Mario vs. Donkey Kong – Review

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Mario e Donkey Kong foram os primeiros personagens do universo Nintendo a darem as caras, além de serem um dos primogênitos de toda a história dos games. Essa rivalidade já dura décadas e, mesmo que ambos se entendam bem nos dias de hoje, a Big N sempre dá um jeitinho de renovar o eterno embate entre o gorila engravatado e o encanador bigodudo.

Em 2004, Mario vs. Donkey Kong estava sendo lançado no Game Boy Advance, trazendo de volta esse clássico conflito de uma forma reimaginada. O jogo deu origem a uma série que combina plataforma com puzzles, quase sempre envolvendo Marios de brinquedo. 20 anos após seu lançamento original, estamos recebendo um remake do primeiro título para o Nintendo Switch – um retorno um tanto inesperado para a franquia.

Como nos velhos tempos

Para quem ainda não conhece a série, vamos começar contextualizando sobre o que se trata este jogo antes de falarmos sobre as novidades do remake. Em Mario vs. Donkey Kong, o encanador se vê forçado a enfrentar seu velho rival uma vez mais após um surto do gorilão. O macaco simplesmente ficou obcecado por uma nova linha de bonecos do Mario e, após se deparar com falta de estoque nas lojas, decide roubar todos os brinquedos direto da fábrica.

A campanha é dividida em seis mundos com oito fases cada. Em seis delas, o objetivo principal é recuperar um dos bonecos roubados pelo Donkey Kong; feito isso, liberamos as últimas duas, onde em uma cooperamos com nosso exército de brinquedos e na outra enfrentamos DK em uma boss fight. É claro que o jogo não se limita somente a isso, oferecendo uma boa variedade de modos e dois mundos adicionais após o zeramento – esses que são totalmente novidade, já que não estavam presentes no original de 2004.

Diferente de um jogo tradicional do Mario, aqui nossos movimentos são super limitados. Ainda podemos controlar o bigodudo livremente em um cenário 2D, além de pular em diversas plataformas; contudo, o objetivo principal não é superar desafios de pulo e coordenação motora, mas sim solucionar puzzles para chegar até o final da fase.

Cada fase é dividida em dois cenários e possui três itens opcionais para serem coletados, sendo todas muito curtinhas – mal levando cinco minutos para serem concluídas. A sétima fase do mundo é um desafio onde devemos guiar os bonecos do Mario por um percurso específico, até coletar as três letras da palavra TOY. Por fim, o chefe sempre será o Donkey Kong em desafios variados, mas que nos colocam para exercer tudo que foi aprendido naquele mundo.

É um jogo muito divertido para se jogar casualmente, principalmente porque ele é bem fácil. Quem gosta de um bom desafio terá que se submeter a terminar a campanha primeiro, pois só assim será possível liberar o Expert Mode, onde as crianças são separadas dos adultos. Ainda que seja um jogo curto, a variedade de modos é o que ajuda a mantê-lo vivo por mais tempo, servindo como a desculpa perfeita para quem ficou com gostinho de “quero mais”.

O que tem de novo?

As novidades mais óbvias deste remake de Mario vs. Donkey Kong começam pelo visual, que foram repaginados com gráficos atuais e com um estilo de arte mais próximo do Mario moderno. Está tudo muito bonito e colorido, mas para mim, o destaque fica com a introdução em CG e com o menu principal. Toda a abertura do original (que antes era contada em slides) foi recriada em filme animado, mantendo as mesmas cenas com uma qualidade infinitamente superior. Logo de cara, já dá para ver que esse jogo vai ser divertido.

Toda a trilha musical foi devidamente orquestrada e, mesmo não contendo faixas tão marcantes quanto tantos outros jogos da Nintendo, se manteve dentro do costumeiro padrão de qualidade. Já se tratando da campanha em si, não tivemos novidades nas fases e mundos que já estavam presentes no original, sendo exatamente o mesmo jogo com gráficos atualizados.

Outra novidade de peso foi a adição do modo co-op, que permite ao segundo jogador controlar o Toad. Apesar de não ser um jogo muito atrativo para se jogar com outras pessoas, esse modo cai perfeitamente com crianças, sendo ideal para um pai jogar com seu filho, por exemplo. Jogar no Casual Mode acaba caindo como uma luva, já que ele remove o limite de tempo das fases e a morte instantânea, dando mais chances para os jogadores continuarem jogando caso acabem morrendo no percurso.

O remake também conta com dois mundos novos, liberados após concluir a campanha. São 16 fases novas que seguem o mesmo padrão do que já foi visto na campanha principal, então não chega a ser nada de explodir cabeças. O verdadeiro desafio só começa após o fim da história, quando liberamos a versão “Plus” das fases e os modos Expert e Time Attack.

As fases “Plus” consistem no mesmo percurso de outrora, porém com o desafio extra de ser acompanhado por um boneco do Mario do início ao fim; o objetivo é fazer tudo que já havia sido feito antes com o adicional de evitar que o bonequinho morra no processo. Já o Expert Mode é onde o bicho pega de verdade, trazendo um desafio real para quem achou o jogo “melzinho na chupeta”. O Time Attack é apenas um modo focado em speed runs, onde o objetivo é terminar todas as fases no menor tempo possível.

Dito isso, fica claro que esta nova versão de Mario vs. Donkey Kong traz um pacote bem robusto e ainda melhor que do jogo original. O remake expande a experiência com adições relevantes e diversão de sobra, deixando a desejar somente na falta de suporte para o português brasileiro. Esse é mais um exclusivo tranquilo e aconchegante para aproveitarmos bem os últimos meses de vida do nosso querido Nintendo Switch.