Life is Strange 2 – Episódio 2: Rules – Review

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Quatro meses atrás, Life is Strange 2 estava estreando seu primeiro episódio. Isso mesmo, eu disse quatro meses. É um intervalo de tempo muito grande entre o lançamento de um episódio e outro, ficando até difícil lembrar de tudo que você fez no anterior, mas antes tarde do que nunca – e aqui estamos nós, com o episódio 2, intitulado Rules (Regras, do inglês) em mãos.

O episódio 1 serviu como uma grande introdução para conhecermos melhor a nova dupla dinâmica de Life is Strange e termos uma boa noção do que estaremos enfrentando nesta sequência. A Dontnod já havia confirmado que neste segundo episódio contaríamos com a aparição de Captain Spirit, o menino que protagonizou a demo que serviu de prólogo para esse jogo. Sendo assim, finalmente as coisas estão começando a se interligar, mas infelizmente trazendo muitos problemas no pacote.

Família em primeiro lugar

O episódio 2 tem início algumas semanas após o fim do primeiro, com os irmãos Sean e Daniel fazendo o possível para sobreviver no inverno. Sean está treinando Daniel para que ele consiga controlar melhor seus poderes, e agora ele tem muito mais responsabilidades nos ombros: além de cuidar do irmão mais novo, precisa garantir que ninguém saiba das habilidades dele.

Daniel está aprendendo à controlar seus poderes.

Este episódio tem um foco muito grande na família dos irmãos Diaz. Conheceremos os avós deles e descobriremos mais sobre sua mãe, que até então seguia sendo um mistério. É interessante conhecer mais profundamente esses personagens que estamos acompanhando, mas isso acabou deixando o episódio mais parado e monótono que de costume.

No primeiro episódio haviam momentos mais intensos, com mais reviravoltas, que acabavam dando uma emoção maior ao jogarmos. Nesse aqui, o enredo se limita quase que exclusivamente em conversar o tempo inteiro e interagir com as coisas. Não há aqueles momentos que passem uma certa tensão ao jogador, inclusive as escolhas acabam por seguir o mesmo caminho. Quase todas elas são baseadas apenas em incentivar Daniel a usar seus poderes ou repreendê-lo por isso.

Os desenhos de Sean retornam como um dos colecionáveis do jogo.

A participação de Captain Spirit é considerável, e o jogo até usará o seu save da demo para carregar informações no episódio – o que influencia apenas no uniforme que você escolheu para Chris e algumas linhas de diálogos baseadas em suas ações. Difícil é dizer o quão importante esse menino realmente é para a trama, já que é improvável que ele volte a aparecer no jogo. Posso estar errado, mas a impressão que tive ao jogar esse episódio é que Chris é só um personagem passageiro e toda aquela demo de Captain Spirit foi bem desnecessária.

Escolhas?

É difícil termos uma noção do peso que nossas escolhas têm até terminarmos o episódio e vermos as estatísticas. Pode-se afirmar que esse episódio tem um peso misto de escolhas importantes e irrelevantes, mas existem dois momentos de grande importância nele, e só um deles é desencadeado baseado nas suas atitudes.

O primeiro é totalmente impossível de evitar, o que é uma pena, pois é um potencial desperdiçado já que supostamente tudo que fazemos interfere na história do jogo. O segundo acontece no final do episódio e depende de algumas escolhas feitas momentos antes, então pode acontecer uma tragédia no seu jogo… ou não.

Acho que conheço aquela casa na árvore…

No meu caso, consegui evitar até a sequência que traria possibilidade à essa tragédia, então acabei perdendo o único momento de tensão desse episódio. Esse ocorrido depende unicamente de você, e isso é uma coisa boa, pois é o que se espera desse tipo de jogo. Ainda assim, a narrativa é totalmente linear até chegar ali, então suas escolhas estão limitadas a acontecerem dentro daquela linearidade, o que é a parte ruim, porque te dá uma liberdade meio ilusória.

O maior ponto negativo desse episódio foi a imensa quantidade de bugs que ele trouxe consigo, alguns deles fatais. Não houve nenhum bug significativo no primeiro (tirando os mais básicos, como ver o personagem atravessando coisas), mas aqui a situação está crítica: paredes invisíveis que aparecem e te impedem de realizar objetivos, personagens ficando invisíveis durante diálogos – alguns ficando até sem pupila no olho, o que é muito assustador. Ainda tive o azar de me deparar com um bug mais extremo, que apagou o meu save após concluir o episódio. Há uma série de problemas técnicos no jogo até o momento, o que pode ser facilmente corrigido com um patch, e a Dontnod já está trabalhando nisso.

Rules é um episódio morno e sem sal, com um ritmo muito lento e consequentemente pouco empolgante. Podemos esperar que a coisa esquente um pouco nos próximos episódios, mas a pior parte é esperar até que eles sejam lançados. Se esse aqui demorou quatro meses, sabe-se lá quando nos encontraremos novamente com o review do terceiro episódio. Até lá, torço para que nenhum de vocês perca o seu save, como aconteceu comigo.