GRID – Review

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Já tem um tempo considerável que a Codemasters vem tentando encaixar a franquia GRID em algum lugar. O que não falta hoje em dia são jogos de corrida para todos os apetecimentos, suprindo o vício por velocidade não só dos amantes de simuladores como também de quem só quer tirar uns rachas em corridas arcade. Já estamos caminhando para o fim desta geração de consoles e até agora GRID não tinha dado às caras… até agora.

Chegando para competir com títulos como Forza e Gran Turismo, ambos referência em jogos de corrida e simuladores, a Codemasters resolveu rebootar a franquia para consolidá-la de vez entre os gigantes. O novo GRID traz várias modalidades de corrida, uma vasta diversidade de carros e um simulador osso duro de roer.

Chegue em primeiro, se puder

O grande charme de GRID é a possibilidade de competir em diferentes modalidades de corridas, todas usando veículos específicos que vão te oferecer uma experiência e um desafio completamente distintos.

Uma das novidades deste título é a mecânica de Nêmesis. Basicamente, todo piloto que você pegar no pé (batendo, empurrando ou ultrapassando demais) ao longo das corridas vai se tornar seu nêmesis e vai te caçar incessantemente, com uma abordagem muito mais agressiva e com uma única finalidade: tirar seu carro da jogada.

Essa é uma adição muito bem-vinda, pois oferece um desafio extra que vai além de se preocupar com cada curva. Até seus companheiros de equipe podem se tornar seu nêmesis, então não existem amigos quando todos buscam o primeiro lugar.

Um dos grandes problemas deste GRID está justamente nessa questão. A curva de aprendizado é muito alta e não existe uma dificuldade tão customizável e acessível quanto a da franquia F1, por exemplo, que também é da Codemasters. O jogo é simulador ao extremo e tudo que resta é se adaptar a sua jogabilidade e aprender à vencer na marra.

As primeiras corridas são sofríveis e é muito provável que quem não tenha costume de jogar simuladores não consiga sair dos 10 últimos colocados. Os carros que obtemos no início também não ajudam em nada, então o jogo basicamente te força a treinar o tempo que for necessário para começar a ter um fio de esperança de progredir no jogo.

Obviamente, quem está acostumado com jogos de corrida arcade (como Need for Speed e afins) vai apanhar muito para pegar o jeito, ou pode ser que perca o interesse logo de cara. Até quem já tem familiaridade com simuladores pode entortar o nariz, pois não é todo mundo que dispõe de tanto tempo para investir em um único jogo. A dificuldade deveria ser ajustável e mais acessível para atingir um público maior.

Correndo porque sim

Não é todo jogo que precisa ter um modo história todo requintado, com personagens marcantes e enredos mirabolantes. Porém, de uns tempos para cá, muitos jogos que jamais tinham apresentado um modo história antes abraçaram a ideia, como é o caso dos títulos de esportes da EA e até o próprio F1, que traz uma campanha superficial, mas divertida.

A campanha de GRID disponibiliza apenas vários circuitos e torneios diferentes para competirmos em busca do primeiro lugar. Não existe nada que nos estimule a continuar correndo, como entrevistas com a imprensa ou interações com a equipe escolhida, elementos também presentes na franquia F1 (mas que foram implementados há pouco tempo).

Sendo assim, tudo aqui é o mais básico possível: você inicia o campeonato, joga todas as corridas e luta pela vitória. Isso pode ser um ponto positivo para alguns, assim como algo que afaste outros. Porém, não custava nada ter incrementado mais o modo “história” do jogo.

Sobre o visual, não preciso nem dizer que os gráficos são lindíssimos e exploram muito bem toda a potência que os consoles atuais podem oferecer (essa é a vantagem de lançar jogos no final da geração). As músicas presentes são meio ausentes e não são muito notáveis, mas todas seguem a mesma linha de Forza Horizon, com faixas eletrônicas bem legais.

GRID definitivamente não é para todos os públicos, mas vai servir bem aqueles que buscam um bom simulador que oferece um grande desafio nas pistas. Se você é daqueles que só quer correr sem muito esforço nos controles e nem muita reação da IA, esse definitivamente não um jogo para você.