Homem-Aranha: Longe de Casa – Crítica

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Em tom de humor já se inicia Homem-Aranha: Longe de Casa. Em um vídeo feito pelos alunos do ensino médio da escola de Peter, os vingadores recebem uma homenagem e os espectadores são contextualizados com os eventos ocorridos depois da grande guerra com Thanos, pós Vingadores: Ultimato.

O sumiço da metade da população mundial ocasionado pelo estalar de dedos de Thanos passa a ser conhecido como The Blip, e as pessoas desaparecidas que retornaram após a guerra são consideradas blipadas. O vídeo lembra que todos que permaneceram na Terra durante esse evento envelheceram durante os cinco anos, enquanto as que apareceram depois de tudo continuaram com a mesma idade. Nesse contexto, Peter encontra um de seus mais irritantes concorrentes – que envelheceu durante o blip.

Mas nem só de humor se faz um filme Marvel, Longe de casa, por exemplo, tem os tons certos de comicidade, drama e ação. No longa, Peter Parker (Tom Holland) embarca em uma viagem para Europa com seus colegas de turma e professores, quando é convocado de súbito por Nick Fury (Samuel L. Jackson) para derrotar alguns vilões junto com o enigmático Mysterio (Jake Gyllenhaal).

Os amigos de Parker que ganham mais destaque durante a narrativa são MJ (Zendaya), dessa vez com mais destaque e uma performance muito despojada, Betty (Augorie Rice) e novamente Ned (Jacob Batalon).

O filme foca com muita sensibilidade nas consequências pós-Thanos para Peter Parker. Com um estrondo de referências a Tony Stark (Robert Downey Jr.), o desenrolar da história cobra de Peter algumas responsabilidades como a de  se tornar o próximo Homem de Ferro. Peter, no entanto, está psicologicamente esgotado e só o que almeja são suas divertidas férias na Europa com seus colegas de turma e concluir seu plano de se declarar para MJ.

Naturalmente, o filme traz muitas referências aos vingadores em geral. Mas, pelo elo de Parker com o Homem de Ferro, as referências são maiores e constantes, por vezes sutis e por vezes óbvias, da trilha sonora até a presença constante de Happy Hogan (Jon Favreau).

O humor, bem característico das franquias de filmes do Homem-Aranha e da Marvel no geral, é agradável e despretensioso, salvo pelas interpretações dos professores do ensino médio durante a viagem, que é exagerado e a nível pastelão.

O filme diverte o espectador sem exageros e está de acordo com a realidade adolescente de Parker. Cenas que mostram as dicotomias de um menino e até mesmo a tela quebrada do celular de Peter são responsáveis por fazer o jovem Homem-Aranha se tornar verossímil no longa.

Esse foco se dá pelo fato de que Peter é obrigado a tomar decisões entre viver uma vida normal de um menino da sua idade ou agarrar as responsabilidades de se tornar um super-herói. Isso tudo com os sentimentos pós-guerra já bem abalados.

Fora da sombra dos demais vingadores, Parker se encontra assombrado e inseguro. E nesse filme, mesmo que já de meados para o fim, ele consegue encontrar o protagonismo necessário para assumir seus poderes e as suas grandes responsabilidades. Todo o público, mas principalmente os fãs de Tony Stark vão sentir a emoção de Parker enquanto assistem.