Final Fantasy VII Remake Episode INTERmission – Review

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A segunda parte de Final Fantasy VII Remake ainda está muito longe de ser lançada, então o DLC INTERmission acabou sendo mais bem-vindo do que poderíamos esperar. É claro que é bem bizarro o fato de lançarem uma expansão individual para um jogo dividido em capítulos, mas quem é fã jamais vai dizer “não” para qualquer conteúdo inédito que diminua a espera entre uma parte e outra.

Lançado exclusivamente para o PS5 (ou seja, quem tem o jogo no PS4 infelizmente não poderá desfrutar deste DLC), INTERmission se desprende das amarras do jogo original e expande todo o universo de Final Fantasy VII de forma inédita. Quem jogou o original e todos os seus spin-offs terá a oportunidade de ver um outro lado da história, esse que serve de prólogo para vários personagens da trama, incluindo alguns que há muito já foram esquecidos.

Guerreira de Wutai

No FFVII original, a ninja Yuffie era uma personagem muito discreta que não recebeu tanto destaque ao longo da campanha. Para começar, ela era um membro opcional da party que pode ser encontrada por acidente em um local muito específico do mapa; logo, quem não passar por lá pode acabar terminando o jogo sem nem sequer encontrá-la. Já para quem adicioná-la em sua party, é possível jogar uma sidequest que explica mais sobre Wutai e as verdadeiras intenções da personagem, mas ainda assim era algo 100% opcional.

INTERmission tenta valorizar mais nossa querida Yuffie dando uma introdução adequada para ela na história. Na pele da ninja, teremos a oportunidade de acompanhar seus primeiros passos em Midgar, durante uma missão secreta que visa roubar a Materia mais poderosa da Shinra. O enredo deste DLC se passa simultaneamente com os capítulos iniciais do jogo principal, levando em média de seis a sete horas para ser concluído (isso se você ignorar a maior parte das missões secundárias).

A história em si não é tão interessante no início, mas muda da água para o vinho no segundo capítulo, quando adentramos as instalações da Shinra. Aqui temos um grande destaque sobre a vilã Scarlet, que também tem sua importância para o enredo principal, mas apareceu muito pouco na primeira parte do remake.

Quem jogou Dirge of Cerberus, um spin-off tanto amado quanto odiado lançado para o PlayStation 2, também verá alguns rostos conhecidos deste título sendo introduzidos na trama, mas é difícil dizer como eles serão aproveitados nos próximos jogos. Ao mesmo tempo que fiquei interessado em ver mais sobre eles, acho muito difícil que apareçam nas partes principais do remake, então provavelmente serão personagens exclusivos de DLCs.

O final de INTERmission deixa uma brechinha de mistério que certamente instiga nossa curiosidade quanto ao futuro do remake, mas não ia doer nada se tivessem feito este DLC um pouquinho maior. No final, o que acaba estendendo a vida útil dessas novidades é o conteúdo extra, liberado após a conclusão dessa mini-campanha da Yuffie.

Uma dádiva dos ninjas

Em combate, o gameplay de Yuffie é totalmente diferente do de Cloud ou qualquer outro personagem que podemos controlar no jogo base. Por ser uma ninja, temos uma personagem mais balanceada, que não esbanja força física nem poder mágico, mas que pode desferir combos muito rápidos e ainda usar ninjutsus elementais, uma verdadeira dádiva dos ninjas!

Para acompanhá-la, temos a introdução de um personagem inédito chamado Sonon, um outro ninja de Wutai enviado para Midgar para infiltração e reconhecimento de território. Essa dupla pode ser realmente mortal em combate, graças ao sistema de sinergia que foi implementado neste DLC. Ambos podem lutar individualmente ou unindo forças, o que pode ser absurdamente apelativo já que seus ataques são muito rápidos e atordoam praticamente qualquer inimigo em instantes.

Quem buscar o 100% pode estender o tempo de campanha em no máximo duas horas graças às sidequests, mas as horas de jogo podem até dobrar com o conteúdo secreto liberado posteriormente. Dentre as missões secundárias, temos o bom e velho Fort Condor, um minigame tower defense inspirado em uma sidequest do jogo original. Aqui ainda se trata de uma missão opcional, mas não estamos defendendo um forte de verdade e sim jogando um jogo de tabuleiro.

O novo Fort Condor parece meio bobo no início, mas quem buscar completar essa sidequest pode acabar se viciando, pois além de simples de entender, é muito divertido! Quem ousar enfrentar desafios mais elevados ainda pode tentar o minigame na dificuldade Difícil, o que muda várias regras do jogo e exigirá estratégias completamente diferentes. Falando em desafio, ao terminar a história será desbloqueado duas batalhas contra superchefes, um na campanha do jogo base e outro na campanha da Yuffie. Quem enfrentou os superchefes do jogo principal sabe muito bem que todos são osso duro de roer, então não espere oponentes fáceis de dominar.

No geral, INTERmission tem um conteúdo satisfatório para um DLC, mas ainda deixa aquela sensação de que poderia ser maior. Além disso, por ser um exclusivo de PS5, o jogo não traz nenhum upgrade gráfico (se comparado com o original) nem explora os recursos do Dualsense, o que é uma pena. Mas tudo bem, é totalmente compreensível que ele existe apenas para diminuir a espera para a segunda parte e, no final, quanto mais Final Fantasy VII lançarem, melhor!