Ghost of a Tale – Review

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*A análise de Ghost of a Tale foi feita com uma cópia do jogo para PC (viaSteam), cedida pela Nuvem.

Ghost of a Tale é um jogo indie que teve a ajuda de mais de 1200 pessoas na época de seu financiamento coletivo. E quem ajudou com certeza sentiu-se grato pela boa surpresa que o jogo trouxe, apesar de pequeno bugs casuais.

Tem café no bule?

Oia, que camundonguizinho mais bonitinho!

O título conta uma história sobre um ratinho (que aqui não usa um cassetete) chamado Tilo, que está tentando sair de um castelo e voltar aos braços de sua amada esposa Merra, usando sua inteligência e itens que encontra pelo seu caminho, claro além da ajuda de outros NPCs.

A história não é desenvolvida de forma muito orgânica, pois temos um castelo imenso para explorar e vamos encontrando personagens que nos ajudarão a sair dali. Isso pode deixar a trama confusa para quem não está acostumado com jogos que a história não se desenvolve de forma linear. Entretanto, o jogo não tem uma história propriamente dita, ele te dá um único objetivo, sair do castelo e encontrar sua esposa.

Os personagens secundários são desenvolvidos apenas pelos seus diálogos, e cada um deles consegue trazer um certo peso para aquele universo que parece ser bem desolado. Apesar de bonito e encantador, está claro que a desenvolvedora SeithCG pensou bastante no mundo de Ghost of a Tale, há mensagens claras sobre intolerância e racismo na maneira como os ratos são tratados pelo mundo ao seu redor.

Um outro problema é que o jogo está todo em inglês, o que dificulta ainda mais sua compreensão e até mesmo parte de sua jogabilidade para quem não entende o idioma.

Olha meu look!

“You are a pirate!”

O jogo conta com um esquema de atributos que funciona como em um RPG. Não usamos armas letais, e os itens que usamos para nos defender não recebem upgrades, então o que melhora nossos atributos de corrida, stealth, entre outros, são as nossas roupas. Elas são encontradas enquanto exploramos o castelo e podemos montar vários conjuntos.

As peças de roupa também interferem na relação com os NPCs, por exemplo, se você estiver vestindo um chapéu de pirata, o ferreiro não vai vender nada para você.

Qual vai ser o look do dia?

Quando passamos de nível nossa barra de saúde e stamina aumentam também. Mas como passamos de nível em um jogo onde o combate não é o focu? Passamos de nível ganhando pontos de experiência ao realizar missões secundárias, ou queimando as bandeiras do reino pelo castelo.

Lá vem a ratazana!

Sai do meu pé, chulé!

O jogo se passa em um universo de animais antropomórficos, e são muito bem antropomorfizados. O protagonista é um pequeno camundongo e não tem como acha-lo fofo, já os guardas são ratazanas com cara de poucos amigos e devem ser evitadas a qualquer custo, e são elas que trazem o ponto fraco do jogo.

Ghost of a Tale é um jogo de temática stealth, onde devemos evitar ser notados pelos inimigos enquanto caminhamos pelo cenário, e para evitar tal contato podemos nos esconder em determinados objetos, como caixotes, baú, ou baldes (onde podemos salvar o jogo também), ou se a situação apertar podemos jogar gravetos, garrafas vazias ou uma bomba pegajosa. Entretanto, os inimigos são burros! Uma hora eles param de te perseguir depois pouco tempo de fuga, ou eles vão atrás de você até o inferno, deixando tudo imprevisível… talvez não seja problema da I.A. do jogo, e essa imprevisibilidade seja de propósito mesmo, mas sendo de propósito ou não, despistá-los não é tão difícil assim.

Com relação aos bugs, o jogo não apresentou tantos enquanto eu jogava, exceto quando eu tentava forçar caminho por um lugar onde eu não devia passar e acabei caindo para fora do mapa do jogo.

Um brilho para os olhos

Sério que ele não me viu?

O que deve ser elogiado sem sobra de dúvidas é a ambientação. Ao começar o jogo podemos ver Tilo em sua cela, e já ali temos uma noção do quanto a equipe trabalhou para criar a parte gráfica do jogo, pois cada objeto possui um nível de detalhamento bastante impressionante.

O castelo passa a sensação de um ambiente opressor, e frio,  exibindo seus muros altos, deitos de pedra, com o som de guardas caminhando pelos corredores, mas também é encantador quando caminhamos pela floresta, explorando a parte externa do castleo.

No início é fácil sentir um pouco de medo ao ver os guardas, já que eles foram desenhados e criados para isso, e os efeitos sonoros de seu caminhar e dos ‘sons de rato’ que fazem, deixam tudo levemente assustador. Com o tempo, esse medo passa e vamos nos familiarizando com o castelo.

Para onde vou?

É aqui o baile da ratazana?

Infelizmente Ghost of A Tale tem um problema relacionado a sua exploração. A falta de um mapa, ou o difícil acesso a um deixa tudo ainda mais complicado. Podemos encontra-los (os mapas) explorando os cenários, ou podemos compra-los com o ferreiro, entretanto, são vários mapas para serem encontrados ou devemos achar muito dinheiro para comprar todos eles.

Como se não bastasse, para colocar marcadores no mapa, nós devemos compra-los com o ferreiro também. No caso, seria como se ele estivesse vencendo aquela informação para Tilo.

Jogar sem um mapa vai deixar o jogador completamente perdido. Outro problema do jogo, é que tudo é meio acinzentado no castelo, o que dificulta ainda mais encontrar as chaves que abrem determinadas portas, e muitas destas portas são importantes para continuar na história principal.

Considerações Finais

Ghost of a Tale é jogo indie bastante competente, apresenta um universo graficamente bonito, que consegue misturar os contos de fadas mais fantasiosos e os mais opressor em um só mapa. O protagonista é um carismático camundongo, e queremos leva-lo para fora daquele castelo, entretanto o mapa pouco intuitivo pode dificultar essa proposta, mas se você der uma chance vai ser recompensador.

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