Eternos – Crítica

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O lançamento mais ambicioso e estranho da Marvel Studios, o filme Eternos é visualmente deslumbrante, mas uma tremenda bagunça. Imagine se tivéssemos que conhecer os vingadores, ao mesmo tempo, em um único filme que de eterno tem a sua duração (2 horas e 37 minutos).

A diretora Chloé Zhao sabe mesmo fazer um grande show visual. Suas ideias e habilidades geniais com a câmera é um brilho positivo para Eternos, que entrega paisagens realmente surpreendentes. Zhao é realmente uma cineasta talentosa, mas Eternos não faz uso eficaz desses dons e, no final, o espectador se encontra cansado e infeliz.

Mas o que realmente atrapalha o desenvolvimento dessa superprodução é a quantidade exagerada de heróis em tela e a complexidade que eles apresentam. Os Eternos são um grupo de heróis não muito popular, e muito menos tiveram uma adaptação em mídia antes, quanto mais dessa magnitude.

A narrativa se agrava com a introdução de 10 desses personagens, cada um com sua própria personalidade. Alguns com a sua profundidade explorada e outros esquecidos. Algo que reflete significamente no tempo de execução para explicá-los completamente. Dessa forma, Eternos é lento ao tentar inserir a sua premissa e personagens através de flashbacks e conversas intermináveis.

Sendo assim, temos um filme arrastado com pouquíssima ação e um enredo pobríssimo que resulta, talvez, na primeira grande queda da Marvel nos últimos treze anos. A tentativa de trazer algo novo para o MCU é louvável e refrescante, mas parece que eles não tiveram muita facilidade para sair de sua fórmula básica e fracassaram.

Todavia, Eternos acaba sendo uma aposta que merece seu respeito, já que é o filme mais independente da Marvel desde Homem de Ferro, já que não faz nenhuma ligação profunda com outras histórias do MCU.

Outro ponto importante que se destaca em Eternos é a grande diversidade em seu elenco que apresenta heróis de raça, gênero e orientação sexual diferentes. E isso é notável em termos de representação. 

Elenco de peso que é formado por
Richard Madden (Ikaris), Gemma Chan (Sersi), Salma Hayek (Ajak), Angelina Jolie (Thena), Bryan Tyree Henry (Phastos), Kumail Nanjiani (Kingo), Barry Keoghan (Druig), Don Lee (Gilgamesh), Lauren Ridloff (Makkari) e Lia McHugh (Duende).

É fantástico ver a Marvel Studios escalar Ridoff, um atriz surda, como também o primeiro super-herói surdo do MCU. O filme também apresenta o primeiro super-herói abertamente gay do MCU, Phastos de Brian Tyree Henry. E não somente isso, Eternos mostra também a primeira cena de sexo, totalmente sem brilho diga de passagem, em um filme de heróis.

No final de tudo, Eternos não é um filme ruim para se jogar no lixo, no entanto, é insatisfatório e que logo será esquecido. Parece doce no começo, mas deixa um gosto amargo para o resto da vida. De fato é uma das produções menos envolventes da Marvel – grande e chamativo, mas desajeitado e estranhamente enfadonho.

O problema do filme é que há um desequilíbrio muito nítido, é sempre muito ou pouco, não tem uma uniformidade ou consistência.

As cenas pós-créditos também há de deixar muitas pessoas bastante empolgadas com a entrada de um herói bastante peculiar e extravagante.