e mentais sob pressão psicológica com crianças de diversas idades. Parece a alternativa mais saudável e viável, né?

Apesar desse inverossímil desenvolvimento, a personagem principal, Ruby, desempenha bem o seu papel, com bastante carisma. Os personagens principais são quatro fugitivos desse campo onde as crianças ficam confinadas e foram, talvez, o maior acerto do filme, pois quarteto é bem entrosado e com personalidades distintas bem definidas. Além disso, o casting foi, felizmente, bem inclusivo, colocando, pela primeira vez, uma personagem feminina negra como protagonista de uma ficção científica juvenil.

Fora isso, o filme se desenvolve em uma linha bem diferente. O que o filme acerta no quarteto, erra em outros personagens, em que alguns deles aparecem e somem sem mais nem menos. Outros, têm uma função tão questionável que se eles não existissem no enredo, não fariam diferença para o desenrolar da história. O vilão final, por exemplo, não conseguimos entender qual seu objetivo no final de tudo que ele faz, com uma contradição que não cabe na falta de complexidade de sua personagem.

Em falar em função, fica bem complicado entender para que foi dado o poder de entrar dentro da mente das pessoas para a protagonista. Em certo ponto do filme, quando o quarteto tenta descobrir onde fica a localização do local para onde eles pretendem ir para buscar abrigo, Ruby entra na mente de um adolescente apenas para ele dar uma pista do local, mas não o faz dizer inteiramente onde é o refúgio.

E o filme segue assim, cheio de falhas de roteiro e contradições de personagens, até a altura que você fica ou entediado ou muito nervoso tentando ligar os pontos.  E caso você ainda estiver tentando seguir o filme, na batalha final, você simplesmente não vai conseguir entender a lógica, acredite.