Vidas à Deriva – Crítica

adrift

O casal Tami Oldham (Shailene Woodley) e Richard Sharp (Sam Caflin) veleja em alto-mar quando é surpreendido por uma forte tempestade. Machucada e confusa, Tami vê seu noivo na água, ferido, e o resgata para o iate estraçalhado. O desafio, agora, é sobreviver à deriva. Baseado em uma história real, “Vidas à Deriva” é um romance dramático dirigido por Baltasar Kormákur.

A primeira cena da obra é impactante. Em um plano sequência que se inicia no fundo do mar, vemos uma pessoa desacordada. Emergimos e, metade fora/metade dentro d’água, percebemos a parte interna do iate e os estragos causados pela tempestade. Entre rangidos, ventos e movimentos d´água, já aí notamos o cuidado com que a espacialidade sonora do longa é construída

E não poderia deixar de frisar o desempenho louvável do casal principal, especialmente o de Shailene Woodley. O medo, a angústia e o cansaço da personagem são facilmente sentidos por quem assiste à luta de Tami para suportar tudo o que se segue.

Ponto forte do filme, as várias cenas gravadas in loco – e não em CGI (computer graphic imagery) – exigiram atenção não só no som, mas na fotografia também. Com vários movimentos característicos de embarcações, os planos cinematográficos trazem o espectador para dentro da água e de tudo o que se passa nas sequências.

Como podemos pensar com a premissa do longa, os períodos à deriva trazem o perigo da monotonia indesejada pra obra – o que realmente acontece, vez ou outra. Porém esses momentos não tiram as qualidades das escolhas narrativas, com a história sendo contada de maneira paralela e, aos poucos, tecendo tudo o que antecedeu e sucedeu à tempestade.

Por fim, é um filme focado no real. Tenha certeza que o que tiver de ser sentido, não o será feito apenas por efeitos visuais ou trilha sonora. A tristeza é inevitável! Se você for desses que curtem uma melancolia fílmica, pode ter certeza que vai gostar. se não for, bem, ainda diria que vale a pena dar uma chance à obra.