Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica – Crítica

Onward (“Adiante” em tradução direta), no Brasil o nome do filme (Dois Irmãos) ficou parecendo uma continuação de 2 Filhos de Francisco, da dupla Zezé de Camargo e Luciano, mas não, não é! Esse filme passou um pouco despercebido pelo público em geral, sendo essa a primeira vez que a Disney tenta lançar 2 filmes no mesmo ano, com o filme Soul previsto para estrear em 25 de Junho de 2020, acredito que os esforços de marketing se focaram no segundo filme, e esse acabou ficando de lado, ainda por cima o filme pegou em cima da pandemia de Coronavirus, o que com certeza vai afetar negativamente as bilheterias.

Dois Irmãos

Não que ele precisa-se de tanta ajuda para performar mal, já que o filme é no máximo, mediano, fui assistir o filme com meu filho pequeno de 3 anos (Pedro, O Terrível) e tinha assistido Sonic a poucas semanas atrás, então estávamos empolgados com esse novo filme. Mas isso logo se reverteu rapidamente em um pouco de aflição para o meu lado, com a história sendo um pouco pesada emocionalmente para um filme de classificação Livre, a história gira em torno de 2 irmãos que perderam o pai quando um deles ainda era pequeno, e outro não chegava nem a recordar bem dele. O mundo ao qual eles vivem era um mundo mágico, clássico de jogos de RPG, estilo D&D, mas que com o desenvolvimento da tecnologia, a magia acabou ficando esquecida, por ser mais difícil de controlar. Com isso as pessoas passaram a viver um mundo moderno, mas onde os seres humanos são criaturas magicas, como elfos e centauros.

Colt Bronco, o Centauro

O desenrolar da história é lento e moroso, os personagens principais são pouco cativantes, o destaque ficando para Barley Lightfoot, o irmão mais velho da dupla, que cativa por ser um metaleiro apaixonado por metal, estilo anos 90, ele é um saudosista dos tempos de ouro da magia, e com sua expertise em RPG clássico, guia o irmão mais novo através de uma tipica jornada de RPG, iniciando em uma taverna e finalizando um dragão. A história é previsível e tem poucas surpresas, não tem grandes cenas de humor, sendo até um pouco sombria, com a fotografia do filme sendo bastante escura, ainda mais para um filme da Disney, apesar de meu filho não ter ficado com medo, achei que ele iria desistir do filme a qualquer momento. Achei pouco explorada a referência ao clássico Um Morto Muito Louco de 1989 (Weekend at Bernie’s) e as principais cenas de humor ficam por conta do padrasto da dupla, Colt Bronco o centauro, principalmente na cena pós final.

Clássico da Sessão da Tarde

O mundo mágico parece ser interessante, mas é muito pouco explorado, servindo apenas de pano de fundo para a história, que poderia se passar em qualquer cenário. O que desvaloriza a trama.

Apesar de tudo, o filme é legal, principalmente para adultos saudosistas dos anos 90, que gostam de referências a RPG e Metal, e quando eu perguntei ao Pedro, ele me disse que tinha gostado do filme, apesar de não o ter impactado como o filme do Sonic. Vale a pena assitir, se você se enquadra nesses 2 gêneros, fora isso eu pularia esse e esperaria por Soul.

SPOILERS do final abaixo

O final é bastante obvio, com os irmãos tentando restaurar o corpo do pai e enfrentando o dragão da maldição, esse por sinal um vilão que apesar de ser visualmente impactante e ter feito bastante sucesso com as crianças não tem muita motivação, afinal é apenas uma maldição sem sentido ou propósito atrelada a remoção da pedra, por sinal esse é um dos principais problemas do filme, a falta de um antagonista claro, enfraquece muito a história, se a ideia era reproduzir uma história de RPG, então por que não colocar um Lich para perseguir os jovens?

Gostou dessa crítica? Leia minha outra sobre Locke & Key