Crítica: Monster Trucks

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Dia 23 de fevereiro a Paramount estará lançando aqui no Brasil seu mais novo filme, Monster Trucks, e nós fomos convidados pela Paramount Brasil à assisti-lo nessa segunda, dia 20.

Antes de tudo, é importante sabermos que “Monster Truck” é um termo usado para caminhonetes gigantes que participam de competições e exibições lá na América do Norte. Geralmente a carroceria delas são modificadas e os motores são “envenenados” para atingirem uma melhor performance nesses shows, em que na maioria das vezes eles consistem apenas em destruições de veículos, onde o “Monster Truck” passa por cima de vários carros menores e até acaba se destruindo no processo… e sim, as pessoas pagam pra ver isso.

A ideia geral do filme seria fazer um trocadilho com essas caminhonetes em sentido literal, afinal, a caminhonete do jovem Tripp (interpretado por Lucas Till, também conhecido por ser o novo MacGyver e o Havok nos últimos filmes dos X-Men) não é uma caminhonete envenenada mas sim um veículo com um monstro vivendo no seu interior.

A criatura que vive na caminhonete de Tripp, apelidada de Creech pelo garoto, é uma espécie ainda desconhecida pelo homem, que foi forçada a fugir de seu habitat natural por uma companhia petrolífera, e desde então ela passou a se alojar no interior da carroceria de veículos. Se não bastasse todo esse nonsense, ela ainda funciona como um motor de carro, pois o monstro se alimenta de óleo e seus tentáculos conduzem energia, assim servindo de bateria, então Creech é literalmente o motor da caminhonete do protagonista, e é essa bizarrice que o filme tenta explorar ao longo de 104 minutos.

O filme conta com alguns rostos conhecidos como Danny Glover (Máquina Mortífera, A Cor Púrpura), Frank Whaley (Luke Cage, Pulp Fiction) e Amy Ryan (The Office, Birdman), porém mesmo com um elenco aceitável, a estória previsível e os personagens pouco carismáticos e extremamente clichês tornam o filme mais do mesmo. Tripp é o mocinho de bom coração que tem problemas com seu padastro (Barry Pepper), Meredith (Jane Levy) é a mocinha inteligente e apaixonada incondicionalmente pelo protagonista, mesmo com ele não demonstrando o mínimo de interesse por ela, e Creech é a criatura monstruosa amigável e fiel que nunca deixa seus amigos na mão. Convenhamos, nós já vimos muito disso nas telonas, nada aqui será uma novidade pra você.

Não duvidamos da capacidade do diretor Chris Wedge para fazer animações, afinal quem é que não gosta de A Era do Gelo? Porém a tentativa de trazer alguns elementos de animações para um filme com pessoas de carne e osso (e muito CG) tem uma chance muito pequena de dar certo, pois esse tipo de filme é para um público alvo muito específico e a realidade é que não é algo que esteja dando certo nas bilheterias ultimamente. Monster Trucks se encaixa naqueles filmes em que o estúdio usa um alto orçamento na escolha do elenco e principalmente em todo o CG usado nos efeitos especiais (que nesse caso seria o monstro a maior parte do tempo), mas pelo conceito ser bobo e pouco interessante, dificilmente a bilheteria consegue gerar lucro para o estúdio no final.

A ideia geral do filme é realmente nova, afinal ninguém havia tido a ousadia de misturar caminhonetes com monstros em um filme até então, mas infelizmente o resto do filme não tem nada de novo e é tudo do mais clichê que conhecemos. Mas nem tudo está perdido, Monster Trucks é o tipo de filme ideal para se ver sem compromisso, seja com a família, com os filhos ou com seu irmão caçula. É um entretenimento mais voltado para o público infantil, e se você não curtir, pelo menos as crianças podem gostar.