Death Stranding – Review

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A análise de Death Stranding foi feita com uma cópia do jogo para PS4, cedida pela Sony Playstation. 

Os olhos se voltaram à Deathe Stranding por vários motivos, primeiro porque seu trailer de revelação lançado na E3 de 2016 foi completamente misterioso; segundo, continuava a parceria de Norman Reedus, Guilhermo del Toro e Kojima, após o cancelamento de Silent Hills; e terceiro, era (agora é) o primeiro jogo da Kojima Productions, empresa que o próprio Kojima criou ao sair da Konami anos atrás.

Será que tanta espera e mistério valeram a pena?

A Caminhada de Samuel Pontes

Sam queria estar num barril e vestido de amarelo.

Sam Bridges, ou melhor… Samuel Pontes (não chamam ele assim na versão dublada, mas não resisti a piada,) é o melhor no que ele faz: entregas. Entretanto, fazer entregas nesse novo mundo não é algo muito seguro, pois há vários anos aconteceu o chamado Death Stranding, um evento arrebatador onde uma série de explosões destruiu toda a América, cortando a comunicação dentro do continente; criaturas invisíveis  e mortais chamadas de EPs surgiram e a chuva temporal começou a castigar os seres vivos envelhecendo-os a medida que tocava em suas peles.

Nesse mundo devastado surge a UCA, uma organização feita com o que sobrou do governo americano, ela tem como objetivo reconectar a América através da rede quiral, um sistema que irá beneficiar todo o continente novamente. Para realizar essa ligação ela chamará Samuel Pontes, que deve percorrer todo o país e conectar cada região a essa rede quiral.

Como se não bastassem os EPs, Sam também irá enfrentar os Mulas (ladrões de carga) e um grupo terrorista e separatista chamado de Homo Demens, que tem seus próprios planos de como o mundo deve seguir em frente e farão até o impossível para impedir os planos da UCA.

Death “Strange”

Hannibal invocando suas comidas passadas

Eu tentei ser o mais claro possível para simplificar a história principal do jogo, entretanto um adjetivo que pode caracterizar a mais recente obra de Kojima é “estranho”. Seu mundo pós-apocalítico trás um enredo confuso, mas bastante original que se você aceitar e entrar no mundinho logo ficará envolvido pela trama.

Nas primeiras horas de jogo sua cabeça irá explodir de tanta confusão e acontecimentos mirabolantes. Vai pensar “Cara, eu usei maconha? Mas calma, eu nem fumo!”. Isso acontece porque os personagens já são familiarizados com aquele universo, mas nós (os jogadores e jogadoras) não, e só vamos compreendendo o mesmo com o passar das longas horas de jogo.

A trama de ficção científica é um tanto arrastada e bastante pesada (não em violência, mas nas ideias apresentadas), algo comum nas obras do Kojima, o que pode agradar os fãs do diretor e talvez espantar possíveis novos jogadores, mas talvez pensando nestes últimos, o Kojima decidiu escolher seu elenco de maneira intrigante e formidável, pois nunca imaginei que um dia veria Norman Reedus e Mads Mikkelsen em uma mesma obra, na verdade nunca imaginei ver Norman Reedus com quaisquer outros atores fora do universo de The Walking Dead. Enfim, o que quero esclarecer é que novos jogadores podem ser atraídos para conferir a tecnologia utilizada para a captura facial e de movimentos, que ajuda a elevar o nível da história e da nossa empatia com os personagens.

Vale ressaltar a atuação dos dubladores, que em sua maioria estão mandando bem e foram creditados no jogo. A escolha do ator Silvio Giraldi para dublar Norman Reedus foi certeira, já que ele dubla o ator há pelo menos 10 anos durante toda a série The Walking Dead.

O Tal do Walking Simulator

Opa, minha mochila da 5ª série carregava mais coisa.

Sim, como muitos já sabem, Death Stranding é um simulador de caminhada, mas não pense que isso deixa o jogo chato ou intragável, mas sim repetitivo. Vejamos, temos um mapa relativamente grande onde andamos por ele para fazer as entregas, devido ao peso da carga que levamos temos que ter cuidado com cada passo que damos durante a caminhada. Para manter o equilíbrio devemos distribuir bem o peso dos objetos e segurar o R2 e L2 para manter Sam equilibrados, claro que ao longo da jornada vamos desbloqueando itens que vão deixando nossa caminhada (literalmente falando do ato de andar) mais fácil.

Os mapas apresentam certos desafios, como a travessia de lagos, escalada de montanhas, descida de abismos, chuva temporal que deteriora sua carga aos poucos, e cabe ao jogador encontrar a melhor maneira de superar esses obstáculos naturais. Toda essa parte envolvendo a entrega de itens de um ponto ao outro o jogo executa bem, mas por ter que fazer isso tantas vezes e sem muitos obstáculos ele acaba que se torna repetitivo.

Não sobrou nem as piabinhas.

No decorrer da campanha vamos desbloqueando veículos que nos auxiliam a percorrer o mapa com mais velocidade, e alguns permitem que levemos muitas cargas, só cuidado para não perde-los.

Além dos obstáculos naturais temos também os inimigos, as Mulas são bandidos que tentam roubar sua carga, e os EPs são as criaturas que surgiram no Death Stranding e vão tentar te matar ao sentir sua presença. Os dois casos são simples de resolver, pois as Mulas caem com uma única sequência de golpes, ou basta usar a arma boleadeira; já os EPs deixas as entregas um tanto complicadas e tensas no início, mas ao liberar uma certa arma (sem spoilers) fica muito mais tranquilo passar por eles.

Solidariedade

Essas placas e a estrutura brilhante lá no fundo foram feitas por outros jogadores.

A parte online de Death Stranding fica a cargo de outros jogadores te auxiliando na campanha, mas não de forma direta. Com a ajuda de placas eles podem informar se aquela região é perigosa e quais os riscos que elas apresentam, também podem deixar mensagens de apoio e etc.

Estruturas criadas por outros jogadores também podem aparecer no seu mapa, desde armários privados, geradores (para recarregar seus veículos entre outros itens), bases de descanso até mesmo uma rodovia. Escadas, cordas, veículos entre outros objetos que você deixar para trás vão eventualmente cair no universo de outro jogador e vai ajudar este a passar por alguns obstáculos, e se este jogador for generoso ele vai te mandar algumas curtidas após usar os itens que você deixou para ele.

O mesmo vale para as cargas que você deixa cair pelo caminho, outros jogadores vão encontra-la e terminar a entrega para você.

No final é algo que agrega e em certos momentos ajuda bastante. Além claro de tirar um pouco a gente da solidão que é andar por todo aquele mapa sozinho.

Dentro do Mundinho

Essa aí é a Margaret Qualley, atriz que fez a Mia no filme do Death Note da Netflix.

Em alguns tópicos acima (parabéns e obrigado por você está lendo até aqui!) eu falei sobre entrar no mundinho do jogo, e bem, isso não é muito difícil. Com o tempo vamos nos familiarizando com a jogabilidade, e vamos nos importando com a jornada de Sam Bridges e a BB (que não entrei em detalhes sobre ela nessa análise).

Muitas vezes a distância que percorremos é longa, e o som de absolutamente nada, somente nossos passos no chão, causa um sentimento de solidão, talvez até mesmo de um vazio, que combina com a personalidade do protagonista.

Os efeitos de som são outro show a parte, principalmente quando os EPs aparecem. Quando isso acontece Death Stranding passa a ser um jogo de terror, pois escutamos vários gritos acompanhados de uma música tensa, deixando quem está jogando completamente atento, pois um EP pode te atacar a qualquer momento se você não tomar cuidado.

Vamos falar do combate?

Vem tranquilo!

A trama confusa de Death Stranding não me desagradou, mas seu combate…. bem, vamos lá. Para um jogo que prometia ser um tanto revolucionário, um novo gênero, ele nos apresenta um combate muito simples e até medíocre.

Sam Porter exceto chefões. As armas deixam tudo ainda mais fácil, permitindo acertar os inimigos antes mesmo deles te atacarem. As EPs, como também dito ali em cima, ficam fáceis de serem enfrentadas com o desbloqueio de certas armas.

Em combates com inimigos armados não temos nem mesmo um botão de cover, ou um combate corpo-a-corpo mais refinado para os padrões de hoje, temos apenas uma sequência de golpes que facilmente derruba seus inimigos humanos.

Considerações Finais

Legende essa foto

Death Stranding traz uma experiência mista, ele vai te trazer as mais diversas sensações ao joga-lo. Você vai achar repetitivo, cansativo, mas quando temos que ir realizar uma entrega em um lugar novo ele nos deixa animado para saber como será o próximo cenário; a sua trama é longa e bem cansativa, mas queremos saber o final e entender mais daquele universo.

Sua jogabilidade acerta ao trazer algo novo no que se refere as entregas de objetos, equilibrar o peso do personagem e até mesmo no simples ato de andar, mas falha em seu combate que é fácil e simples.

O jogo vale a experiência.

Desenvolvedor: Kojima Productions
Gênero: Aventura, ficção científica e suspense
Disponível para: PS4
Data de lançamento inicial: 8 de novembro de 2019

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